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Any Gabrielly

Enquanto o filme rolava, eu e Josh bebemos três garrafas cada, mas combinado com alguns salgadinhos não nos deixou bêbados.

— Você vai trabalhar amanhã? - Josh questiona.

— Não, por que?

— Já são 00:30.

— Caralho. - Olho em meu telefone, e confirmando o horário. — As horas voaram.

— O filme já tá acabando.

— Sem problema. Eu costumo dormir tarde.

— Mas não deveria, não faz bem.

Dou risada, levando o salgadinho a boca.

— Tá rindo do que? - Questiona.

— Você, falando o que faz ou não bem? Sua personalidade não combina com a sua rotina. Algo não está certo na sua vida Josh.

— Uma coisa não tem nada haver com a outra, não posso ser cuidadoso? Não costumo comer isso. -  O mesmo ergue o pote grande de bolinhas de queijo.

— Mas comeu, e não foi pouco.

— Você é uma péssima influência Gabrielly.

Solto uma gargalhada sincera.

— Eu não ouvi isso. – Digo enxugando as lágrimas, tentando ficar séria.

— Sim, você ouviu. - Afirma, levando o vape até os lábios, tragando e soltando a fumaça pro alto.

Somos atrapalhados pela campainha.

— Quem é uma hora dessas?

— Deve ser uma das suas amigas.

— Sabina não vem hoje, eu tenho certeza.

— A outra, a asiática.

— A Heyoon? - Dou risada. — Só se ela não tivesse onde dormir, e ela sempre liga antes, quando precisa vir pra cá.

Levanto e vou até a porta, destranco a mesma, quando abro minha animação vai pro ralo.

— Atender as ligações do seu pai as vezes é bom. – A voz enrolada do velho atordoa meus ouvidos.

— O quê você tá fazendo aqui? - Questiono calma, sabendo que em menos de dez minutos vou explodir e começar outra discussão com meu pai.

— Quê pergunta idiota. – O mesmo passa por mim, entrando no apartamento. — Olha, ela não tá sozinha.

— Pai, deixa ele em paz.

— Seu namoradinho? - Questiona irônico, ele sabe do meu passado com homens e adora jogar na minha cara.

— Anda logo, o quê você quer?

— Eu quero dinheiro.

— Você dirigiu por duas horas, pra pedir dinheiro? Se fudeu, eu não tenho dinheiro.

O mesmo ri.

— Não tem dinheiro? É feio mentir pro seu pai minha filha.

Respiro fundo.

— Não me chama de filha...

— Por que? Tem o mesmo sangue que o meu, então é minha filha. E sendo minha filha, tem que me dar dinheiro. – Diz, mexendo nas minhas coisas.

— Não, não tenho. Sai da minha casa, por favor? – Peço, segurando a porta aberta.

— Viu garoto? – Questiona a Josh. — É assim que ela é. Quanto ela te pagou pra dormir com ela? 100 dólares? 200! Foi 200, não foi? - O mesmo gargalha.

New York RomanticOnde histórias criam vida. Descubra agora