.⋆꙳✶・Evangeline・✶꙳⋆.Era um daqueles inícios de tarde em que o calor parecia competir com o sol, e, sinceramente, ambos estavam a ganhar. Eu caminhava pelas ruas como se fosse uma exploradora em missão, com "Brought The Heat Back" do Enhypen a tocar suavemente nos meus fones. Quer dizer, não tinha nada de suave no barulho fornecido pelo meu estômago que estava mais vazio que a minha conta bancária, mas ignorar é uma arte que eu já dominava.
A brisa quente da tarde abraçou-me novamente, e eu agradecia por ter escolhido uma roupa leve, mas com aquele toque de "olhem para mim, sou super profissional e confiável."
Terceira entrevista do dia? Confere. Nervosismo ao ponto de quase pedir uma massagem ao primeiro estranho que aparecesse? Também confere.Ao olhar ao redor, fiquei surpresa ao perceber o quanto a cidade havia mudado nos últimos três anos. Parecia uma daquelas revistas de moda onde nunca se reconhece a modelo porque tudo o que se vê são as roupas estranhas. Mas era uma mudança boa.
Fiz uma promessa solene a mim mesma: Evie, tu vais explorar cada cantinho deste lugar assim que tiveres tempo. Ou seja, nunca pelos vistos.
Depois de uma caminhada que parecia ao mesmo tempo rápida e interminável (contraditório, eu sei, mas vocês entendem), finalmente cheguei ao restaurante. E uau, parecia um daqueles lugares saídos de um filme, onde a mocinha tropeça, derruba a bolsa e conhece o grande amor da vida dela. Mas, no meu caso, provavelmente seria tropeçar e derrubar o meu prato.
Sabem aquela decoração que mistura o vintage com o moderno, como se alguém tivesse entrado no Pinterest e dito: "sim, eu vou transformar isto em realidade"? Era isso. Luzes amarelas estrategicamente posicionadas faziam tudo parecer acolhedor, e as plantas exuberantes davam o toque final. Já estava a imaginar a minha nova vida, na qual eu viraria uma cliente regular e cool que todos conheciam pelo apelido.
Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, um funcionário aproximou-se de mim, parecendo a personificação de um sorriso de propaganda de pasta de dentes.
— Desculpe, a senhorita vem comer aqui ou é para levar? — ele perguntou com um sorriso tão cordial que fez-me questionar se ele realmente era humano ou algum tipo de robô simpático.
— Ah, vou comer aqui. Mesa para uma — respondi, tentando não deixar transparecer o nervosismo (que, convenhamos, ainda não me tinha largado).
— Vai ter de esperar um pouco, estamos cheios hoje — ele disse, dando uma olhada ao redor.
E eu pensei: Sim, parece que toda a população da cidade resolveu conferir o novo point ao mesmo tempo.
— E quanto tempo mais ou menos? — perguntei, fazendo o meu melhor para soar casual.
— Entre uns 30 a 40 minutos. Não podemos obrigar os clientes a comer rápido, não é? — Ele disse com um sorriso que tinha um quê de ironia.
Isso foi uma piada? Evie, reage! Pensei comigo mesma. Soltei um risinho estranho, aquele que nem eu mesma entendi.
Ele deu-me aquele olhar "não-posso-fazer-milagres" e disse que eu teria que esperar. Não vou mentir, quando ele mencionou "30 a 40 minutos", o meu estômago fez um protesto tão alto que tenho certeza que os cozinheiros lá dentro ouviram. Ótimo, Evangeline, ótimo.
— Podes juntar-te à minha mesa. — A voz veio do nada, quase como uma intervenção divina. Quando virei-me, vi uma jovem mulher de cabelos loiros, sentada sozinha numa mesa perto da janela, a sorrir para mim. Tipo, aquele sorriso que é tão acolhedor que quase esqueces que a conheceste há cinco segundos.
O meu cérebro levou alguns segundos para processar o convite. Sério, quando foi a última vez que alguém aleatório ofereceu-me uma chance destas? Ah, nunca. Mas, sabem como é, a vida é uma caixinha de surpresas.
Sorri de volta e aceitei o convite, sentando-me à frente dela, tentando parecer menos desesperada por comida do que realmente estava. Fiz o meu pedido e, enquanto esperávamos, tentei partir o gelo.
— Muito obrigada. Salvaste-me de uma espera que parecia que ia durar uma eternidade. E eu não sou exatamente boa com esperas... ou com eternidades — comentei, meio rindo de mim mesma.
— Imagino. — Ela riu de volta. — Estava meio solitário comer sozinha numa mesa tão grande. E tu parecidas uma pessoa simpática a precisar de um lugar para sentar, então... aqui estamos nós. Prazer, sou a Madison.
Será que ela ouviu o trovão que saiu diretamente do meu estômago e decidiu ter piadade de mim? Que vergonha.
— Evangeline — respondi, a sorrir. — Mas podes tratar-me por Evie.
— Então, Mad para ti, minha nova amiga. — Ela piscou, e eu tive aquela sensação de que estava oficialmente a ser adotada por alguém tão fixe que eu quase não acreditei na minha sorte.
A nossa conversa fluiu como uma daquelas músicas que não sabias que precisavas ouvir até que ela começa a tocar no rádio. Falamos sobre a cidade, sobre a vida e, em algum momento, ela mencionou a sua família. A maneira como ela falou, como se cada palavra fosse um campo minado, fez o meu radar interno de "tem algo aí" apitar.
Mas, antes que eu pudesse investigar mais, a comida chegou. E, uau, o cheiro estava tão bom que quase esqueci a conversa tensa de antes.
— Não vou mentir... realmente fiquei curiosa quando mencionaste a tua família, mas, sinceramente, estou mais interessada em ti. Não importa se és filha do presidente ou de um grande vilão. — falei, a sorrir. Ela pareceu relaxar, e eu senti-me uma daquelas heroínas que acabam por "desarmar uma bomba" com um elogio casual.
E então, como se o universo estivesse a ouvir os nossos pensamentos, começou a tocar bem baixinho uma música que eu conhecia de cor. Sério, eu poderia cantar de trás para frente se quisesse.
— Espera! Enhypen a tocar aqui? — Os meus olhos brilharam de entusiasmo, e eu juro que vi o mesmo brilho nos olhos da Madison.
— Sim! Não acredito que também gostas deles. Acho que acabamos de nos tornar melhores amigas sem querer. — Ela riu, e eu vi-me imaginando nós duas num show, a cantar e a dançar juntas, com a vida a parecer uma cena de filme adolescente.
— Podíamos ir juntas ao próximo show deles aqui! É o meu sonho desde... sempre! — Respondi, entusiasmada.
— A última vez que fui, o meu irmão insistiu em ir comigo para eu não ficar sozinha, mas ele ficou emburrado o tempo todo! Aposto que era ciúmes porque todos os membros são ridiculamente atraentes e talentosos — Mad disse, e eu comecei a rir tão alto que algumas pessoas ficaram a olhar para a nossa mesa.
— Certamente! Ele deve ter morrido de inveja! — concordei, ainda a rir, e a conversa seguiu por esse caminho mágico de fãs obcecadas que só quem compartilha as mesmas paixões pode entender.
Depois disso, as coisas fluíram como se fossemos amigas há séculos. E, quando finalmente terminamos a nossa refeição e saímos do restaurante, trocamos números de telefone, promessas de passeios pela cidade e... uma amizade nova e inesperada.
Ao chegar a casa, eu estava exausta, mas feliz. E enquanto trocávamos mensagens até tarde da noite, percebi que, embora os próximos dias prometessem ser uma confusão (a minha vida nunca é fácil, afinal), pelo menos agora eu tinha uma amiga nova para acompanhar-me nesta confusão.
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Desculpem se deixei passar algum erro despercebido.
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A Estrela do Vilão
Romance.⋆꙳✶・Um romance brilhante que vai conquistar o teu coração! Acompanhe Evangeline Monroe, uma encantadora e animada herdeira de uma loja de jóias, que depara-se com a tarefa de secretária do enigmático CEO Aleksander Ivanov, um homem misterioso que e...