Felizes Para Sempre

A Aprendiz e o Mentor

O crepúsculo pintava o horizonte com tons suaves de laranja, enquanto os raios de sol filtravam-se pelas árvores de uma floresta do mundo real. No coração desta floresta, um choro desafiou a serenidade da natureza. Sob a copa de árvores altas, um casal caminhava, absorvendo a tranquilidade do ambiente.

Num clarão de luz, como se a própria natureza se curvasse à chegada de algo extraordinário, um bebezinho apareceu no chão coberto de folhas. Seus olhos, brilhando com uma luminosidade mágica, fitavam o perplexo casal que se aproximava.

Surpreso e cauteloso, o casal observou algo extraordinário quando o bebê, inconsciente de seu próprio poder, lançou involuntariamente uma onda telecinética de magia. As árvores ao redor tremiam, as folhas vibravam ao ritmo de uma força invisível. Uma rajada de vento acariciava os cabelos do casal, enquanto pequenos relâmpagos inesperados dançavam entre os galhos.

Assustados, mas não pelo perigo, o casal observou fascinado enquanto o bebê exercia controle instintivo sobre a natureza ao seu redor. Não foi uma ameaça, mas sim algo sublime, uma manifestação de poder que desafiava a compreensão humana. Em meio à magia desencadeada, o bebê sorriu, como se entendesse a gravidade e a beleza do seu próprio ser. Foi nesse momento que o casal, envolto num misto de medo e reverência, percebeu que estava diante de algo mágico.

- Este é a salvadora que a Rainha Má nos enviou.

Sussurrou o homem, com a voz embargada de emoção. A mulher, olhando nos olhos mágicos do bebê, assentiu.

- Nós a protegeremos. Ela é especial.

A pequena Evelyn, sem saber do destino que começava a se desenrolar, encontrou um novo lar naquele lugar da realidade, onde seu potencial mágico começou a florescer. A noite se estendia como um manto escuro, o silêncio quebrado apenas pelo farfalhar das folhas das árvores. Rumpelstiltskin, com sua figura sombria, estava diante de Evelyn e Pinóquio, com o sorriso traiçoeiro nos lábios.

O mapa, detalhado e precioso, estava agora consumido pelas chamas negras que Rumpelstiltskin evocara com um simples gesto da mão. O plano meticulosamente traçado para derrotar a Rainha Má desvaneceu-se em cinzas, enquanto Evelyn e Pinóquio assistiam horrorizados ao desenrolar de uma traição cruel. Evelyn, uma mistura fervilhante de raiva e desespero, olhou para Rumpelstiltskin com uma intensidade que cortou a escuridão.

- O que você fez? Ele foi nosso único guia!

Sua voz tremia, ecoando entre as árvores, testemunhas silenciosas da reviravolta. Rumpelstiltskin, com um sorriso que refletia sua astúcia maquiavélica, aproximou-se lentamente, as sombras dançando ao seu redor.

- Você deveria ter tido mais cuidado com quem faz negócios, minha querida Evelyn. Agora, o único caminho a seguir é seguir minha liderança.

Pinóquio, com o rosto revelando um misto de desconfiança e indignação, interveio com voz firme.

- Você prometeu ajuda. Isso não fazia parte do acordo!

O Lorde das Trevas deleitou-se com a tensão que pairava no ar.

- Promessas não são sua área, boneco! E às vezes é preciso fazer sacrifícios para que novos caminhos se revelem.

À medida que as palavras de Rumpelstiltskin ecoavam, Evelyn sentiu uma faísca dentro dela. Uma centelha de raiva e indignação, mas também de algo mais profundo. A traição acendeu uma chama que ela não sabia possuir, e a intensidade dessa descoberta foi tão palpável quanto as cinzas.

Evelyn, cercada pela fúria que emanava dela como uma auréola, sentiu as chamas da traição que Rumpelstiltskin acendera dentro dela. Seus olhos, outrora refúgios de curiosidade, agora ardiam com uma intensidade que rivalizava com as estrelas.