Novos horizontes....

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***POV. Lena***

Dormiram enlaçadas e acordaram ainda juntas, tomaram banho juntas e apenas se separaram quando Lena teve que voltar para sua suíte para se vestir.

Reencontraram-se na varanda, onde Cat servia-lhes o café da manhã. O primeiro empecilho surgiu quando Kara viu que Lena estava vestida para o trabalho, quando ela precisava tanto que ela ficasse a seu lado.

- Será por algumas horas, apenas, Kah.... – Lena prometeu, quando percebeu a expressão decepcionada da sua loirinha. Beijou-lhe, levemente, os lábios e sentou-se também.

- Bem...esta é a nossa realidade.... - Kara, sorriu, meio à contra gosto.

- Estou em São Paulo há poucas semanas, após uma longa estada na Espanha, meu anjo. E o casamento de Lex será um grande evento que está envolvendo todos nós.

- Quando será? – Kara perguntou, curiosa, enquanto servia um fatia de queijo branco, no prato de Lena.

- Na próxima semana... - agradeceu-a pela delicadeza e, passou a encher o copo de ambas de suco de frutas. - Estou sendo designada para diversos jantares que mamãe organizou, e também para escoltá-la para aqueles que a família de Lana está organizando. Está é a razão de eu tê-la deixado ontem à noite....- ela parou de falar para servir uma xícara de café para Kara. - ... está noite devo fazer o mesmo... a menos que eu consiga convencê-la a me acompanhar!

Lena viu o sorriso de Kara desaparecer e os cílios baixarem, enquanto buscava uma desculpa aceitável para recusar o convite.

E ela veio na figura de Eliza, que apareceu na varanda, caminhando com a ajuda do andador de metal.

Ambas se levantaram e, sorrindo, cumprimentaram-na.

- Mais que bela visão, Eliza! - exclamou a morena, com simpatia, beijando-lhe a face. - Suas pernas ficam muito mais bonitas quando avistadas em pé.

- Deixa disso, garota! - censurou-a, Eliza, enrubescendo, mas com os olhos brilhando de satisfação pelo elogio. - Não posso mudar de ideia sobre este calor bárbaro ou, sobre este Sol cruel a está hora do dia, mas me sinto muito mais forte hoje.

Kara também beijou a tia e, ajudou-a a se sentar. Lena observava a ternura, o amor e o cuidado com que sua bela mulher tratava a tia. Também percebeu o grande alívio em seu semblante, pela conversa interrompida.

Foi até o interfone e pediu um bule de chá e, voltou a sentar. Não demorou muito, Cat chegou com o chá. Lena fez questão de servir Eliza, mas notou que Kara mal olhava para ela.

Durante o café, conversaram sobre algumas banalidades, até que, depositando sua xícara de café sobre a mesa, a morena decidiu:

- Eliza, Kara e eu temos uma festa esta noite e, .... - sentiu o olhar de Kara sobre ela. - ... ficaríamos muito honradas se você nos acompanhasse!

Pronto! Ela apostara no ponto fraco da amada e, parecia ter dado certo. Pelo que lembrava, tia Eliza tinha uma vida social bem agitada antes do acidente.

- Sério? Que ótimo! - exclamou, feliz e vibrante, Eliza.

Kara fulminou-a com um olhar.

- Nós não viemos à São Paulo preparada para festas, Lena. - disse-lhe, séria.

O rosto feliz da tia, se fechou pelo desapontamento. Ao notar aquilo, Kara se sentiu como se estivesse maltratando um animalzinho doente.

- Sem problemas, mulheres de minha vida!... Nada que um passeio de uma hora pela cidade não possa resolver.- Lena não ia entregar os pontos, agora.

- Claro! - Eliza tornou a se animar. - Temos o dia todo pela frente para encontrarmos algo, filha! Que festa é essa?

Lena voltou a atenção para a alegre senhora e lhe explicou sobre o casamento do irmão, na próxima semana e, que a comemoração daquela noite, ficava à apenas meia hora dali, na casa dos futuros sogros de seu irmão.

- Você não está jogando limpo.... - disse Kara, em português. - Sabe muito bem que eu não quero ir!

- O que falou, filha? – Eliza quis saber.

- Kah disse que não acha certo esperar que você faça compras e que passe a noite festejando. - Lena mentiu, sorrindo. - Sendo assim, vamos resolver o problema da maneira de mulheres ricas... - e sorriu ainda mais. - Pedirei para que tragam aqui, uma coleção de trajes de noite para que escolham em casa, em vez de gastarem energia nas lojas.

A parte de mulheres ricas foi dita para provocar mais um sorriso em Eliza. Porém, Kara não achou nenhuma graça. Seu olhar para Lena prometia vingança.

- Tente algo contra mim e eu, também me vingarei, Kah!- seu sorriso era lindo, seu olhar, decidido.

- Ei!..., vocês duas querem parar de falar em português perto de mim? Nunca lhes disseram que é falta de educação? - apesar do tom zangado, tia Eliza era só sorriso.

- Tem razão, titia, desculpe-nos. - Kara, então, sorriu atravessado para a morena - Lena disse: “ escolham algo de valor exorbitante, queridas!”.

Lena, não aguentou e caiu na gargalhada. Era muito divertido ter uma mulher que falava sua língua e ainda, tinha aquele senso de humor apurado, embora tivesse soado perigoso.

Bem...hora de cortar a conversa e correr, antes que sua feiticeira decidisse encurralá-la num lugar mais privado. Levantou-se, despediu-se de ambas com beijos e partiu, sem dar tempo de um contra- ataque de Kara.

***POV. Kara***

- Você não quer ir a está festa, filha? -  Eliza perguntou, notando o rosto contrariado da sobrinha.

- Estou apenas um pouco nervosa por ter de reencontrar algumas pessoas, titia. Acho que ainda é muito cedo! - ela não tinha contado tudo o que enfrentou com a família de Lena, no passado.

- Bobagem, querida! Se posso ver que estão tão felizes, então porque não dar à eles a chance de fazer a mesma descoberta?

Kara, até pensou em contar à tia os duros fatos sobre aquela gente, mas desistiu. Para que arranjar complicações antes que elas viessem por si mesmas. Embora insegura, decidira ficar e tentar de novo. Não era isso afinal que estava fazendo?

Eliza relaxou no assento e exalou um suspiro de contentamento.

- Meu Deus! Sinto-me renascer hoje, sabia? - Eliza, suspirou, novamente. Depois, tomou, delicadamente seu chá, pensou um pouco e, olhando para a sobrinha calada e parecendo longe, perguntou: - Kah, você já contou para Lena a decisão que tomou para sua vida?

Ela apenas meneou a cabeça. Estivera procurando o momento certo! Mas, depois da conversa que tiveram na noite anterior, talvez esse momento não chegasse tão cedo.

Tia Eliza adorou cada traje que viu, com acessórios que nem imaginava existir. Mesmo com alguma dificuldade, pelos movimentos ainda travados, experimentou os que mais lhe agradou.

Almoçaram juntas e, quando tia Eliza foi tirar uma soneca vespertina, Kara ficou feliz em poder escapar para seu quarto para descansar um pouco, também. Não podia repousar muito, pois, Lena podia chegar a qualquer momento e queria estar pronta para ela.

Uma segunda chance.Onde histórias criam vida. Descubra agora