Como vão reagir?

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Thalita Guimarães
Rio de Janeiro

Positivo

Senti minha cabeça girar e o choro entalar na garganta ao ver aquele pequeno nome ali. Abri o teste e, ao perceber que o resultado era positivo, o mundo pareceu desabar ao meu redor. Comecei a pensar em tudo o que vinha pela frente, chorando sem acreditar na realidade que se apresentava.

— Não pode ser... — murmurei, entre soluços. — Como vou contar para o Richard? Ele está na Colômbia, e mal vou vê-lo. E a família dele? Como vão reagir quando me encontrarem no aeroporto?

O medo e a incerteza me consumiam. Maria, vendo a situação, tomou o teste da minha mão. Ao ver o resultado, ela também não conseguiu segurar as lágrimas. Afinal, eu estava grávida.

Maria me abraçou com força, tentando oferecer algum conforto no meio do caos emocional.

— Thalita, estamos juntas nisso. — sussurrou ela, com a voz embargada. — Vamos resolver isso, de alguma forma.

Vendo que eu estava abalada, Maria decidiu que era hora de voltar para casa. Já passava das 23:30, e nós estávamos ali, exaustas e sem rumo.

O caminho de volta foi silencioso, e eu continuava estática, perdida em meus pensamentos. Chegando em casa, sentei no sofá, ainda tentando processar a notícia. Como eu contaria para Richard? A imagem dele na Colômbia, a família dele me esperando no aeroporto... tudo parecia uma grande bagunça.

Eu não sabia por onde começar. As lágrimas continuavam a cair, e Maria, ao meu lado, apertava minha mão, tentando transmitir alguma tranquilidade.

— Thalita, vamos resolver isso juntas. — disse ela, com determinação na voz.

Mas, naquele momento, tudo o que eu conseguia sentir era um enorme vazio e uma incerteza esmagadora sobre o futuro. Dei boa noite para minha melhor amiga e caminhei para meu quarto. Talvez eu nem conseguisse dormir, porém precisava desse tempo sozinha. Caminhei até o banheiro do quarto, sentindo o peso de cada passo.

Ao me despir e entrar no chuveiro, a água quente começou a escorrer pelo meu corpo, tentando lavar a confusão e o medo que eu sentia. Enquanto a água caía, meus olhos foram atraídos pela minha barriga. Instintivamente, passei a mão por ela, e foi então que notei uma leve ondulação. Não era algo evidente, mas agora que eu sabia, parecia inegável.

A realidade me atingiu com força. Eu estava grávida. Estava gerando uma vida do homem que eu amava, e tudo isso era tão precoce. Comecei a chorar novamente, lágrimas se misturando com a água do chuveiro. O que eu faria? Como contaria para Richard?

Fechei os olhos, tentando me acalmar. Eu sabia que precisava ser forte. Sou uma mulher adulta, e teria que lidar com tudo isso, por mais difícil que parecesse. Pensei em Richard, na nossa vida juntos e no que tudo isso significava para nós. Uma nova vida estava crescendo dentro de mim, e isso mudaria tudo.

Mas, por mais assustada que eu estivesse, também havia uma pequena chama de esperança. Eu amava Richard, e sabia que, de alguma forma, encontraríamos um jeito de superar tudo isso juntos. Eu precisava acreditar nisso.

Com a respiração ainda entrecortada pelo choro, terminei o banho e me enrolei em uma toalha. Olhei meu reflexo no espelho e vi uma mulher assustada, mas também vi uma mulher determinada a enfrentar o que viesse pela frente. Eu sabia que não seria fácil, mas, com Maria ao meu lado e o amor de Richard, eu encontraria forças para seguir em frente. Me deitei na cama e alisei a pequena ondinha na minha barriga.

— Desculpe pela minha reação. Não significa que você não é amado, eu só estou um pouco assustada com tudo isso, ok? — falei sozinha com a barriga, sentindo-me uma louca, e foi ali que caí no sono.

Amor em jogo- RICHARD RIOSOnde histórias criam vida. Descubra agora