Eu te amo, isto é fato....

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*** LENA***

- Pode usar o banheiro agora, "senhorita teimosia"! - Lena disse com voz divertida, após deixar o banheiro.

- Eu usarei depois que você tiver ido embora.

Lena estancou ao ouvir aquilo.

- No caso de ter esquecido, meu bem, você irá comigo. - falou, se abaixando para pegar suas roupas e também para esconder a dor que aquela frase lhe causou.

- Não, eu não vou. - disse Kara, teimosa.

- Claro que vai. Não pode ficar neste lugar, e sua tia...

Kara se virou para encara-la com aqueles olhos de um azul mar. Parecia tão frágil, tão pálida... etérea até, como se pudesse a qualquer momento sair voando pela janela aberta.

- Eu seria muito grata se você pudesse hospedar titia por esta noite.... - sua voz era fraca, quase sem emoção - Tem razão sobre este lugar, ele não é um local adequado para ela. Mas, ficarei aqui e a pegarei amanhã a caminho do aeroporto.

- Você vem comigo! - persistiu Lena, sem querer pensar sobre o amanhã.

Mas Kara meneou a cabeça.

- Acho que já cometemos erros demais num só dia.

- O que fizemos aqui não foi um erro. - disse Lena, suspirando.

Durante o tempo em que tomou seu banho, sozinha, também pensou da mesma maneira que Kara. Mas, naquele instante, após tornar a vê-la , não queria que aquilo fosse um erro.

- Nós acabamos de fazer amor.... - disse, com imenso carinho, tentando convencer aquela ruiva teimosa.

Kara, exausta, ignorou a explicação em forma de súplica de Lena.

- Vá embora, Lena. Por favor!

"Vá embora! Você está dispensada!" - pensou Lena, agoniada.

- Assim aquela fulana pode retornar? - Lena provocou, lançando-lhe um olhar de desafio e esperando o revide.

Mas, estranhamente, Kara nada disse. Apenas caminhou para o banheiro e a deixou parada ali, feito uma tola apaixonada.

Lena olhou ao redor do pequeno quarto de hotel, notando o piso de madeira gasto, mas muito bem encerado. Embora a mobília fosse velha, tudo parecia estar conservado e extremamente limpo. Fitou a cama desarrumada, com lençóis desbotados e o edredom laranja, pensando em sua própria cama king size, com finos lençóis bordados de algodão branco.

Sem esforço algum, visualizou o corpo maravilhoso de sua amada entre aqueles lençóis ou sentada no chão de carpete branco, fazendo a seleção das fotos que acabara de revelar. Onde quer que Kara estivesse em sua casa ou em sua vida, ela criava um glorioso contraste. E ela sentia mais saudades daquele contraste do que ousava supor.

O som do chuveiro sendo desligado a chamou de volta à realidade. Quando a porta do banheiro se abriu, soube que ia acontecer a seguir, e que ela ia ter que convencer Kara a aceitar aquilo.

- O que você acha que está fazendo? - Kara protestou, perplexa.

Lena, já vestida, arrumava a mala dela.

Tinha separado para Kara um conjunto de lingerie e o único vestido que encontrara.

- Isso está bastante óbvio. - respondeu, tentando parecer segura e, desviando o olhar daquela figura tentadora, vestida com um conhecido robe azul e cheirando a banho.

- Mas eu falei...

Lena a encarou.

- Eu acho que... estou reconhecendo este robe...

Uma segunda chance.Onde histórias criam vida. Descubra agora