Fios de Ouro

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Branca de Neve, com a adaga negra escondida, observava a Rainha Má atentamente, pronta para qualquer revelação que surgisse, mesmo que isso significasse enfrentar seu ódio profundo.

- Já se perguntou por que eu a odeio tanto? Por que busco incessantemente sua destruição? - disse a Rainha Má, sorrindo maliciosamente. - É hora de conhecer a verdade por trás desse ódio que consome meu coração.

Branca de Neve permaneceu em silêncio, observando cada movimento de Regina, consciente de que qualquer palavra poderia revelar fraqueza, e ela não daria essa vantagem à sua adversária.

Anos atrás, Regina caminhava pelas ruas do reino, carregando uma carroça de grãos e seu pai transportava espelhos para o castelo do rei. Ela era jovem e bela, despertando inveja entre as mulheres da realeza.

As outras garotas a olhavam com ciúmes e ressentimento, sussurrando entre si com olhares rancorosos. Até as princesas se sentiam ameaçadas pela plebeia deslumbrante.

A jovem ignorava os sussurros venenosos, focada em suas tarefas e no sustento da família, recusando-se a curvar-se à inveja alheia. Regina recolhia os grãos caídos da carroça com diligência. A princesa Miranda passou por ela com o pescoço erguido e, sem querer, pisou nos dedos de Regina, causando-lhe dor.

- Ah, meus dedos! - exclamou Regina, soltando um gemido.

Seu pai repreendeu-a de forma agressiva, observado pela presunçosa princesa Miranda.

- Tenha mais cuidado, Regina! - repreendeu ele, desgostoso.

Miranda sorriu presunçosa e desculpou-se de forma superficial. Regina, sabendo da arrogância de Miranda e sua posição como futura rainha, timidamente pediu desculpas.

A princesa Miranda observou Regina com desdém antes de continuar suas atividades no castelo. Regina sorriu fraco, sentindo o olhar reprovador de seu pai.

- Vamos, pai - disse Regina, triste, enquanto se afastava.

Seu pai seguiu em silêncio até os fundos do castelo. Assim que Regina e seu pai se retiraram para o interior do castelo, em outra direção o rei se aproximou de Miranda, que exalava confiança e auto-importância.

- Princesa Miranda, que prazer revê-la em nosso castelo - cumprimentou o rei com um sorriso cortês.

Miranda fez uma reverência graciosa, exibindo toda a elegância de sua linhagem real.

- Sua Majestade - respondeu ela com voz melodiosa - como foram as negociações com meu pai no escritório real?

O rei, porém, parecia absorto em seus próprios pensamentos, observando uma figura que se afastava com um homem mais velho ao seu lado.

- Quem é aquela bela moça que passou agora? - perguntou o rei, interessado, seguindo Regina e seu pai com os olhos.

Miranda sentiu uma pontada de decepção ao perceber a falta de atenção do rei para com ela, desviando o olhar para a plebeia que capturara o interesse real.

- Apenas uma plebeia qualquer, Majestade - respondeu ela com leve acidez, sua expressão obscurecida por um desgosto momentâneo.

O rei assentiu, já absorto em pensamentos sobre a misteriosa plebeia. Miranda tentou recuperar a compostura, disfarçando sua frustração diante da indiferença do rei.

A princesa pediu licença com um sorriso forçado e se retirou. Enquanto caminhava pelos corredores do castelo, avistou Regina organizando espelhos numa sala adjacente. Miranda se aproximou com superioridade.

- Parece que temos uma plebeia desajeitada entre nós - comentou Miranda com sarcasmo.

Regina respondeu com polidez, mantendo-se firme diante das provocações de Miranda. A princesa, insatisfeita, rasgou a manga do vestido de Regina e continuou menosprezando-a.

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora