Capítulo 15| Nos braços do Vilão

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.⋆꙳✶・Evangeline・✶꙳⋆.

— Para de ser teimosa, Evie.

— Não é teimosia. Só não quero incomodar o teu irmão, pedindo que me leve a casa. — Cruzei os braços, com uma expressão que gritaria "inconveniente" se fosse possível.

Já era de tarde quando percebi que estava a abusar da hospitalidade da Mad. Ela disse que eu podia ficar o tempo que eu quisesse, mas até a bondade tem limites.

— Ele não se vai importar. — a Mad falou com uma confiança que eu sinceramente questionava.

Claro, por que não? Vou incomodar o meu chefe num domingo para ser o meu motorista particular. Super normal, não é?

— E como podes ter tanta certeza? E por que tu não me levas, hein? — Apontei, semicerrando os olhos com desconfiança.

— Eu... eu tenho uma reunião... — a Mad gaguejou, mexendo no cabelo, mas o cheiro de mentira estava forte no ar.

— Hummm... uma reunião... num domingo... à tarde. — Arqueei uma sobrancelha, lançando o meu melhor olhar de "apanhei-te no pulo". — E por que não me deixas na praça? O escritório é lá perto. Eu vou o resto do caminho a pé.

— É que... a reunião é virtual. E... eu já tenho tudo preparado aqui no escritório.

Suspirei derrotada.

— Tudo bem, vou pedir um táxi então... — murmurei, sentindo o peso da minha carteira já a ficar mais leve.

Foi nesse momento que a porta da sala abriu, e uma voz familiar fez-me congelar.

— Precisas de boleia, Monroe?

O meu coração deu uma cambalhota tão rápida que quase desequilibrei-me.

Olhei para o Aleksander, que estava casualmente encostado no batente da porta. Ele, o mesmo Sr. Ivanov que raramente falava qualquer coisa que não fosse sobre trabalho. E agora... oferecia-me boleia. Isto sim é um milagre de domingo.

— Aah... claro, já que estás a oferecer... — aceitei, tentando soar casual enquanto por dentro uma Evie miniatura fazia uma dança da vitória.

Ele simplesmente virou as costas, indo em direção ao que eu supunha ser a garagem.

Despedi-me da Mad com o entusiasmo de uma despedida de aeroporto (abraços apertados e muitas ameaças carinhosas), e fui atrás do meu irresistível... quer dizer, irritantemente irresistível chefe.

Quando saí, lá estava ele: Aleksander Ivanov encostado no seu Ferrari Purosangue, à minha espera. Ah, que visão. O tipo de coisa que só vemos nos filmes ou em capas de revistas.

Ele abriu a porta do passageiro para mim, e eu entrei, sentindo-me uma personagem num filme de romance.

Agora com ele dentro do carro ao volante, o espaço parecia ter diminuído.

A tensão no ar era palpável. Ele ficou ali, a olhar-me. Será que estava à espera de um "obrigada" antecipado? Ou... quem sabe...

Não, Evangeline Flory Monroe, foco! Não é hora de sonhar acordada!

Mas qualquer dúvida sobre o que ele queria evaporou quando inclinou-se na minha direção. Ah, meu Deus. Ele estava tão perto que os nossos narizes quase se tocavam. Eu podia ver cada detalhe dos seus lindos olhos cinzentos, brilhando como chamas prateadas prestes a consumir tudo.

E então... ele apenas puxou o cinto de segurança, passando-o por mim e encaixando-o no lugar com uma precisão que, claro, não incluía o meu delírio interno.

A Estrela do VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora