Capítulo 16| Perigos à espreita

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.⋆꙳・Aleksander・꙳⋆.

28...

28 sardas adornavam o seu belo rosto. Cada uma delas parecia estrategicamente colocada para provocar-me. Como se o universo tivesse decidido: "Vamos fazer com que ele se perca de propósito cada vez que a olhe." E, céus, como eu me perdia.

Mas o que realmente tirava-me o fôlego, o que enlouquecia-me de verdade... eram aqueles lábios. Doce de framboesas... Sim, era esse o sabor. Como se ela passasse o dia inteiro a comê-las e deixasse aquele sabor tentador apenas para torturar-me. E agora, framboesas eram a minha fruta favorita. Porque eram dela.
E dela, eu queria tudo.

Tê-la nos meus braços, tão pequena, tão perto, era como um teste à minha sanidade. Porque eu sabia que, no momento em que cedesse ao desejo de beijá-la – e oh, eu sabia que cederia – não haveria mais volta. Não haveria arrependimentos. E de fato, não houve.

O beijo foi inevitável. Assim que provei dos seus lábios soube que eu estava condenado. Não seria mais capaz de viver sem aquele toque, sem aquele gosto. Sem ela.

Eu, Aleksander Ivanov — calculista, controlado e sempre no comando — estava perdido pela Evangeline Monroe.

E, pela primeira vez em muito tempo, isso não me assustava. Pelo contrário, trazia-me uma paz absurda. Porque com ela nos meus braços, e eu nos dela, o mundo inteiro parecia certo. Como se este fosse o lugar ao qual eu sempre pertenci.

Mas claro que o universo tinha outros planos. Pois fomos interrompidos.

Tive que lutar contra o impulso de explodir de raiva, porque a última coisa que eu queria era assustar a Evie. Não agora, quando ela estava tão ridiculamente adorável – com as bochechas coradas, os lábios inchados e uma expressão de pura confusão que só a deixava mais irresistível.

Se ela soubesse o poder que tem sobre mim... Mas, felizmente, ou infelizmente, ela ainda estava completamente alheia a isso.

Ela comprou um livro – um livro cujo título fez-me questionar as escolhas literárias dela, para dizer o mínimo. E então fomos até ao carro.

Todo o percurso foi em silêncio. Não o silêncio desconfortável, mas daquele tipo que fala muito mais do que palavras. Eu a observava de soslaio, e ela, claro, desviava o olhar cada vez que eu me movia...

Deliciosamente previsível.

Quando chegamos à casa dela, o instinto protetor falou mais alto. Eu sabia que, se não a deixasse longe de mim naquele momento, não seria capaz de resistir por muito mais tempo. Havia uma fera dentro de mim, uma que rugia cada vez que ela estava por perto, e que clamava por ela como nunca havia clamado por nada antes.

A Evie desceu do carro, mas antes de entrar, ela olhou para trás, o olhar hesitante.

— Obrigada — ela disse baixinho, como se não tivesse certeza de como terminar a fala.

O sorriso que lancei-lhe como resposta foi apenas uma fração do caos que borbulhava dentro de mim.

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.⋆꙳✶・Evangeline・✶꙳⋆.

— EVIEEEEEEE! A MADISON CHEGOU!

A voz do papá ecoou pela casa como se estivesse a anunciar um show de foguetes e não a chegada tranquila da minha melhor amiga.

Os meus pais, sempre os anfitriões perfeitos, convidaram a Mad para jantar aqui em casa assim que eu, acidentalmente (ok, talvez propositalmente), mencionei que ela estaria sozinha hoje à noite porque o Sr. Ivanov teria um "jantar de negócios".

A Estrela do VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora