Seis é par?

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Thalita Guimarães
CT do palmeiras/ São Paulo

Cheguei levemente atrasada no CT. "Ué, Thalita, hoje não é sábado?" Ah, meu amor, aqui a gente não para nem no fim de semana. Segunda tem jogo em casa e os treinos tinham que estar a todo vapor. Cheguei na minha sala apressada pois tinha que fazer umas publicações no Instagram do time. Minha manhã foi toda ali até eu perceber que já passava das 13:00 e eu simplesmente esqueci de almoçar. Estava tão concentrada no meu trabalho que mal percebi o tempo passar. As teclas do meu computador eram as únicas companheiras no silêncio da sala. O estômago roncava, mas eu ignorei. "Só mais um parágrafo", pensei, determinada a terminar a matéria antes de qualquer outra coisa. De repente, a porta se abriu devagar. Richard segurava um pratinho em suas mãos. Fiquei surpresa. Ele nunca tinha se mostrado tão atencioso antes.

— Achei que alguém precisava de um lembrete para almoçar, morena — disse ele com um sorriso de canto.

— Você se preocupando comigo? Esse dia vai entrar para a história! — respondi, tentando esconder minha surpresa.

Ele colocou a bandeja com o prato em cima da mesa. O cheiro de comida fresca encheu a sala e meu estômago roncou novamente, desta vez mais alto.

— Bom, alguém tem que garantir que você não desmaie de fome — disse, sentando-se todo largado na cadeira à minha frente — Peguei o que achei que gostasse.

— Não precisava, Montoya — respondi, realmente agradecida e surpresa.

— Para de ser complicada e come logo, vai — ele disse, me fazendo revirar os olhos.

Peguei uma garfada da comida, começando a comer, sentindo o alívio imediato da fome sendo saciada. Enquanto Richard me provocava com as piadinhas de sempre, a conversa fluía naturalmente, entre risos e provocações amigáveis. Então, a porta se abriu bruscamente e Lucas, também jornalista, entrou na sala de repente. Eu e Richard nos sobressaltamos, os olhos arregalados de surpresa. O que iriam achar de nós dois assim, sozinhos e com tanta intimidade?

— Atrapalho? — Lucas perguntou, claramente confuso e desconfiado.

Eu e Richard trocamos um olhar rápido, tentando pensar em uma desculpa convincente enquanto meu coração disparava.

— Não, claro que não, Lucas — falei assim que engoli a comida.

— E como atrapalha — falou baixo, porém eu escutei.

— Falou algo, Richard? — Lucas encarou o jogador, aumentando a tensão.

— Não, acho que você está ouvindo coisas, Lucas.

Lucas franziu a testa, claramente não convencido. Ele olhou de mim para Richard e de volta para mim.

— Vocês dois me parecem nervosos, aconteceu algo?

Richard deu de ombros, olhando para o relógio como se estivesse entediado.

— Talvez porque você entrou aqui como um furacão? Assustou a gente.

Lucas ainda parecia desconfiado, mas soltou um suspiro, como se estivesse tentando decidir se deveria continuar pressionando ou não.

— Certo. Bom, eu estava procurando uns documentos, mas parece que entrei na hora errada. — Ele olhou para mim, depois para Richard. — Continuem com o almoço, então.

— Valeu aí, cara — Richard sorriu, claramente debochado.

Quando ele saiu, a tensão na sala era palpável. Eu soltei um suspiro de alívio e olhei para Richard, que ainda estava com uma expressão de desdém.

Amor em jogo- RICHARD RIOSOnde histórias criam vida. Descubra agora