Capítulo 43: A Luz no Fim do Tunel

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A descoberta daquela noite foi o que todos precisavam para renovar suas esperanças. Esperança está que nem existia mais. Agora o Expresso Frostcruiser não seguia mais "rumo ao nada", e sim, rumo ao Novo Éden! Com a esperança de desembarcar, o trem e seus passageiros, agora não se preocupavam mais tanto com os velhos problemas. Nos primeiros dias após a Partida, alguns ainda esperavam que a Terra descongelasse, mas com o passar do tempo, se acostumaram com a ideia de passar o resto da vida dentro de um trem, e a esperança de que o planeta descongelasse nem passava pela cabeça deles.

Rebeca, para resolver de vez as disputas entre a Primeira e a Terceira classe, implantou um novo sistema: todo dia, um passageiro do trem seria sorteado aleatoriamente para trocar de classe. Alguém da primeira poderia ir para a Segunda ou a Terceira. Alguém da Segunda poderia ir para a Primeira ou a Terceira, e alguém da Terceira poderia ir para a Primeira ou a Segunda, com sua família.

Essa decisão agradou a maioria. Pois mesmo a Segunda Classe teria a chance de avançar para a Primeira. A Primeira não se agradou muito, pois corriam o risco de ir para a Terceira, mas a chance de parar na Segunda minimizava esse risco. De qualquer forma, a Terceira ainda realizava a maior parte do trabalho, o que manteve o trem em uma certa ordem. E assim se manteve o trem por uma semana.

A epidemia nas plantas foi a parte mais difícil de lidar, mas Clara, uma brilhante cientista, criou um antídoto eficiente. Tivemos que racionar a comida por uma semana, pois algumas plantas foram incineradas, já que estavam incuráveis e poderiam contaminar todas quando chegassem ao Éden.

Já o Sr. Santana... Bem, este teve alguns problemas com a Terceira Classe. André deveria preparar o Sr. Santana para um interrogatório, mas se deixou levar pela emoção e foi o primeiro a sugerir que ele fosse expulso do trem. E assim, fizeram! O Sr. Santana foi deixado nos trilhos a algumas dezenas de quilômetros e virou um cubo de gelo assim que a porta se abriu.

A Primeira Classe não sofreu tanto com essa perda quanto esperávamos. Ela não perdoou o Sr. Santana por esconder a descoberta de Rebeca só para poder assumir o controle do trem.

Demoramos um pouquinho para entender o que Santana queria, mas seu plano era ousado! A Primeira Classe odiava os clandestinos e o senhor Santana decidiu "sumir" com todos eles um por um, quando a Primeira soubesse o considerariam um líder melhor que Rebeca e o colocariam na Locomotiva de algum jeito. Mas, tudo isto já passou.

Sim, o Expresso Frostcruiser nunca viu tamanha paz. Mas um evento inesperado estava prestes a mudar tudo.

Dezesseis dias depois da descoberta da ponto descongelado na Etiópia, estávamos passando pela capital da Finlândia, na Europa.

O Sr. Nylton construiu uma ponte que liga a América do Norte à Ásia. Foi assim que o trem passou de um continente a outro.

Á noite, Rebeca e eu estávamos na locomotiva olhando a neve cair, e pensando na nossa vida fora da arca de aço, quando alguém ligou pelo telefone:

—Senhorita Martínez, existe alguma coisa emitindo luz, lá fora! Estamos vendo isso pela janela. — Disse um anônimo.

—Deve ser a luz dos próprios vagões. Esta parte da ferrovia possui inúmeras curvas. — concluiu Rebeca.

—Mas essa luz está vindo em nossa direção, maquinista!

Rebeca desligou o telefone.

—Deve estar louco. —Disse ela.

Em alguns segundo o telefone tocou de novo, dessa vez era outra pessoa, mas a história era a mesma. Tocou outra vez, agora um guarda contou a história. Na quanta ligação, uma professora disse que a luz estava piscando. Por último, alguém disse que luz estava acompanhado o trem pelo lado direito.

Essa história não podia ter sido inventada, e Rebeca, já preocupada, pegou seu binóculo para procurar a tal luz.

E os rumores se confirmaram! Um ponto brilhante seguia o trem de longe, mas não sabíamos direito do que se tratava. Rebeca reduziu a velocidade da arca, um pouco, para ver melhor.

—Eu não posso acreditar! —Gritou ela, quase derrubando o binóculo no chão.

Ela me deu o binóculo, para que eu visse com meus próprios olhos e me certificasse de que ela não estava enlouquecendo. E vi algo inacreditável: duas pessoas em um moto neve, ambas com trajes muito semelhantes a de astronautas, seguiam o trem não muito longe.

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