Anos atrás, a bruma da manhã erguia-se lentamente sobre as colinas de Avendur, onde a pequena cabana de madeira de Rumpelstiltskin se destacava como um farol de simplicidade em tempos de turbulência. O pastor levava uma vida tranquila, apesar das sombras constantes da guerra dos ogros que assolava o reino. Cada dia era uma luta pela paz, mas com sua esposa, Elena, ao seu lado, ele encontrava um estranho conforto.
A alvorada trazia consigo o som suave dos cordeiros balindo e o cheiro fresco do orvalho. Rumpelstiltskin, um homem de aparência comum, com cabelos castanhos desgrenhados e olhos marcados pela preocupação, guiava seu rebanho para pastar nos campos verdejantes.
- Elena, vou levar os cordeiros para o vale hoje - anunciou ele, sua voz carregada do cansaço de quem carregava o peso do mundo nos ombros.
Elena, uma mulher de beleza serena e olhos brilhantes que refletiam esperança mesmo nos tempos mais sombrios, acenou com a cabeça enquanto embalava seu filho.
- Cuide-se, meu amor. Vou preparar algo especial para quando você voltar.
Rumpelstiltskin se afastou, e Elena começou suas tarefas diárias, a mente ainda presa às memórias de tempos mais felizes. No entanto, aquela manhã estava destinada a trazer uma reviravolta inesperada.
A meio da manhã, cortando lenha ao lado da casa, Elena ouviu um som que a fez parar abruptamente. Passos pesados se aproximavam, abafados pela grama alta. Ela largou o machado e se virou, deparando-se com um homem alto e misterioso, envolto em um manto negro, cujos olhos pareciam esconder segredos profundos.
- Bom dia, senhora. Meu nome é Balthazar. Estou em busca de abrigo. As estradas não são seguras - disse ele com uma voz rouca, porém firme.
Elena, sempre generosa, sentiu uma ponta de desconfiança, mas não deixou transparecer.
- Claro, Balthazar. Pode descansar aqui por um tempo. Meu marido logo estará de volta.
Balthazar agradeceu com um aceno de cabeça e seguiu Elena até a cabana. Rumpelstiltskin chegou ao entardecer, exausto, mas com um sorriso ao ver sua família. Esse sorriso, contudo, desapareceu ao avistar o estranho sentado junto à lareira, compartilhando do pão fresco que Elena havia assado.
- Quem é esse? - perguntou ele, a desconfiança evidente em seu tom.
- Este é Balthazar, meu amor. Ele precisava de abrigo, e nós temos espaço. Você sabe como as estradas estão perigosas - respondeu Elena, levantando-se para acalmá-lo.
Rumpelstiltskin hesitou, seu olhar fixo no homem de aparência estranha.
- Elena, não podemos simplesmente confiar em qualquer um que aparece à nossa porta. A guerra trouxe muitos oportunistas.
Balthazar levantou-se, os olhos escuros encontrando os de Rumpelstiltskin.
- Entendo sua preocupação. Acredite, não desejo causar problemas. Só preciso de um lugar para descansar esta noite. Partirei ao amanhecer.
Elena colocou uma mão suave no ombro de seu marido.
- Ele não parece uma ameaça, querido. Vamos mostrar nossa bondade. É assim que enfrentamos tempos difíceis, não é?
Rumpelstiltskin suspirou profundamente, a tensão em seu rosto relaxando um pouco.
- Muito bem, Balthazar. Pode ficar esta noite. Mas não espere mais do que isso.
A noite caiu, e o clima na cabana era de desconfiança. Enquanto Elena colocava seu filho para dormir, Rumpelstiltskin sentou-se com Balthazar, observando-o cuidadosamente.
- Então, Balthazar - começou ele, tentando quebrar o gelo - de onde você vem? E para onde está indo?
Balthazar olhou para as chamas na lareira antes de responder, como se estivesse escolhendo cuidadosamente suas palavras.
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Felizes Para Sempre
FantasíaEvelyn Evergreen foi cruelmente separada de seus pais, Branca de Neve e o Príncipe Encantado, pela vingativa Rainha Má. Ao descobrir suas verdadeiras origens, Evelyn percebe que é a única capaz de quebrar a maldição que assola a Floresta Encantada e...