Será que eu passei dos limites?
Será que me perdi no labirinto
de pensamentos que não são meus,
mas invadem, como ervas daninhas,
o jardim do nosso amor, tão frágil,
tão marcado pelo que você viveu?Olho para nós e vejo seu sorriso,
mas atrás dele, um vulto me assombra.
Ela. Sempre ela, mesmo invisível,
pairando nas sombras dos seus dias.
Ela é uma flor selvagem em seu passado,
e eu, uma pétala que desmancha na ventania.Será que eu passei dos limites
ao me comparar com algo que não sou?
Ela, uma lembrança, uma fotografia,
e eu, aqui, de carne e osso, ao seu lado,
tentando me firmar,
tentando acreditar que sou o suficiente.Diz que me ama, e eu acredito,
mas seu passado grita mais alto
quando a noite cai,
quando o silêncio toma conta do quarto,
e os fantasmas do que foi
se deitam entre nós.Será que ainda há espaço para mim,
nesse coração que ela tocou primeiro?
Eu te vejo aqui, te sinto,
mas a sensação de competir
com uma sombra me destrói.
É uma luta silenciosa,
uma guerra que talvez eu não saiba vencer.Por que dói tanto?
Por que me prendo à ideia de que ela ainda vive
nos recantos mais secretos do seu ser?
Eu não deveria me importar,
mas aqui estou, perdendo pedaços
de quem sou, tentando ser mais do que fui ontem,
tentando ser mais do que ela foi para você.Sei que me ama, eu sinto,
mas será que a ama também,
em algum canto obscuro do coração?
Será que os sussurros da memória dela
não te fazem vacilar quando me olha nos olhos?
Será que eu sou apenas a segunda opção
em um amor que começou antes de mim?Eu pergunto a mim mesma,
será que passei dos limites?
Será que meu medo é irracional,
ou será que a verdade,
cruel e fria, repousa ali,
na forma de uma comparação que não quero fazer?Ela foi uma flor selvagem,
crescendo livre, sem amarras.
E eu, uma flor delicada,
tentando enraizar no solo que ela deixou.
Mas como competir com o vento,
com as lembranças que o tempo não apaga?Ela se foi, e eu estou aqui,
mas mesmo assim, sinto sua presença.
Será que ainda há espaço para nós dois,
sem que ela fique entre nossas mãos
quando nos tocamos à noite?
Será que, algum dia, eu poderei respirar aliviada,
sem sentir o peso do que foi?Meu coração bate por você,
mas ele sangra pelas dúvidas.
O amor é para ser paz,
mas o meu se transformou em tempestade,
em pensamentos que não consigo controlar,
em uma obsessão que me leva ao limite.Talvez eu tenha passado dos limites.
Talvez minha mente me traia,
me faça enxergar rivais onde não existem,
mas a verdade é que,
mesmo amando você com toda minha alma,
não consigo evitar essa dor
de pensar que, em algum lugar do seu coração,
ainda há espaço para ela.Você me diz que não, que sou tudo,
mas as dúvidas se enraízam,
e eu me pergunto,
será que algum dia,
vou sentir que sou sua única flor?Eu sou real, sou presente,
mas ela ainda floresce em seu passado.
E enquanto ela for uma lembrança,
eu serei a sombra
que tenta se livrar desse fardo.Será que passei dos limites?
Talvez.
Mas o que é amar sem perder o controle?
Sem sentir o peso de querer ser tudo
para aquele que já amou alguém antes de nós?
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Emoções De Uma Alma Perdida
PoetryOiii Me chamo vic É isso são os meus poemas, decide posta-los pois fiquei com vontade de mostrar à vocês.