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  Depois que fomos na roda gigante, comemos uma pizza no píer. Matt decidiu deixar o outro lugar para um outro dia. Já era noite e precisaríamos estar bem dispostas amanhã. Bom, eu o contrariei. Qualquer tempo com ele era precioso demais.
   — No que tá pensando?— Matt perguntou enquanto caminhávamos pro carro.
  — Não quero ir embora ainda.
  — São 21h.
  — E daí? O show vai ser à noite. Vai...
  — Dez e sem negociação. 
  Bufei e Matt riu. Um pequeno tumulto se formou quando estávamos perto do carro. Papparazzis. Não. Não. Matt segurou minha mão com força demais. Não podíamos parar agora.
  — Matt — disse baixinho, enquanto caminhávamos — vamos ser rápidos, okay? Me dê a chave e entre no carro.
  — Lia...
  — Matthew. Me dê a chave.
  Matt me deu a chave a caminhamos rapidamente pra perto do carro e tentávamos entrar enquanto diversos flashes estavam em cima de nós. Porra. Eles não vão nos deixar em paz.
  Matt esfregou os olhos do meu lado e tampou o rosto. Não era da maneira que eu gostava. Liguei o carro e acelerei, indo o mais rápido que pude pra qualquer outro lugar longe dali. Dirigi até nos afastarmos o suficiente e deixa-los pra trás. Entrei numa rua pouco movimentada e estacionei. Matt ainda estava quieto demais, tentando não chorar. Parei o carro bruscamente, afastei o banco e me virei pra ele.
  — Matt – o chamei, sentindo-o tenso. Tenso demais — Matt, olhe pra mim.
  Ele desviou o olhar, incapaz de olhar em meus olhos. Segurei sua mão que estava tão fria que senti meu corpo se arrepiar.
  — Tá tudo bem. Já passou — eu disse, acariciando seu rosto — estamos sozinhos, olha em volta. Apenas... respire fundo, tá?
  Matt finalmente olhou em meus olhos e sua respiração acalmou. Sequei as pequenas gotas de lágrimas em volta de seus olhos.
  — Estou aqui.
  Matt me puxou pra sentar em seu colo e me abraçou apertado. Sinceramente, eu não sabia dizer quem precisava mais desse abraço. Também não sei dizer quanto tempo ficamos ali, mas estava tarde.
— Obrigado — Matt disse baixinho em meu pescoço.
— Não precisa...
— Preciso. Obrigado. Desculpa por...
— Shh... não faz assim. Eu sei como é, também...
Matt ergueu os olhos e olhou pra mim. As meninas e Eloy sabiam da minha ansiedade. Shows em lugares novos me deixavam como Matt.
— Sério? E-eu não sabia. Sinto muito.
— Tá tudo bem — sorri. Olhei pro relógio e vi as horas.
— Precisa voltar — Matt disse antes que eu pudesse falar — vamos.
Bufei e Matt riu.
— Vamos sair de novo, relaxa.
Voltamos para o hotel e Matt me levou até o quarto e bati na porta. Lore e Lina apareceram. E Eloy. E Carrington.
— Olha quem apareceu — Carrington disse, me fazendo revirar os olhos.
— Devidamente cuidada e entregue — Matt disse e eu dei um tapa em seu peito.
— Parabéns pelo mínimo, né, porra — Lore disse rindo, o que fez nós quatro gargalharmos.
— Venham, deixa eles aí — Lina disse e voltaram pra dentro do quarto.
— Obrigada pela noite, Lover Boy — eu disse, sorrindo.
— Garanto que o prazer foi todo meu — Matt me puxou pra mais perto — tem ensaio amanhã?
— Passagem de som, de manhã.
— Quer que eu vá?
— Se você quiser ir...
— Sempre. Me avisa quando tiver quase acabando, não quero atrapalhar vocês. E vai arrumada.
— Hm, interessante. Sempre me surpreendendo, Bernard.
— Bernard não... — Matt riu e eu dei um beijo rápido.
– Boa noite.
— Boa noite.
Matt sorriu e caminhou para longe do quarto. Entrei e fechei a porta, Eloy e Carrie estavam na sala, enquanto Lina e Lore já estavam na cama sentadas para ouvir sobre como foi tudo.

Lore foi a primeira a acordar dessa vez. Eloy e Carrington já estavam no nosso quarto, já que dormiram aqui essa noite. Precisávamos nos apressar. O lado bom é que só faltava Lina e eu para nos arrumarmos.
   Depois de prontas, encontramos Ronnie na mini van e partimos para o Star. A equipe já estava montando os instrumentos então repassamos as escolhas de músicas. Mantivemos a maioria, mas quisemos fazer algumas alterações.

          
                               LA, CA
                             NIGHT 2

Humanoid - intro Lina
Back to me
Just pretend
I was made for love you
I miss the misery
Long live (versão c/português)
Alive
Deathbeds
All too well
valentine
for your love
here's to never growing up
Bring me to life
Death
Somebody told me
when it rains it pours (lore's solo)
honey
Judas
Automatic

Set acústico
Trastevere
Valentine
Fast Car
Bags

Certo. Ficou bom. Lina, que geralmente fica no baixo, passava o som na guitarra para Humanoid. Ela abriria o show dessa vez. Lore treinava When it rains it pours — ela adorava solar essa. Ambas estavam sem o amplificador, obviamente. Enquanto isso, Eloy terminava de ajustar a bateria e o teclado para o set acústico. Já que eu já havia aquecido a voz, fui checar se os violões estavam afinados, e meu amigo, que apenas observava tudo, me ajudou com a checagem.
   Quase meia hora depois, passamos todas as músicas e fizemos mais uma vez os ajustes de luzes. Antes de passar a última vez, peguei o celular e mandei mensagem para Matt.

   Na metade da última vez, os gêmeos apareceram e acenaram, indo cumprimentar meu melhor amigo

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   Na metade da última vez, os gêmeos apareceram e acenaram, indo cumprimentar meu melhor amigo. Por sorte, passamos o set acústico antes. Não queria que Matt ouvisse as músicas agora. Depois que terminamos, descemos do palco e fui até Matt, que me abraçou apertado.
  — Incrível como sempre — ele disse e me deu um beijo. Retribui com um sorriso. Carrington me abraçou apertado logo em seguida.
  — Foda pra caralho, Lee.
  — Lee? — Nick questionou.
  Revirei os olhos.
  — Ela odeia. É o apelido de infância dela.
  Mostrei o dedo do meio pra Carrington e olhei pra Matt, que sorria maliciosamente.
  — Nem ouse, Bernard. 
  — Lia, você vem?— Lina perguntou.
  — Quê? Pra onde?
  — Prova de figurino. Esqueceu?— Lore perguntou. Porra, eu realmente esqueci. Olhei pra Matt que parecia tranquilo diante da situação.
  — Eu sinto muito mes...
  — Relaxa, tá tudo bem — ele começou a dizer — valeu a pena ter ouvido vocês.
  Matt sorriu, carinhosamente. Um gesto reconfortante.
  — Nos vemos mais tarde?
  — Com certeza.
  Dessa vez, eu sorri e dei um beijo rápido.
  — Tchau, meninos.
  — Tchau, Lee — eles disseram uníssono e ouvi a risada de Carrington já distante.


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