Amor em jogo- RICHARD RIOS

Foi para o meu sobrinho..

Thalita Guimarães
Salvador/ Bahia

Depois do susto que passei mais cedo com Maria, me sentia mais tranquila e calma para encarar o jogo de mais tarde. Voltamos do treino com pouco tempo de descanso. Até pensei em dar uma passadinha no Richard, mas ele precisava de concentração e foco. Passei essa horinha de descanso mexendo no celular e, mesmo que não seja do meu tipo, acabei abrindo o Instagram da tal Nicole. Não resisti em ver se o Richard ainda a seguia. Sorri instantaneamente ao ver que ele não seguia mais. Por curiosidade, fui olhar quem a seguia e vi que Juvena Montoya, com um sobrenome que parecia familiar, ainda a seguia. Cliquei no perfil dela e logo descobri que Juvena era prima do Richard. Não pude resistir e comecei a explorar o perfil dela. Antes que eu percebesse, já estava no Instagram da mãe do Richard, vendo fotos antigas de família. Foi quando encontrei uma foto adorável de Richard com sua mãe. Achei que Maria acharia engraçado, então resolvi enviar a foto para ela. Mas, no meu desespero e distração, acabei enviando diretamente para o Richard.

Quase imediatamente, recebi uma resposta dele:

"Anda stalkeando sua sogra, morena?"

Meu rosto esquentou de vergonha. Não sabia o que responder. Decidi ser honesta e jogar com humor.

"Era para Maria!! Achei engraçada sua cara na foto, queria mostrar isso e não parecer uma stalker"

Ele logo respondeu, me deixando aliviada:

"Sem problema, Thalita. Achei engraçado. Você pode stalkear minha família à vontade."

"Bem, obrigada pela permissão!"

Bloqueei o celular rindo sozinha da besteira que tinha feito, e aí lembrei que precisava me arrumar. Então dei um pulo da cama, indo direto pro banho. Coloquei o uniforme junto de uma calça de alfaiataria, já que, mais uma vez, a função de entrevistar o craque da partida ficou para mim. Peguei minha bolsa e desci rumo à saída do hotel. Os jogadores já estavam no estádio onde seria o jogo, então não tinha conseguido ver o colombiano antes dele ir. Cheguei no local do jogo já entrando na área dos jornalistas. Estávamos em Salvador, e a torcida do Vitória dominava o estádio, deixando o ambiente ainda mais tenso. O primeiro tempo foi relativamente parado, mas Richard estava se destacando bastante, o que não passou despercebido por Juliana e os outros jornalistas ao meu redor.

— Esse colombiano está jogando muito hoje, hein? — comentou Juliana, acenando em direção ao campo.

Eu apenas assenti, tentando parecer profissional enquanto observava cada movimento de Richard. O segundo tempo começou parado, me deixando ainda mais aflita, especialmente com uma pequena discussão que teve entre Richard e outro jogador do time rival, mas não se estendeu. Já sem esperança alguma, suspirei pesado ao ver que iríamos terminar no zero a zero, mas Richard finalmente abriu o placar com um gol impressionante. Meu coração disparou quando ele fez um "T" com os braços como comemoração antes de dançar com Endrick em campo. Fiquei boquiaberta, sabendo que aquele gesto era para mim.

Juliana, percebendo minha reação, não perdeu a chance de me provocar.

— Ei, Thalita, parece que esse "T" foi pra você, hein? — disse ela, com um sorriso travesso.

Tentei disfarçar meu nervosismo e neguei rapidamente.

— Claro que não, Ju. Deve ser algo dele com os amigos, sei lá — respondi, tentando manter a compostura. Afinal, só os mais próximos sabiam do meu caso com Richard, e não queria que isso se tornasse um assunto entre os jornalistas.

Enquanto anotava mais alguns detalhes sobre o jogo, não conseguia evitar um sorriso discreto. Aquele "T" significava mais do que qualquer um ali poderia imaginar, e saber que Richard pensava em mim mesmo durante um jogo tão importante me deixou emocionada. Fiz uma anotação final sobre o desempenho de Richard e me preparei para a coletiva de imprensa pós-jogo, ainda sentindo aquele calor no peito por causa da sua comemoração. Me preparei para entrar no ar com Richard ao meu lado.