Entrega Inesperada

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Thalita Guimarães
São Paulo

Na noite passada fui dormir com piadinhas e provocações de Maria falando que sempre soube que o meu beijo com Richard iria acontecer, nunca vi alguém tão feliz por saber de um beijo que não foi seu. Já eu estava totalmente o oposto, o arrependimento bateu na hora de dormir, fiquei pensando como iria ser chegar no outro dia no CT e dar de cara com Richard depois de tudo, se antes eu já me sentia nervosa imagina agora? Rodei a cama de um lado pro outro tentando dormir oque não deu muito certo, no fim se eu dormir 6 horas foi muito. Fiz o café de todo dia, afinal Maria era um desastre na cozinha, olho para o relógio e vejo que já estava quase dando 7:00 da manhã então corro para sair,"A Thalita você não entra só as 8:00?" Eu não estava nem um pouco afim de esbarrar com Rios no corredor, não iria ter reação ah qual é, ontem mesmo o cara estava com a mão em minha bunda e hoje eu teria que olhar na cara dele como se nada tivesse acontecido? Prefiro então não olhar. Enquanto caminho para a portaria, tento me convencer de que estou fazendo o certo. Talvez com o tempo, as coisas voltem ao normal. Não posso deixar que um momento de fraqueza, por mais incrível que tenha sido, atrapalhe tudo. Chego ao CT com uma sensação de alívio misturada com tristeza. Precisava de um pouco de espaço para pensar, longe dele. Entro e começo a me preparar para o dia, determinada a focar no trabalho e afastar Richard dos meus pensamentos, pelo menos por enquanto. Me assusto quando ao passar na cantina vejo Veiga sentado ali tomando seu café tranquilo

—Caiu da cama também?— falo gentil

—Na verdade nem dormir— ele falou desanimado

—somos dois então— me sento de frente para ele— quer conversar? Não sou psicóloga porém sou uma boa ouvinte— sorrio fraco

—Minha ex tentou voltar ontem à noite. Foi uma confusão. Eu disse que não queria reatar, mas isso me deixou pensando demais.— ele fala cabisbaixo

—Imagino como deve ser difícil. Às vezes as coisas se complicam quando menos esperamos— olho pra ele— era complicada? A relação de vocês?

— Ainda é— ele ri amargamente— parece um grande ciclo sem fim sabe? Sempre terminamos por os mesmos motivos e voltamos dizendo que vamos melhorar

— É como se vocês dois tivessem medo de deixar isso pra trás né? Por já se algo tão comum

— Exatamente, já tenho 28 anos e penso se não é mais fácil aceitar me casar com a Bruna e conviver por ser mais "conveniente"

— Sei que não sou próxima e que estou só a dois dias aqui, porém acho que você precisa tirar um tempo pra você, experimentar como é viver ser está nesse vai e volta sabe? — falo sincera e ele prestava atenção a cada palavra

— Talvez você tenha razão Thalita, preciso desse tempo pra mim— falou um pouco mais animado me fazendo sorrir— E você? Parece que também não teve uma noite das melhores

— Algo assim. Sabe quando você faz algo impulsivo e depois não tem certeza se foi a escolha certa?

— Sei exatamente como é— ele ri baixinho

Nossa conversa se prolonga, ambos compartilhando frustrações e desabafos, nunca prensei que fosse falar da minha vida pessoal para Raphael Veiga o ídolo do meu pai. Não percebo o tempo passar até que Richard entra no refeitório. Seus olhos encontram os meus e, em seguida, se estreitam ao ver Veiga sentado à minha frente. Ele caminha em nossa direção, claramente desconfortável com a situação.

— Bom dia, pessoal— Richard diz, tentando manter a voz casual, mas percebo a tensão.

— Bom dia, Richard— respondo, sentindo um nó se formar no meu estômago.

Amor em jogo- RICHARD RIOSOnde histórias criam vida. Descubra agora