Pois, certamente, este será o caminho

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***POV. KARA***

O percurso de volta aconteceu em total silêncio. Lena deixou Imra em casa, primeiro. Quando ela desceu do carro, voltou-se para Kara e falou, sem jeito:

- Desculpe-me, Kara! Nunca pretendi...

- Hoje não, Imra... - Lena a interrompeu. - ...conversaremos uma outra hora, mas agora Kara e eu temos que ir.

- Tudo bem, Lena. - Imra resmungou, ainda mais envergonhada.

Com brusquidão, Lena partiu, cantando os pneus do carro. Quinhentos metros adiante, ela estacionou e desligou o motor.

- Fale, Kara....! Mais um segundo e você vai explodir. - disse -lhe, tentando parecer calma e, tocando sua mão.

Porém, a loira puxou-a, evitando seu toque.

- Muito bem! Vamos por os pingos nos ís... - começou Kara, esforçando-se para que sua voz saísse. - ...Fui insultada e ameaçada em cada oportunidade que surgiu. Fui posta a desfilar diante sua família preconceituosa e sua falta de confiança... - sua voz falhou, novamente, na rouquidão da vontade de chorar, mas manteve-se firme. -... Agora, sou forçada a encarar essas malditas fotos... - uma lágrima ameaçou-lhe escapar dos olhos. - ...acha mesmo que, pelo fato de serem falsas, elas perderam o poder de me ferir?

- Claro que não, meu amor... - a morena sussurrou e, novamente, tentou se aproximar. E Kara, novamente, se esquivou, sem deixar de encará-la.

- Ainda não terminei... Enfrentei o veneno de Andréa, enquanto você perseguia o culpado no lugar errado! E, a ouvi difamá-la e, ainda assim, acreditei em você... - soluçou. - E você, Lena, precisou de um detetive para tentar acreditar em mim? Meu Deus! Por que tem que ser assim? Por que estamos trilhando a mesma estrada de quatro anos atrás? - Kara mordeu o dedo, para segurar o choro e, desviou o olhar.

- Não é a mesma coisa! - a voz da morena, estava mais rouca que o normal.

- Mas tem o mesmo gosto horroroso! - riu, triste e, continuou. - Sua mãe está preparada para gostar de mim, pelo seu bem... agora, sua irmã quer fazer o mesmo e, pelo mesmo motivo. Acha mesmo que me importo se elas gostam de mim? - Kara suspirou cansada e, sem esperar resposta, completou. - Não, não me importo! Na realidade, acho que não me importo mais com você!

Lena olhou para ela, assustada.

- Você não pode estar sendo sincera!

Kara, fitou a feição transtornada da morena e desejou não estar sendo sincera.

O silêncio se fez presente. Ambas estavam sofrendo com aquilo tudo. Uma Mercedes prata vinha pelo caminho e parou ao lado de Kara.

- Algo errado? Podemos ajudá-las?

Kara voltou-se para encarar Jhonn. Ao lado dela, no assento de passageiro, sua tia se curvava para olhá-la.

- Sim, Sr. Jhonn! - Kara abriu a porta e, Lena não tentou detê-la, mas saiu do outro lado. - O senhor pode me dar uma carona... - e, se acomodou no banco de trás.

- E Lena?... - ele começou

- Dirija! - Kara ordenou, em inglês.

Jhonn olhou-a, pelo retrovisor, perplexo.

- Desculpe-me pela minha grosseria... - Kara murmurou e começou a chorar.

- Por favor, Jhonn, dirija! - murmurou tia Eliza, com toda sua calma.

Calado, Jhonn fez o que lhe mandaram. Olhando pelo retrovisor, viu a sobrinha abandonada ao lado de seu carro, parecendo uma mulher que acabara de ser destruída.

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Já passava das 20:00 horas, quando Lena estacionou seu carro em frente à sua casa. A Mercedes de tio Jhonn ainda estava lá, além de outros dois carros. Ao entrar, Lena seguiu o murmuro das vozes que vinham da sala de visitas.

Da porta, pode avistar, além de tio Jhon e tia Eliza, Imra, Lilian, Lois e Clark. Kara não estava ali.

- Filha?! - chamou sua mãe, fazendo os outros se voltarem. - Onde esteve?


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