51: Misericórdia

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Eu me afogo em cada palavra que você diz,
Seu silêncio corta mais fundo do que a lâmina.
Você é o mar revolto que me consome,
E eu, apenas um náufrago em sua tempestade.
Imploro pelo ar, pela luz, pela calma,
Mas você me mantém preso, meu coração em sua palma.

Minhas mãos estão atadas, minha voz está rouca,
De tanto gritar por misericórdia, implorar por paz.
Você é a sombra que me segue em cada passo,
Um veneno doce que corre nas minhas veias,
Eu sou a presa que, sem forças, se rende,
E você, o caçador que não descansa, que não entende.

Seu toque é fogo queima, mas não traz calor,
Sua ausência é gelo que me congela por dentro.
Quero escapar, mas meu corpo não me obedece,
Pois minha alma ainda anseia pelo seu perigo,
Essa dança tortuosa entre dor e desejo,
Onde eu sou o prisioneiro, e você, meu juiz e meu carrasco.

O ar que eu respiro, você suga dos meus pulmões,
O chão que eu piso, você quebra em mil pedaços.
E ainda assim, te imploro, me dê misericórdia,
Afrouxe o aperto, liberte minha alma ferida,
Pois cada segundo é um risco, um pânico contido,
Neste jogo insano, onde meu coração é o preço pago.

Se há amor em você, mostre, me dê um sinal,
Porque, neste momento, sou só carne e ossos,
Rasgados pelo seu silêncio, pela sua dúvida.
Eu quero sair, mas também quero ficar,
Quero o fim, mas também quero o começo,
Na sua incerteza, eu me desfaço e me refaço.

Peço uma última vez, com toda a minha dor,
Mostre-me misericórdia, deixe-me respirar,
Porque estou preso em sua tempestade,
E preciso de paz antes que o meu coração pare.
Dê-me uma chance, um alívio, uma saída,
Antes que eu perca completamente o controle da minha vida.

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