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Any Gabrielly

– Um Martini por favor. – Uma voz firme me desperta, me viro quando sinto que conheço essa voz.

— Com ou sem gelo? – Questiono ainda tentando lembrar dessa voz, pois o rosto não me lembra ninguém.

— Com, duas pedras de gelo por favor. – Responde calmamente.

Afirmo com um leve aceno de cabeça, enquanto minha mente tenta lembrar de seu rosto.

— Sua bebida Sr. – Aviso o mesmo quando coloco o copo sobre o balcão e a empurrar lentamente em sua direção.

Seus olhos saem do celular e sobem até alcançar os meus.

— Obrigada. – Agradece olhando nos fundos dos meus olhos.

O que esse cara tem?

O mesmo sai com a bebida em mãos, sumindo em meio a multidão.

Volto a servir os drinks que são consumidos rapidamente, alguns como um pequeno shot de Tequila ardente.

— Any Gabrielly! – Sabina grita ao passar pelo balcão, deixando sua bandeja com copos vazios sobre o mesmo.

— Fala.

— Espera.– Sabina diz rapidamente e encara o homem que acaba de sair em meio a multidão.

— O quê foi Sabina? – Questiono cansada.

— Essa silhueta me é familiar...

— Quê silhueta Sabina?– Volto a questionar.

— Do cara que esbarrou em você no restaurante!

Em um estalo, minha mente lembra de seu rosto.

— Eu sabia que o conhecia. – Afirmo enquanto seco novos copos de Uísque sobre o balcão.

— É o destino Gabrielly, você está solteira a tanto tempo que está com teias e aranhas em você. Parece até enferrujada...

— Nossa amiga, você é uma grande amiga.

— Desculpa Any, mas é a verdade. Qual foi a última vez que sentiu um friozinho na barriga? – Não respondo. — Já faz tanto tempo que nem você lembra.

— Para Sabina.

— Any, qual foi a última vez que fez alguma loucura? Fez algo que você sabia que iria dar merda?

Talvez quando eu tirinha 16 ou 17 anos...

Lembro que pulei a janela de casa e fui parar em uma festa do outro lado da cidade, bebi e fiquei com um cara que usava o carro velho do seu pai pra ficar com as garotas do bairro, o carro morreu no meio do caminho de volta, tive que voltar sozinha.

Na chuva.

E no frio.

Péssimas lembranças.

— Sabina, eu nem tenho tempo de pensar em fazer alguma merda. – A lembro.

— Pois não quer...

— Sabina. – A chamo.

— Fala.

— Cuida da sua vida.

— Grossa. – Diz ao pegar outra leva de drinks.

Nego com a cabeça, voltando a preparar drinks com Licores quando a mesma sai com a bandeja cheia novamente.

Algum tempo depois vejo que os Licores na bancada não serão suficientes então vou até o estoque.

Pego a prancheta e começo a procurar os Licores que estão faltando.

New York RomanticOnde histórias criam vida. Descubra agora