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Any Gabrielly

— O quê você deseja falar comigo? - Davi questiona ao deixar seu óculos de grau que usa pra ler de lado.

— Eu quero me demitir.

— Olha, você finalmente está fazendo o certo.

— Do que se refere? Não está triste com isso?

— Heyoon me falou sobre você e o loiro, fico feliz por você estar gostando de alguém. E fico feliz de você querer mudar de vida.

— Estou triste de deixar a boate. - Admito.

— As portas vão estar sempre abertas pra você, pode voltar sempre que quiser.

— Eu sei, só que é difícil se desapegar das coisas.

— Tá na hora de sair da asa desse velho aqui.

— Você não é velho.

— Mas vem cá, ela não te procurou mais?

— Quem? A minha mãe?

— Sim.

— Não a vi mais. - Minto.

— Ótimo, ela te deixava doente.

— Ela era a minha depressão diária.

— Mas vamos voltar ao que interessa, vou imprimir os papéis e você assina, tudo bem?

Assinto, enquanto Davi escreve minha carta de demissão no seu computador. Em alguns minutos o mesmo se levanta e vai até a impressora, volta a sua mesa e pega uma caneta, colocando ambas em minha frente.

Encaro o papel na minha frente, e respiro fundo.

— Não tenha medo do novo Any, o novo é bom.

— Tem razão. - Pego a caneta e rubrico minha assinatura na linha pontilhada.

— Obrigado pelo seu trabalho todos esses anos Any.

— Obrigada por me ensinar tudo que sei hoje, obrigada por me acolher quando eu mais precisei, obrigada por sempre estar do meu lado e nunca me deixar sozinha.

— Se você precisar é só me ligar.

— Obrigada Davi. Não vou dizer que você é como um pai pra mim pra não dizer que você é velho. - Digo o fazendo rir.

— Volte sempre.

— Eu vou.

Me despeço de Davi e desço até o bar, encontrando dessa vez Sabina no balcão.

— Olha, quem é vivo sempre aparece. - A mesma diz ao me ver.

— Então, vocês não vão me ver mais aqui.

— Pediu demissão? - Assinto. — Não creio.

— Já estava na hora.

— Vai trabalhar onde?

— Não sei ainda.

— Por que não me disse que se mudou?

— É uma linda história...

— Mas parece que Heyoon sabia dessa longa história...

— Foi mal Sabina, eu só não consegui te contar.

— Mas conseguiu contar pra Heyoon. -A mesma diz chateada, pegando a prancheta e saindo.

— Sabina.

A mesma nem olha pra trás, entrando no estoque.

Merda.

Suspiro cansada, vendo o horário no meu telefone.

New York RomanticOnde histórias criam vida. Descubra agora