Felizes Para Sempre

Lágrimas de Veneno

Antes da escuridão envolver sua vida, Madonna Tremaine vivenciou dias cheios de amor e promessas de alegria eterna. Na grandiosa mansão Tremaine, um santuário de risadas e sonhos, ela e seu esposo, Francis, cultivavam um laço inquebrável. Durante uma luminosa tarde de primavera, enquanto o jardim exibia sua vibrante floração, o casal dedicava-se ao plantio de rosas, as prediletas de Madonna.

Francis, sempre solícito, comentou enquanto afofava a terra:

- Cada rosa que plantamos simboliza o florescer de nossa vida a dois.

Madonna, fitando-o nos olhos, respondeu:

- E a cada primavera, elas ressurgem ainda mais esplêndidas, assim como o nosso amor.

Comprometeram-se a cuidar sempre um do outro e do jardim, selando a promessa com um beijo sob as copas das árvores. Contudo, Francis começou a sofrer de uma fraqueza enigmática, ocultando seu mal-estar com sorrisos para não alarmar Madonna. Sua saúde deteriorou-se rapidamente e ele veio a falecer, deixando Madonna e suas filhas em luto e frente a desafios inesperados.

Após o falecimento de Francis, Madonna recebeu a inesperada visita de Mr. Ridley, o advogado da família.

- Senhora Tremaine, lamento muito interromper seu período de luto, mas precisamos discutir questões urgentes - disse Mr. Ridley, estendendo alguns documentos.

- Por favor, prossiga - ela conduziu-o ao escritório, cercada pelas memórias do marido.

- Refere-se à herança de seu marido. Apesar de ele ter deixado tudo em seu nome, surgiram algumas dívidas que comprometem a estabilidade financeira de sua família.

Um arrepio percorreu Madonna ao ouvir isso.

- Quais são essas dívidas? E quais são as nossas opções? - indagou, mantendo a calma.

- São somas consideráveis. A medida mais prudente seria a venda de parte dos terrenos e, possivelmente, de alguns bens pessoais - esclareceu Mr. Ridley, mostrando-lhe a relação das dívidas.

Madonna examinou os documentos, sentindo o peso de cada cifra no legado que Francis desejava preservar.

- Faremos o que for necessário - declarou com firmeza. - Protegerei minhas filhas e esta casa a qualquer custo.

O tempo se passava, Madonna se encontrava cada vez mais imersa em reuniões com credores e negociações extenuantes. A doçura que antes a caracterizava foi substituída por uma determinação implacável de proteger seu lar e suas filhas.

Com o decorrer dos anos, a mansão Tremaine, antes vibrante de amor, agora ressoava com uma atmosfera distinta. Anastasia e Drizella, crescendo na sombra da ausência do pai, desenvolviam personalidades divergentes. Drizella adotou uma postura autoritária, enquanto Anastasia preservava uma doçura que a destacava.

Numa tarde ensolarada, Lady Tremaine observava suas filhas no jardim, ansiando por um novo amor que pudesse restaurar a felicidade perdida. Ao ouvir Drizella reprimindo um jardineiro, ela interveio prontamente, lembrando-a dos princípios que seu pai valorizava.

- Drizella! - exclamou Lady Tremaine, descendo as escadas para abordar sua filha.

- Mãe! Ele não estava seguindo as instruções e... - Drizella tentou justificar-se, surpresa com a intervenção.

- Isso não lhe dá o direito de tratá-lo com desprezo - Lady Tremaine repreendeu, sua voz carregada de autoridade. - Não é assim que nos comportamos nesta casa, não era assim que seu pai desejava.

Drizella, com uma expressão teimosa, cruzou os braços, mas Lady Tremaine, com seriedade, explicou a importância do respeito mútuo e da dignidade.

- Querida, há uma grande diferença entre corrigir e humilhar - prosseguiu, segurando os ombros de Drizella e encontrando seus olhos. - Seu pai prezava pelo respeito mútuo. É isso que desejo que vocês pratiquem e valorizem.