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  As meninas escolheram minha roupa e fizeram meu cabelo, tudo em menos de 40 minutos. Escolheram uma blusa justa ao corpo preta, de ombro a ombro. Uma calça cargo e tênis brancos.
  — Acha que ele vai gostar?
  — Se ele não gostar, a gente gosta — Lore disse e Lina sorriu.
  — Você tá linda — Lina disse e Lore concordou prontamente.
  Dei mais uma olhada no espelho e ouvimos alguém batendo à porta. Lina foi correndo abrir.
  — Oi — Matt cumprimentou, sorrindo — Lia tá aqui?
  — Oi, aham — antes que ela pudesse gritar, eu e Lore aparecemos na porta. Posso jurar que os olhinhos de Matt brilharam ao me ver.
  — Oi de novo — ele disse pra mim — Vamos?
  — Vamos. Tchau, meninas, obrigada de verdade — disse baixinho quando voltei pra abraça-las.
  — Qualquer coisa por você, Lia — Lore disse e Lina deu um beijo na minha bochecha.
  — Tchau, meninas — Matt disse.
  — Melhor cuidar bem dela, Matthew Bernard — Lina gritou e Matt gargalhou.
  — Claro que vou.
  Entrelaçamos as mãos e seguimos pelo corredor.
  — Você tá linda — ele disse e deu um beijo na minha têmpora. Matt vestia uma camisa preta com uma estampa branca atrás e calças jeans escuras largas. Ele não precisava de muito pra ser lindo.
  — Você tá lindo — comentei também — gosto de você usando preto.
  Matt sorriu e fomos em silêncio até o carro. Matt andou à frente pra abrir a porta e aproveitei para tirar uma foto de suas costas. Matt abriu a porta e entrei e fiquei olhando a foto enquanto ele dava a volta no carro. Eu posto? Marco ele?
— O que foi? — Matt perguntou e olhou meu celular — Posta. Gostei dessa. E me marca.
— Isso só vai aumentar os boatos... — disse baixinho.
— Que boatos? — Matt perguntou e ligou o carro.
— De que estamos juntos? — rebati, sentindo o coração acelerado. Por favor...
— E não estamos?
Sorri e tampei os olhos por conta da timidez.
— Linda — ele disse e seguimos.

  — Pra onde vai me levar?  Matt estalou a língua

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— Pra onde vai me levar?
Matt estalou a língua.
— Eu não. Você — Matt encostou o carro e eu fiquei sem reação.
— O que tá fazendo?
— Você vai dirigir.
— Mas... você não deixa ninguém dirigir seu carro...
— Você é uma exceção.
— Sabe que é maluco de confiar em mim, né?
Matt deu de ombros e sorriu. Trocamos de lugares e voltamos pra pista. Enquanto estávamos parados no sinal, coloquei o cinto e vi ele pegar o celular e tirar uma foto.
— Macaco de imitação.
— Calada. Vamos para o píer.
Ri e concordei.

   Eu sempre gostei de dirigir rápido demais

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   Eu sempre gostei de dirigir rápido demais. Prudente, mas rápido demais. Um cara me fechou e eu surtei.
  — OLHA ESSE CARA! — gritei — FILHO DA PUTA.
  — Ei — Matt disse, rindo — tá tudo bem. Segue nosso caminho. Hm...
  — O que foi?
  — Tive uma ideia de onde vamos depois.
  — Você vai levar. Odiei dirigir em Los Angeles.
  Matt riu e esfregou os olhos. Meu celular vibrava no painel com as notificações chegando após publicar o story.
  — Eu acho que gostaram — Matt comentou.
  — Ou odiaram.
  — Por que odiariam?
  — Não sei. Você é lindo e posta um story com outra garota...
  — Mais linda ainda...
  — Engraçadinho.
  Meu celular tocou. Era Ronnie. Mas desligou. Estranho. Me senti apreensiva.
  — Liga pra Lina, por favor?
  — Claro— Matt fez uma pausa — Qual a senha?
— 121224 — disse, e Matt me olhou — o que foi?
— Nada, só é uma repetição estranha.
— Não é uma repetição — disse e sorri, sabendo que apenas eu e as meninas sabíamos dessa numeração.
Matt ligou e esperou — não atendeu.
  — Tenta a Lore.
  — Okay.
  Lore apareceu na tela.
  — RONNIE TE LIGOU?
  — O quê?! Sim, mas desligou. O que houve?!
  — Porra, eu disse pra ele não ligar. Estamos na chamada com ele.
  — O que houve?!— pergunto mais uma vez, sentindo o coração acelerado.
  — QUEREM MAIS UM SHOW — Lina apareceu gritando.
  — O QUÊ?!
   Freei bruscamente o carro e joguei pro acostamento.
  — Puta merda — Matt ria assustado mas claramente entusiasmado.
  — É sério?!
  — Sim, é sério!!! — Eloy apareceu na chamada.
  Passei a mão no cabelo e suspirei fundo. Minhas bochechas doíam de tanto sorrir.
  — Amanhã à noite. No mesmo lugar, os ingressos vão abrir já, já.
  — Eu acho que ela tá em choque — Matt disse, pegando o celular da minha mão.
  Lore e Lina explodiram em uma risada do outro lado da linha.
  — Cuida dela, garoto — Lore disse e desligou.
  — Você tá bem?!
  — Eu... tô sem palavras...
  Comecei a rir e passei a marcha. Viramos a rua e já estávamos no píer de Santa Mônica.
Tava tocando Dont Run Away, do filme da disney, como música ambiente. Estacionamos e Matt deu a volta pra eu descer do carro.
— Que cavalheirismo.
— É o mínimo, linda.
Matt estendeu a mão e caminhamos pelo píer. Estava um pouco cheio, com filas em diversos locais, principalmente na roda gigante— o que me deixou um pouco chateada. Eu gostaria mesmo de ir na roda gigante.
— Gosta de algodão doce?
— Sim — respondi.
— Logo ali tem um moço que vende — Matt apontou e tirou a carteira, me entregando algumas notas — Compra dois. E eu quero o verde.
— Mas... onde você vai?
— No banheiro.
— Eu te espero.
— Não— Matt insistiu — tudo bem. Te encontro aqui, tá?
Matt segurou meu rosto e beijou meus lábios e se afastou. Certo. Caminhei até a barraquinha de algodão doce e comprei um verde e um roxo.
  — Feliz 4 de julho, senhorita.
  — Perdão? — porra, hoje era mesmo 4 de julho – Feliz quatro de julho!
Dei as costas e sorri, percebendo o porquê do píer estar cheio. Encontrei com Matt no exato lugar que combinamos. O sol estava se pondo e o céu escurecendo rápido pelo clima frio.
  – Vem, tá na hora.
  — Quê? Do quê?
Matt estendeu a mão e ele me puxou até a roda gigante. Nem ferrando.
— Valeu, irmão— ele agradeceu ao rapaz que estava tomando conta do brinquedo. Subimos na cabine e eu não consegui conter a animação. Enquanto não andava, abrimos nossos algodões doce e começamos a comer.
— Sabe — comecei — não achei que fosse querer vir na roda gigante. Obrigada.
— Não agradeça ainda.
Começamos a subir e no mesmo instante, tocava Bags, de Clairo, no píer. Meu coração bateu mais rápido. Isso não...
Um fogo de artifício explodiu no alto. A roda gigante girava devagar até parar no alto. Diversas luzes iluminavam o céu enquanto a minha— não, nossa— música favorita tocava. Isso não é real. Impossível ser. Matt me olhava com olhos brilhantes que aceleravam ainda mais meu coração.
— Gostou...?
— Isso é... Matthew, isso é incrível. Eu amei.
Matt segurou cuidadosamente meu rosto e beijou meus lábios, dizendo:
— Feliz quatro de julho, Lia.
— Feliz... — estalei a língua — você é realmente um Lover Boy, Bernard.
Nós dois caímos na gargalhada e ele me envolveu em seus braços, enquanto víamos a queima de fogos.

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