Capítulo 1

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Capítulo 1: O Templo Carmisin

155O anos antes da queda de Deania, pela mãos do flagelo da vida, Caim, sua história começa.

Na vastidão das montanhas da Sumerir, a sombra de um guerreiro implacável se movia com precisão e destemor. Caim III, também conhecido como Caim, o Rei Sanguinário, liderava seus homens com uma combinação de coragem e autoridade que raramente se via. Seus olhos de aço fixavam-se no horizonte enquanto cavalgavam, cada um deles ciente da missão crucial que os esperava.

Os Paladinos de Arthar, inimigos persistentes, religiosos loucos, haviam enviado batedores para espionar suas terras. Caim não podia permitir tal afronta. Com determinação ardente, ele e seus soldados partiram em busca dos invasores, seguindo pistas deixadas em trilhas sinuosas e ocultas na floresta densa.

Depois de horas de perseguição incansável, chegaram a um templo sombrio na base de uma montanha, com uma porta gigantesca cuja entrada parecia engolir a luz. Os batedores Paladinos haviam desaparecido no interior tenebroso. Caim sentiu um calafrio percorrer sua espinha, mas não hesitou. Com uma tocha em mãos, liderou seus homens para dentro do abismo negro.

O templo era uma construção monumental impressionante, construída por uma civilização tão antiga quanto os primórdios da existência, com pilares e hieróglifos formando padrões grotescos e intimidadores. Cada passo era ecoado pelas paredes de pedra, criando uma sensação opressiva de confinamento. À medida que avançavam, a escuridão parecia engolir a chama vacilante da tocha, mas Caim prosseguia inabalável.

Subitamente, um ruído estranho reverberou pela templo . Seus soldados se entreolharam, a tensão visível em seus rostos. Caim ergueu a mão, ordenando silêncio. Eles avançaram com cautela, os sentidos em alerta máximo.

O ar estava pesado e frio, carregado com um cheiro de podridão antiga, enquanto Caim e seus homens desciam na escuridão do templo. A única luz vinha das tochas que seguravam, suas chamas tremeluzentes lançando sombras dançantes nas paredes de pedra úmida. Cada passo ecoava com um som oco, misturando-se aos sussurros inquietantes que pareciam vir das profundezas.

À medida que avançavam, a temperatura caiu drasticamente, e uma névoa espectral começou a envolver o grupo, obscurecendo sua visão e tornando cada movimento mais difícil. Caim ergueu a mão, sinalizando para que seus homens parassem. A templo se abria em uma vasta câmara, onde a escuridão parecia mais densa, quase tangível.

Foi então que eles o viram. ergueu-se do centro da câmara como um monólito de quatro metros de altura, de ossos e sombras. Sua forma era uma amalgama grotesca de crânios e costelas, entrelaçados por uma sombra negra e vivida de maneira macabra para formar um corpo humanoide gigantesco. O brilho espectral de seus olhos iluminava a escuridão, fixando-se nos intrusos com uma malevolência fria.

Ao redor da entidade, o chão estava coberto por uma fina camada de névoa negra, da qual surgiam mãos esqueléticas, como se as almas dos mortos tentassem escapar de seu domínio. A cada movimento, o som sinistro de ossos estalando e rangendo enchia a templo , um lembrete constante de sua natureza macabra.

- Intrusos... - a voz do que só poderia ser o erro de Deus, reverberou pela templo , profunda e cavernosa, como um eco vindo do abismo. - Vocês ousam profanar a casa da morte?

Caim engoliu em seco, mas manteve a postura firme. Ele sabia que não havia espaço para fraqueza diante de tal entidade. Seus homens, no entanto, tremiam, os rostos pálidos de terror.

Antes que Caim pudesse responder, ergueu um braço ossudo, e com um gesto, os mortos ao seu redor começaram a se levantar. Esqueletos emergiram da névoa, brandindo armas antigas e enferrujadas. Os homens de Caim recuaram, o medo estampado em seus rostos.

Observou com seus olhos espectrais enquanto a batalha começava, a visão de seus servos esqueléticos atacando os intrusos parecendo diverti-lo. Caim lutava com todas as suas forças, cada golpe sua última tentativa desesperada de abrir caminho para a saída.

A grande criatura tirou de seu abdômen, de entre suas sombras uma espada gigante, e com seus golpes brutais começou a esmagar e a jogar os homens pelos ares.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, Caim encontrou uma brecha. Ele gritou para seus homens, sinalizando a retirada. Um a um, eles correram para a saída, deixando para trás os corpos de seus companheiros caídos.

Então, emergindo das sombras, surgiu a criatura outra vez, vinda de pesadelos. Enorme e grotesca, a figura exalava uma presença maléfica. A criatura atacou com uma fúria descomunal, e o horror tomou conta dos soldados. A luta foi rápida e brutal. Um após o outro, os homens de Caim se transformaram em manchas vermelhas ao chão ou fumaça de sangue no ar, suas vidas ceifadas pela monstruosidade.

Caim, com a coragem que lhe era característica, enfrentou a criatura com todas as suas forças. A batalha foi feroz, mas mesmo ele, com toda sua habilidade e destemor, não conseguiu ferir o monstro de forma significativa. A criatura era demasiadamente poderosa, sua força sobre-humana esmagadora.

Vendo seus homens perecerem e reconhecendo a futilidade de continuar a luta, Caim tomou a decisão de recuar. Com uma destreza quase sobrenatural, esquivou-se dos ataques brutais e correu para a saída do templo. A criatura, embora feroz, parecia limitada em sua capacidade de perseguição além das profundezas escuras.

Ofegante e com o coração disparado, Caim emergiu da escuridão do templo. Ele estava vivo, mas mal acreditava no que havia enfrentado.

A Deidade profana, parecia se ferir com a luz do sol, recuou para as sombras de seu templo, um sorriso macabro dançando em seu rosto ossudo. Ele esperaria. Sempre havia mais almas para colher, mais intrusos para punir. E Caim, o Príncipe de Sumerir, agora estava em sua lista, ele olhou para a gigante porta rochosa.

O templo envolta em silêncio mortal, permaneceu um santuário intocado de desespero e morte, aguardando o próximo infeliz que ousasse adentrar suas profundezas.

A criatura não era deste mundo, uma força maligna que ele jamais poderia ter imaginado. O preço de sua curiosidade e bravura foi alto, perdendo todos os seus homens.

Enquanto se afastava do templo, a imagem da criatura ainda queimava em sua mente. Caim sabia que aquela experiência o marcaria para sempre, um presságio sombrio do que estava por vir. A batalha contra os Paladinos continuava, mas agora ele também tinha que confrontar o terror inominável que espreitava nas profundezas da montanha.

Este seria apenas o começo de uma saga de horror e poder, onde o próprio destino de Caim seria moldado pelas forças das trevas

Caim: Coração Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora