Amor em jogo- RICHARD RIOS

Amigos?

Thalita Guimarães
São Paulo

Eu estava saindo do banheiro quando me deparei com Maria, visivelmente agitada e aliviada ao me ver. A olhei sem entender o que estava acontecendo. Será que Joaquin estava passando mal? Ou talvez Veiga? Ou até mesmo Endrick? Encarei minha amiga mais uma vez e ela finalmente abriu a boca para falar.

— Thalita, preciso que você venha comigo — ela disse, puxando meu braço sem mais explicações.

Minha mente começou a imaginar mil possibilidades terríveis. O que teria acontecido? Segui Maria de volta para a área principal da festa, e ao avistar Richard, meu coração se apertou. Ele estava visivelmente alterado, mas quando nossos olhares se encontraram, um sorriso de alívio escapou dos meus lábios. Ao lado dele, Joaquin tentava acalmá-lo, explicando a situação com expressões sérias. Veiga, mais afastado, parecia preocupado e observava tudo com atenção. Quando chegamos perto, Maria tomou a frente, tentando manter a calma.

— Thalita, ele só concorda em sair daqui se for com você. — Maria olhou para mim, seus olhos transmitindo urgência.

Meu coração disparou. Ver Richard naquele estado despertou uma mistura de sentimentos em mim. Ainda havia mágoa, mas também uma preocupação genuína e um carinho que não desapareceram.

— Richard... — minha voz falhou por um momento, sem saber o que dizer.

Ele estendeu a mão para mim, seus olhos buscando os meus com uma intensidade que me atingiu em cheio.

— Vem aqui, minha morena. — sua voz estava rouca, mas cheia de uma sinceridade que me comoveu profundamente.

Olhei para Maria e Joaquin, buscando algum sinal de orientação. Joaquin assentiu, encorajando-me a ir até ele. Respirei fundo, sentindo uma mistura de medo e determinação. Caminhei até Richard, hesitante no início, mas cedendo à necessidade de estar ao seu lado naquele momento difícil. Nunca tinha o visto tão vulnerável daquela maneira; seus olhos me encaravam como se tivesse uma necessidade de me ter ali com ele, por mais que eu estivesse magoada com tudo o que havia acontecido.

— Vamos, Montoya. Eu vou com você. — minha voz saiu firme, embora meu coração estivesse aos pulos.

Ele segurou minha mão com força, um misto de alívio e gratidão em seus olhos. Joaquin e Maria nos acompanharam enquanto nos dirigíamos para fora da festa, deixando para trás olhares curiosos e um ambiente carregado de tensão. Enquanto caminhávamos até o carro, uma sensação de apreensão crescia dentro de mim. Richard estava completamente fora de si, e a responsabilidade de cuidar dele recaía sobre mim naquele momento.

— Tem certeza que não quer que a gente vá, Thata? — Maria perguntou preocupada.

— Não precisa, Maria — falei ajustando o banco do carro de Richard para que eu conseguisse dirigir melhor — vai ficar tudo bem, só avisem ao Veiga que precisei ir embora já que ele iria me levar.

— Tudo bem, Thalitinha, avisamos sim — Joaquin disse, fechando a porta de Richard — vê se não dá trabalho, ein cara? — ele bateu no ombro do amigo.

— Tô na paz de Deus, com a minha morena aqui — disse claramente embolado.

Me despedi dos dois e liguei o carro. O caminho foi ele me pedindo mil desculpas, porém ele não conseguia elaborar uma frase sequer. Ao chegarmos ao apartamento, foi um desafio tirá-lo do carro, pois ele estava muito instável e descontrolado pelo efeito da bebida. Ao entrarmos na sala, Juan estava lá, jogando como sempre. Ele se assustou ao ver a situação de Richard.

— O que aconteceu aqui? — Juan perguntou, levantando-se rapidamente do sofá.

— Ele bebeu demais na festa. Precisamos levá-lo para o quarto e fazer com que ele descanse — expliquei, preocupada.