Amor em jogo- RICHARD RIOS

A Bendita solicitação

Thalita Guimarães
Rio de Janeiro

Desde que minha entrevista com Richard foi ao ar, minha vida virou de cabeça para baixo. Eu sempre soube que ele era uma figura polêmica, mas nunca imaginei que nossa conversa geraria tanta repercussão. De repente, meu nome estava em todas as redes sociais, pessoas de todos os cantos pediam para seguir meu perfil, e minha caixa de entrada estava inundada com mensagens de apoio, elogios e até mesmo propostas de trabalho. Foi uma mistura de felicidade e choque. Por um lado, estava radiante com a oportunidade de ter meu trabalho reconhecido em uma escala tão grande. Afinal, como jornalista esportiva, meu objetivo sempre foi trazer histórias emocionantes para o público e essa entrevista certamente alcançou esse objetivo. Ver tantas pessoas compartilhando e comentando sobre o meu trabalho foi incrivelmente gratificante. Por outro lado, estava assustada com a rápida mudança de cenário. De repente, me vi no centro das atenções, lidando com uma quantidade massiva de atenção e expectativas. Era emocionante, mas também um pouco intimidante. A pressão para continuar entregando conteúdo de qualidade e manter esse nível de engajamento era palpável. Por falar em Richard, a sua solicitação ainda continuava no mesmo lugar. Maria me xingou em muitas línguas, mas eu estava decidida a não aceitar. Esse fim de semana teríamos um clássico acontecendo: Palmeiras contra Flamengo. Podem me achar boba, mas não gosto da ideia dele estar vindo para a minha cidade.

— Thalita do céu, mais um vídeo seu no meu TikTok — minha amiga pula ao meu lado na cama, me mostrando o vídeo.

— E o que estão falando? — enfio uma mão de pipoca na boca.

— Que você deveria ser contratada pelo Palmeiras, que é linda e que o Rios babou em você a entrevista toda — fala a última parte sorrindo.

— Concordo sobre a primeira parte e discordo da última.

— Não vai mesmo dar uma chance aquele bonitão?

— Maria, você sabe da minha promessa, nunca me envolver com jogador, lembra?

— Lembro, claro que lembro. Estava com você no dia que inventou isso — eu reviro os olhos. — Só acho que para um jogador como ele você devia abrir uma exceção, dar só uns beijinhos.

— Não tô afim, conheço o tipo de homem que ele é, tem todas aos pés dele. Não vê os sites de fofoca? Toda semana ele está com alguém novo.

— Andou stalkeando o querido? Hmmm, quem te conhece que te compre, dona Thalita — me olhou fazendo uma careta.

— Ah, me poupe, eu apenas sigo esses sites e aparece, ué.

— Aham, lembra que hoje tem a festa da Yasmin.

— Eu já disse que não vou, Ma. Amanhã ainda é quinta e eu tenho que ir na empresa pela tarde.

— Exatamente, pela tarde, então você pode dormir a manhã inteira se quiser — se jogou em cima de mim. — Por favor, Thata.

— Tá bom — me dou por vencida.

— Uhu, vamos beber até cair!

— Nada disso, vamos beber controladas.

Pelo menos foi o que eu pensava que seria. Porém, quando eu estava no décimo shot de tequila, percebi que paguei com a língua. O lugar estava decorado com balões dourados e prateados, e uma grande mesa no canto estava repleta de petiscos e bebidas coloridas. Um DJ estava posicionado no canto oposto, mantendo a pista de dança animada com uma mistura de hits atuais e clássicos que faziam todos dançarem sem parar. Eu já estava com meus pés exaustos, então puxei Maria para um dos inúmeros sofás que havia ali. Tiramos, ou na verdade tentamos tirar, algumas selfies, mas eu mal conseguia segurar o celular sem tremer.

— Thalita, você está se divertindo? — ela perguntou, os olhos brilhando de entusiasmo.

— Muito! Esta festa está incrível, Maria! — respondi, tentando equilibrar minha taça enquanto ria.

— Eu disse que você não ia se arrepender de vir, Thata, precisávamos desse momento — ela pega meu celular das minhas mãos e eu franzo o cenho — vou só tirar mais umas fotos.

Concordo com a cabeça, achando que realmente só seria isso. Porém, Maria foi mais esperta do que eu, abrindo meu celular rapidamente e entrando no Instagram. Com um sorriso malicioso, ela apontou para a solicitação de Rios, que continuava no mesmo lugar.

— Não adianta insistir, não vou aceitar — falo, tentando fingir indiferença.

— Ah, qual é, Thalita! — insistiu Maria, me cutucando. — Ele claramente está interessado em você. E, se não der certo, pelo menos você terá uma boa história para contar.

Entre risos e a música que tocava ao fundo, eu finalmente cedi. Peguei o celular das mãos dela e olhei para a solicitação de Richard. Havia algo nele que, apesar de tudo, me intrigava. Talvez fosse o fato dele ser muito bonito? Talvez sim, ou talvez fossem os olhos dele, não sei.

— Tá bom, vamos ver no que dá — disse, mais para mim mesma do que para Maria.

Tomei o último gole da vodka que bebia para ganhar coragem e cliquei em "aceitar". Maria soltou um gritinho de vitória e me abraçou.

— Isso aí, Thalita! Agora vamos aproveitar o resto da festa!

E assim fizemos. Voltamos para a pista de dança, rindo e comemorando minha pequena decisão. Enquanto dançávamos, uma notificação piscou no meu celular. Era Richard, que havia curtido meu story postado antes de sair de casa. Naquele momento, entre a música, as luzes e as risadas, senti que talvez essa noite marcasse o início de algo novo. Seja lá o que fosse, eu estava pronta para descobrir, com Maria ao meu lado e um pouco de coragem líquida para me guiar.

Capítulo curtinho só para passar a semaninha, fim de semana tá chegando e um certo colombiano também👏🏽👏🏽

Comentem e deem uma olhada lá no tik tok 🫶🏼