Capítulo 11| Entre o encanto e a tempestade

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.⋆꙳・Aleksander・꙳⋆.

"Decente"? Sério, Aleksander? De todas as palavras que poderiam sair da tua boca, esta foi a melhor que conseguiste encontrar? Mil elogios passaram pela minha cabeça, e eu escolhi justamente "decente"? Que fracasso absoluto.

Ela estava deslumbrante, uma visão que parecia ter saído diretamente de uma obra-prima. Encantadora, como uma estrela brilhante numa noite sem fim, e tão incrivelmente linda que eu sabia, com uma certeza inabalável, que a sua imagem iria assombrar os meus sonhos esta noite... de novo.

— O Sr. também não está nada mal. — a Evangeline respondeu, e pude notar uma ligeira irritação na sua voz, como se estivesse à espera de algo mais... impactante. E quem poderia culpá-la?

Apressei-me em oferecer-lhe o meu braço, um gesto que parecia antiquado e inútil considerando o quão desequilibrado eu estava por dentro, mas ainda assim o fiz.

Assim que ela envolveu o seu braço no meu, um calor imediato tomou conta de mim, como se este simples toque fosse suficiente para desestabilizar-me completamente. Era impressionante o poder que ela tinha sobre mim; bastava-lhe piscar os olhos, e eu já sentia uma pressão estranha no peito.

Estaria eu a sucumbir a alguma doença de origem psicológica ou física?

A Evangeline virou-se para despedir-se de alguém dentro da casa, mas eu não me importei em ver quem era. O meu foco estava completamente nela, na sensação do seu toque, na forma como ela parecia iluminar o ambiente ao seu redor.

Quando chegamos ao carro, apressei-me a abrir a porta para ela, um esforço patético de mostrar cavalheirismo em meio à minha crescente distração. A Monroe aceitou de bom grado, e eu respirei fundo antes de juntar-me a ela no interior do veículo.

Assim que o motorista arrancou e o carro começou a mover-se, a realidade de estarmos tão próximos um do outro atingiu-me com força. Ocasionalmente, nas curvas, as nossas pernas tocavam-se, e eu lutava para manter a compostura. O seu perfume, uma fragrância suave e inebriante, parecia preencher cada centímetro deste espaço fechado, e eu tive de abrir um pouco a janela para evitar perder completamente o controle.

Tentei concentrar-me no meu telemóvel, fingindo que estava ocupado com a lista dos investidores que estariam presentes no evento beneficente. Mas a proximidade com a Evangeline tornava essa tarefa quase impossível.

Ela estava absolutamente radiante, e a ideia de que eu poderia passar a noite inteira a admirá-la em vez de focar no meu trabalho parecia cada vez mais provável.

Eu sabia que ao escolher a Evangeline Monroe como a minha acompanhante, eu estava a correr o risco de perder totalmente o foco. Ao invés de apresentar os novos planos para impulsionar a empresa, eu poderei muito bem passar a noite toda perdido na presença dela.

E, mesmo sabendo disso, eu não fui capaz de escolher outra pessoa que não a Evie.



.⋆꙳✶・Evangeline・✶꙳⋆.

Quando é que iríamos embora? Esta pergunta estava praticamente tatuada na minha mente desde há algum tempo.

Três horas. Três longas horas de puro tédio num evento que parecia infinito. Eu sei, para muita gente isso pode parecer pouca coisa, mas para alguém como eu, que prefere uma noite tranquila, com a companhia de um bom livro, do que a festas lotadas, três horas já era uma eternidade. Sem mencionar que a minha presença ali não era para me divertir, mas sim para acompanhar e auxiliar o Sr. Ivanov enquanto ele socializava com clientes e investidores importantes.

A Estrela do VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora