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NOLAN

Abro os olhos e sinto muita fraqueza, na verdade, não sei se já senti isso alguma vez na vida.

- Alessia!

É a primeira coisa que me vem em mente, após os fragmentos que estava surgindo em minha cabeça.

Porra. Meu pai me matou? Eu estou morto!

- Nolan! Nolan!

A voz suave de Alessia me tira do transe e eu ainda fico em dúvida, se morri ou não. Mas se eu morresse, eu não estaria no céu.

Mãos pequenas seguram o meu rosto, e assim que consigo abrir os olhos sem sentir dor, encontro os olhos mais lindos do mundo. Monstrinha!

- Você está bem? Você... Meu pai..

- Calma, meu amor... esta tudo bem!

Seu rosto está diferente, seus olhos estão inchados, e seus cabelos negros estão presos em um coque desleixado.

- Eu achei que você não iria acordar, eu fiquei com tanto medo de perder você!

Não digo nada, mas apenas aceito o seu carinho em meu rosto e o beijo em minha bochecha. E ficamos assim por muito tempo. Mas eu precisava de respostas.

- Alessia, eu poderia conversar com Russo agora? Eu...

- Nolan, não me afaste, por favor!

Droga! Eu só precisava saber o que aconteceu, se ela foi machucada e o que aconteceu com o meu pai. E eu não conseguia encarar ela, não depois de tudo. Eu não consegui protegê-la!

- Por favor, Alessia!

Vejo lágrimas em seus olhos e eu me odeio por isso, acabei de sair da porra de um "sono profundo", segundo a fala da enfermeira que agora pouco veio trocar a minha medicação.

- Ok, eu vou pra casa então. Até mais, Nolan!

Ela levanta da cama a qual estava sentada me acariciando e eu fico com a porra do meu coração chamando por ela, mas eu não conseguia pronunciar as palavras.

Porque ela estava lá? Por que ela foi atrás dele?

Assim que ela sai, Russo aparece e ele também está abatido, mas seu sorriso que antes era destinado a Alessia, desaparece ao fechar a porta e me encarar.

- Porque você a mandou embora, senhor? Ela ficou presa nesse hospital pelas últimas 3 semanas, não saia desse quarto para nada. Eu fui obrigado a agir como um canalha e empurrar ela no banheiro e trancar a porta com a cadeira, para que ela tomasse um banho e descansasse um pouco.

- O que aconteceu? Meu pai...

Ele se senta na poltrona ao lado e tira um envelope dobrado de dentro do terno.

Abro e vejo as fotos. O rosto do meu pai estava todo ferrado e furado, ele parecia um queijo suíço. E ao mesmo tempo que eu estava aliviado, também estava triste.

Era o meu pai, no final das contas!
Mesmo que ele quisesse me ver morto.

Desde sempre....

- Você fez isso?

- Não, senhor! Eu apenas dei um fim no corpo.

Levanto uma sombrancelha e então me sento na cama desconfortável do hospital e encaro o meu braço direito.

-  Diga, Russo.

- Alessia, senhor... eu a encontrei em cima dele o esfaqueando e gritando! Ela estava fora de si, e eu percebi que seu rosto estava cheio de sangue, eu até achei que ela estava machucada, mas não era dela...

JUST PRETEND - NOLAN Onde histórias criam vida. Descubra agora