páginas de um livro bom!

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****POV. Kara****

- Você se transformou numa tirana, Lena? - o tom de voz de Kara revelava toda sua frustração e tristeza.

- Tirana?! - Lena fez uma careta. - E você, “minha querida”, continua sendo uma alma angelical.

Aquela “minha querida” atingiu a alma de Kara. Lena só usava esse termo para ridicularizar ou insultar uma pessoa.

- Fale-me sobre Harleen Quinzel! - exigiu Lena, entre dentes.

Kara riu, nervosa, porque o que estava acontecendo parecia-lhe irreal. Como Lena ousava exigir alguma explicação, depois de três anos sem dar notícias?

Caminhou de volta para a mesa, pousou as palmas sobre o tampo e a encarou, ousada e petulante.

- Sexo! - mentiu. - Sou muito boa nisso, se você se lembra bem.... Harleen também é dessa opinião. Ela...

Lena possessa rodeou a mesa, antes mesmo que Kara pudesse dizer mais uma palavra. Em segundos, ela se sentiu deitada de costas sobre a mesa, com Lena por sobre o seu corpo, praticamente. E no segundo seguinte experimentava novamente, aquela sensação gostosa que jamais esquecera.

Aquela que envolvia o toque de Lena, seu peso, seu corpo, e a linda feição morena com desejo de saborear. O calor que invadiu seu corpo, veio lhe mostrar que nunca esquecera aquela proximidade. Que nunca deixara de desejá-la.

- Repita o que acabou de falar, desta posição! - Lena ordenou.

- Solte-me! - desesperada e trêmula, Kara tentou empurra-la, mas só conseguiu sentir ainda mais seu calor.

- Repita, Danvers! - a voz rouca, tornara ainda mais rouca. Seus olhos verdes, refletiam toda raiva que sentia daquela mulher que ainda tinha o poder de faze-la sentir-se daquela forma...

- Não preciso fazer mais o que você me ordena. Nunca mais...

Lena soltou uma risada ofensiva.

- Desculpe-me desaponta-la, “minha querida”, mas você ainda mexe comigo. - e, movendo seus quadris contra os de Kara, alcançou-lhe os cabelos soltando-os.

O espanto e a excitação parecia querer tirar o ar dos pulmões de Kara.

- Você não pode fazer.... - sua voz foi sumindo, a medida que foi reconhecendo no olhar de Lena, o mesmo fogo que tantas vezes, compartilharam. Instintivamente, seus próprios quadris movimentaram-se em resposta.

Lena tornou a rir, e sussurrou, enquanto seus dedos corriam pela cascata de cabelos loiros e sedosos.

- Assim.... você se parece mais com a gata selvagem com quem me casei....

Seus olhares não se desgrudavam, fixos, numa batalha de sentidos.....

Então, Kara sentiu os dedos experientes de Lena deslizarem para os botões do blazer. O tecido dividiu-se ao meio, revelando a blusa abotoada até o pescoço.

- Por que essa roupa toda, Kara? O que está tentando provar? – Lena fervia por dentro, numa mistura de medo, mágoa, ciúme e tesão... - Ou essa é a maneira que você aprendeu a se compor para sua amante? Ela gosta de despi-la peça por peça, é isso?

Com muito esforço, para que sua voz saísse e, com desejo de machucar, Kara respondeu à provocação.

- Sim... quanto mais peças eu ponho, mais excitada ela fica! - mesmo notando o brilho ameaçador no olhar negro, ela continuou. - Diferente de você, que não tinha a sutileza de me notar, a menos que eu já estivesse nua na cama e convenientemente pronta, para satisfaze-la.

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