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Any Gabrielly

Me jogo no sofá, suspirando profundamente.

Olho ao redor e vejo o quão vazio e frio esse apartamento é. Mas eu não tenho escolha, é o único lugar que eu posso ficar.

Caminho até meu quarto e acendo a luz, vejo uma cama bem feita, um guarda-roupas enorme, uma grande TV pendurada na parede, uma grande janela que dá pra ver quase toda a rua.

Mas por que isso não me deixa feliz?

Isso foi o que eu sempre sonhei, ter a minha casa, uma grande casa que eu possa correr nela e me cansar de andar do quarto até a sala.

Me jogo na cama, obsegando o teto de gesso frio, como o do antigo apartamento.

As condições são melhores, mas o sentimento é o mesmo, parece que estou naquele apartamento minúsculo novamente.

Meu estômago ronca, mas eu sei que não há nada pra comer na geladeira.

Pego meu telefone e peço um delivery, automáticamente coloco o endereço de Josh, mas acabo me dando conta e apago, desligando o telefone.

Escuto a campainha tocar e me assusto, ninguém além de Josh sabe desse lugar.

Me levanto, indo até a porta, quando abro meu pequeno humor se vai.

— Nossa, que apartamento gigante. - Minha mãe diz ao entrar sem ao menos eu deixar ela passar.

— O quê você quer? - Questiono cansada.

— Não é óbvio? O meu dinheiro.

— Tá maluca? Ou bateu com a cabeça? Não tem mais o seu dinheiro. E como descobriu que eu morava aqui?

— Como assim não tem mais o MEU dinheiro? - Questiona ao se virar. —Ah, eu segui você até aqui. -

— Eu não tenho mais nada a perder mamãe, você não me ameaça mais.

— Do que está falando?

— Ele já sabe de tudo, e nós terminamos. Você também tem uma porcentagem de culpa nesse meu fracasso amoroso. Parabéns mamãe. Tá feliz que agora você destruiu a minha vida por completo?

— Você é responsável pelas suas próprias ações filhinha... - A mesma diz, andando pelo apartamento.

— Só vai embora, eu quero ficar sozinha.

— Como eu vou deixar minha filhinha sozinha nesse estado? - Questiona irônica, fazendo meu sangue ferver.

VAI EMBORA, AGORA! - Grito apontando pra porta, sem me importar com o que os vizinhos vão pensar de mim.

— Não levanta a voz pra mim, eu sou a sua mãe! - Diz ao apontar o dedo em minha direção.

— Você não é a minha mãe! Agora SAI daqui!

— Você está nervosa filhinha, acabou de terminar um relacionamento e está abalada.

— O QUÊ EU FIZ PRA VOCÊ? PRA VOCÊ ME ATORMNETAR DESSE JEITO? - Grito até que minhas cordas vocais se esgotem.

— Você nasceu Any Gabrielly... Você nasceu. - A mesma responde calma, caminando pelo apartamento. — Vou ser direta, eu preciso do dinheiro ou eles vão me matar, eu preciso desse dinheiro pra hoje Gabrielly.

— E por que eu te daria? - Questiono ao me sentar no chão, me encostando no sofá ofegante.

— Por que eu preciso do dinheiro.

Dou risada, apoiando meus braços sobre os joelhos.

— Isso já não é mais problema meu.

— Eles vão me matar se eu não der o dinheiro! - Justifica irritada.

New York RomanticOnde histórias criam vida. Descubra agora