Capítulo 17| A proteção do Vilão

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.⋆꙳✶・Evangeline・✶꙳⋆.

As minhas pernas tremiam mais do que um pudim mal feito depois de um terremoto.

Descobrir que talvez, possivelmente, potencialmente alguém estava a seguir-me? Isso foi o suficiente para transformar-me numa bola de paranoia pura. Olhei por cima do ombro tantas vezes no caminho para o escritório que até fiquei tonta.

As personagens dos livros têm sempre arrepios ou uma sensação estranha quando algo está errado. Eu também já tive, claro. Mas não agora, quando mais precisava.

A vez que me lembro melhor foi no dia em que resolvi ser aventureira e comi comida de rua num carrinho um pouco duvidoso. Escusado será dizer que passei o resto do dia presa na casa de banho, a questionar as minhas escolhas de vida.
Não foi exatamente o tipo de premonição heroica que os livros descrevem.

Plim!

O elevador finalmente parou no último andar e eu precisei dar uma ordem direta às minhas pernas para voltarem a funcionar.

Só que, assim que as portas se abriram, não tive nem tempo de reagir. Uma mão quente e firme segurou o meu braço, e soltei um grito agudo que saiu mais como um guincho.

Mas o medo evaporou no instante em que olhei para cima e vi o Sr. Ivanov. O dono daquele toque inconfundível, e da expressão que poderia ser classificada como "mortalmente séria".

Ele nem deu-se ao trabalho de explicar, apenas puxou-me para dentro do escritório, sentou-me, e fechou a porta com uma firmeza que quase fez-me engolir em seco.

Antes que eu conseguisse abrir a boca para perguntar o que estava a acontecer, ele disparou:

— A partir de hoje, um segurança vai acompanhar-te de longe onde quer que vás.

— O quê?! — O som saiu mais alto e agudo do que eu pretendia.

Fiquei a olhar para ele, boquiaberta.

Maldita Madison com a sua boca grande!

— Porque não me disseste nada? — perguntou, inclinando-se sobre a mesa como se fosse comer-me viva com os olhos.

— Porque eu deveria? Não quero incomodá-lo. — A minha voz falhou um pouco, o que não ajudou nada na tentativa de parecer confiante.

Ele bufou, levantando-se e caminhando na minha direção com aquele olhar intenso.

— Porque alguém está a perseguir-te! Monroe, eu sou o teu chefe. E como teu chefe, vou garantir a tua segurança.

— Exatamente! O senhor é o meu chefe! — Retruquei, cruzando os braços numa tentativa patética de criar alguma barreira entre nós. — Como uma funcionária pediria ao seu chefe um favor destes? Não tem que preocupar-se com os meus problemas pessoais. Não sou poderosa, nem consigo pagar-lhe pelos seus serviços.

Ele caminhou até mim e parou bem à minha frente, tão perto que precisei inclinar a cabeça para trás para continuar a olhá-lo nos olhos.

— Não disse que ias pagar. Estou a oferecer. Na verdade, exijo que aceites.

O ar ficou subitamente mais pesado. Tentei manter a postura, mas com o Aleksander Ivanov a menos de meio metro, qualquer tentativa de parecer inabalável era inútil.

Levantei-me com brusquidão, quase tropeçando na minha própria pressa.

— Não ficarei confortável com um dos seus subordinados a seguir-me por toda a parte. — Eu disse tentando soar firme — Nem sei se é realmente a mim que estão a seguir!

A Estrela do VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora