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— Quanto mais você se envolver com o Mike e seus amigos, mais rápido você irá se corromper! - Felix coloca sua mão direita sobre meus cabelos, arrumando uma mecha solta atrás da orelha

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— Quanto mais você se envolver com o Mike e seus amigos, mais rápido você irá se corromper! - Felix coloca sua mão direita sobre meus cabelos, arrumando uma mecha solta atrás da orelha.

Coro, pela primeira vez em muito tempo, sinto minhas bochechas corarem.

— Você escutou algo? - Aperto meus punhos, tentando esconder todo o desconforto da situação em que me encontro.

— Tudo! Absolutamente tudo! - Sua mão desce até meu queixo — Se o diretor estivesse no meu lugar, o que você faria? - Ele me encara nos olhos, mostrando preocupação em seus olhos verdes. —Se deseja realizar esse tipo de ação, há outras maneiras e lugares adequados, não se submeta a isso!! - Ele parece me repreender — Você está se tornando tão ruim quanto Mike, quando permite que ele te toque sem permissão, ou será que você gosta disso? - Ele solta meu queixo e encosta novamente na parede, olhando para mim.

— Não sei!! - Estou envergonhada, parada diante dele, me sinto como a antiga tímida e boba Kylie. Mas quando estou com Mike, minha personalidade muda, eu me torno a mais rebelde de todas.

— Você está tão ansiosa para perder a virgindade e se tornar adulta logo, que está se perdendo! - Ele se aproxima, arrumando minha saia, que está toda amassada — Faça isso com alguém que você realmente goste!!

— Está...tudo bem - Gaguejo, e sei que agora estou mais vermelha do que o meu gloss de cereja.

Diante de mim, com um sorriso gentil, ele me faz uma proposta.

— Aceite sair comigo! - Ele não pede, mas sim impõe, seu tom de voz grave e rouco deixa isso claro.

— Mas você é o irmão mais velho do Mike! - Encaro seus olhos com determinação.

— Não se preocupe, eu sou muito melhor que meu irmão mais novo! Ele ainda é um garotinho tolo! - Ele sorri, mantendo sua expressão tranquila e madura diante de mim.

— Está bem! - Concordo.

Após trocar nossos contatos, retorno à sala para pegar minhas coisas, pois é hora de ir para casa.
Devido à minha demora, percebo que estou sozinha na sala, organizando meus cadernos. Nesse momento, vejo Mike parado na porta.

— Não se preocupe com a pressa, estou tranquilo! - Ele diz, apoiado na porta com os braços cruzados.

— Algum problema? - Evito olhar diretamente para ele.

— Hoje eu irei te acompanhar até em casa! - Sua voz transmite convicção e firmeza.

— Felix já se ofereceu para me acompanhar! - Ainda sem encará-lo, informo.

Mike adentra a sala e se aproxima de mim, ficando na minha frente e me atrapalhando enquanto guardo minhas coisas.

— E eu permiti! - Ele resmunga, com uma expressão nada amigável.

— Você é meu dono, Mike? - Encaro seus olhos com determinação — Aliás, Mike, o que eu represento para você? Uma presa? Uma novidade? É porque ainda sou virgem? - Com firmeza, expresso meus pensamentos.

— Mas precisa ser meu irmão? - Ele pega a bolsa de minhas mãos e a coloca sobre seus ombros.

— Você não respondeu, não rodeie! - Cruzo os braços, batendo devagar meu calcanhar direito no chão, demonstrando impaciência.

— Eu não sei !! - Com uma resposta simples, ele me encara.

— Você não sabe porque vive com várias garotas, sai com todas! - Permaneço imóvel.

— Já faz um tempo que não faço isso! Não me julgue assim monstrinha! - Ele sorri, parecendo sarcástico.

— Sério? - Faço bico — Que engraçado, esses dias te vi transando com uma garota no vestiário!! - Pego minha bolsa de suas mãos.

—Por que você está se comportando dessa maneira monstrinha? - Ele parece surpreso e sem palavras.

— Imbecil!! Não me faça parecer tola! - Saio batendo meus ombros contra o corpo dele. Parada na porta, o examino de cima a baixo. — Eu não quero você, rejeito você de todas as maneiras possíveis!!

Parto, deixando-o para trás. Felix não vai me levar para casa, tudo não passou de uma mentira descarada

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Ao retornar para casa, logo percebo meu cigarro, que havia guardado há algum tempo, com a citação de Mike, sobre a mesa de centro da sala. O cigarro não deveria estar ali, algo está errado, pois lembro claramente de tê-lo escondido na gaveta da minha mesinha.
Dirijo-me ao meu quarto e encontro minha mãe lá, organizando minhas malas.

—Por que está mexendo nas minhas coisas? - Confesso que estou com medo.

— Me diga, há quanto tempo você está faltando às aulas? Há quanto tempo está fumando? - Ela joga a mala na minha cama e se aproxima de mim, apertando meu pulso.

— Mãe, você está apertando com força!! - Tento me soltar do aperto dela. Ela me empurra, fazendo-me colidir com a minha antiga mesinha.

— Você é uma vergonha, uma completa vergonha para mim!! - Ela está furiosa — Você costumava ser tão doce e diferente, onde está aquela Kylie!!

— Você a destruiu!! - Aproximo-me da minha mãe, ficando cara a cara — Você a matou e a enterrou há muito tempo!! - Cerro os punhos, parada diante dela, com as sobrancelhas franzidas, demonstrando raiva e decepção. Sinto o ardor no meu rosto, após receber um tapa, um belo tapa.

— Você é igualzinha ao seu pai!! Você é uma decepção! - Ela sai, virando as costas para mim.

Com toda a minha força, eu bato a porta do quarto, aguardando a chegada do meu pai.
Acariciando o meu rosto diante deste espelho antigo, converso com o reflexo da antiga Kylie.

— Você é uma pobre Kylie, uma jovem tímida, lamentável e vulnerável! - Coloco as mãos na cintura, ainda dialogando com o meu reflexo. — Eu não desejo ser você, não quero ser gentil e dócil, não há nada de positivo em ser como você, Kylie.

Como se estivesse delirando, converso comigo mesma, questionando-me e culpando-me por algo que não era minha culpa. A buzina toca lá fora, sem olhar para trás, eu sigo em direção ao meu pai, pegando o cigarro que Mike me deu da mesa de centro e guardando no bolso da blusa. Deixo para trás a antiga Kylie e tudo o que nunca me pertenceu.
Mike, Felix, Madison, Riley e Nico, minha mãe, meu irmão Kairo, eu os deixo para trás, como se nunca tivessem existido em minha vida

《Elimine a parte triste e lamentável que existe dentro de si. Permita que sua nova versão floresça, mesmo que isso tenha um preço elevado》

No veículo, escuto sermões mais severos do meu pai, porém, ao contrário do que sempre ouço da minha mãe, em sua voz há afeto e cuidado.
Observando a paisagem pela janela do carro, decido enviar uma mensagem para Felix, depois de fazer o necessário, removo o chip. Estou ciente de que não retornarei em breve, talvez nunca mais. Permito que meu corpo se acomode no banco traseiro do carro. Fecho os olhos, buscando meu refúgio favorito, a imaginação.




















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