Começamos o caminho rumo ao paraíso.

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***POV. Lena***

Lena entrou na suíte, onde Kara dormia, sem fazer barulho.

Olhando ao redor, percebeu a luz tímida do abajur e as cortinas se movendo ao sabor da brisa leve que entrava pela janela aberta, deixando o quarto fresco, naquela noite quente.

Fechou a porta com muito cuidado e se aproximou da cama onde a sua loirinha, estava de bruços e com os braços simulando um travesseiro, dormia serenamente.

Os longos cabelos estavam esparramados pelos ombros e sobre o rosto, escondendo-o. Sua feiticeira ainda usava aquele tipo de camisolas diáfanas, que atiçava tanto seu desejo. Sentiu-se desorientada e enternecida, com aquela visão.

Silenciosamente, sentou-se na beirada da cama e ficou um bom tempo observando-a, imaginando que tipo de emoção era aquela que ela lhe despertava. Era algo além do amor... Ela, Lena, costumava denominar, para si mesma, de “o feitiço de Kara!”. Desejou acordá-la com beijos e poder continuar o relacionamento de onde tinham parado, quando deixaram Londres...

Onde tinham errado? Trabalhara tanto por ela... por elas, que não soube perceber o momento da aproximação de Liam! Será que por um momento apenas, sua mulher tinha se interessado pelo irmão tão adorado? Franziu o cenho, descontente e dolorida com aqueles pensamentos.

Num gesto meio perdido, estendeu a mão e, com um toque muito sutil, retirou a mecha dos cabelos sedosos descobrindo o rosto de pele clara e macia.

- O quê... - murmurou Kara, sonolenta. - Lee?

Lena não conseguia deixar de se encantar com aquela mulher que, despertava devagar, piscando os grandes e sonhadores olhos azuis por diversas vezes.

Kara se espreguiçou e, ao se mover rolando seu corpo, Lena pode perceber que o lado do rosto que estivera apoiado, estava mais rosado. Devagar, Kara rolou de vez o corpo e ficou de barriga para cima.

A camisola não pôde esconder a calcinha de renda branca. Lena perdeu a respiração com aquela visão tentadora, seu pulso acelerou e ela, sem mais se conter, respirou fundo e deitou-se ao lado da amada.

Kara estava quente e sedutora, ela bem sabia, então passou a acariciar o colo, com ternura e carinho.

- Está tudo bem com você? - perguntou Kara, preocupada, ao notar um brilho úmido nos olhos verdes que tentavam segurar lágrimas.

- Sim! - foi a resposta curta, trêmula e nada convincente.

Ainda sonolenta, Kara estendeu a mão e tocou-lhe a face.

Lena, segurando seu pulso, levou sua mão de encontro à sua boca e beijou-lhe, delicada. Fechou os olhos, e então duas grossas lágrimas caíram, junto com a sensação de que tinham tomado o caminho errado.

Kara, rolou o corpo novamente para o lado e, apoiando-se ao cotovelo, aproximou-se e ficou a admirar àquela mulher forte, mas que lhe parecia muito frágil, naquele momento.

- Brigou com Lilian? - arriscou, mexendo nos cabelos escuros e lisos, que desgrenhados, logo voltavam à forma em camadas.

Lena, só meneou a cabeça, numa negativa.

Ficaram alguns segundos assim, em silencio, olhos nos olhos. O quarto, mergulhado num silêncio gostoso e sensual, apesar das lágrimas da morena.

Calmamente, Kara começou a beijar-lhe os cabelos, os olhos, a face. Podia perceber a respiração de Lena se alterando. Uma sensação de poder a fez sorrir. Lena, lentamente, foi levantando seu rosto, num convite urgente e mudo.... Em seus olhos, o brilho de um desejo familiar e sensual, tornava-os ainda mais apaixonados.

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