Não somos um casal

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Thalita Guimarães
Equador

O tempo passou voando, e quando percebi, já estávamos no estádio onde o jogo aconteceria. Ao contrário de mais cedo, o clima estava extremamente frio, então eu usava uma calça e a blusa do Palmeiras que tinha ganhado do time. Nos bastidores, tudo era uma correria sem fim! Os meninos faziam os últimos atendimentos médicos para garantir que tudo estava bem, e eu caminhava apressada para o campo, pois precisava ter uma visão de tudo que ia acontecer no jogo. Sentei-me ao lado do pessoal do marketing e do jornalismo, com meu bom e velho bloquinho de anotações para registrar os principais acontecimentos do jogo. Fui tirada do meu transe por Lucas, que falou comigo.

— Tá nervosa? — Lucas perguntou sorrindo.

— Na verdade, nem tanto — sorri de volta. — Amo tudo isso aqui e amo ainda mais esse time.

— Acho incrível o amor que você tem pela sua profissão, Thalita. Mostra que você não é uma mulher superficial — ele me encarava.

— Obrigada, eu realmente amo o que faço aqui — falei com toda a certeza, um pouco tímida.

Os jogadores entraram em campo, e meus olhos foram imediatamente atraídos por Richard. Ele parecia concentrado, seus movimentos precisos e ágeis. Mas, por mais que eu quisesse me focar nele, não pude deixar de notar a desenvoltura de Veiga. Ele estava em um ritmo impressionante, liderando o time com uma determinação palpável. Aos vinte minutos do primeiro tempo, Veiga recebeu a bola na entrada da área, fez um drible rápido e chutou firme para o gol. A bola balançou as redes, e o estádio explodiu em gritos de alegria. Eu também me deixei levar pela euforia, levantando os braços em comemoração.

— Gol! — Lucas gritou ao meu lado, já anotando freneticamente o momento.

— Que jogada incrível — murmurei, ainda com os olhos fixos em Veiga, que celebrava com os companheiros de time.

— Vai ser uma disputa interessante para ver quem será o craque do jogo — Lucas comentou, como se lesse meus pensamentos.

Enquanto anotava minhas próprias observações, minha mente voltava ao banho com Richard, à tensão e às provocações. Mas agora, vendo Veiga em campo, sentia uma mistura de sentimentos. Richard podia ser irresistível, mas Veiga estava mostrando um lado interessante de se ver, pelo menos em campo, um carisma que era difícil de ignorar. O jogo estava apenas começando, mas já estava claro que seria um grande jogo.

O segundo tempo começou com uma energia renovada. A torcida continuava a vibrar, e o clima no estádio era eletrizante. Veiga estava em uma forma excepcional, liderando o time com uma confiança impressionante. Cada toque na bola mostrava sua habilidade e inteligência tática, e ele parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Enquanto observava o jogo, notei como Richard também estava se esforçando, mas hoje era definitivamente o dia de Veiga. Quando o apito final soou, o placar marcava 3 a 0 a favor do nosso time, e Veiga foi aclamado como o grande destaque do jogo. Eu me preparei para fazer a entrevista que tanto aguardava. Meu coração batia mais rápido. Com o microfone em mãos e o crachá de jornalista visível, aproximei-me do campo onde Veiga estava sendo parabenizado por seus companheiros e aplaudido pela torcida. Ele me viu se aproximando e sorriu, ainda ofegante e suado, mas com um brilho nos olhos que mostrava sua satisfação com o desempenho.

— Raphael, parabéns pela partida incrível! — comecei, agindo profissionalmente, afinal não estávamos no CT. — Você foi eleito o craque do jogo. Como se sente depois de uma performance dessas?

— Muito obrigado, Thalita. Me sinto ótimo. Foi um jogo difícil, mas nossa equipe trabalhou muito bem junta e conseguimos impor nosso ritmo. Estou feliz por ter contribuído com um gol e uma assistência.

Amor em jogo- RICHARD RIOSOnde histórias criam vida. Descubra agora