Capítulo 3

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Capítulo 3: O Silêncio dos Segredos**

A noite avançava, e as velas na biblioteca queimavam com uma luz fraca e trêmula. Caim e o bibliotecário continuavam a estudar os textos antigos, mergulhando cada vez mais fundo nos mistérios obscuros que rodeavam a criatura das montanhas. Mas enquanto o bibliotecário falava sobre maldições e segredos, uma sombra de decisão formava-se nos olhos de Caim.

Ele sabia que o que havia descoberto não podia ser revelado ao povo. O medo e o pânico poderiam devastar seu reino, ou atrair ainda mais a atenção dos Templários de Arthar, mais rapidamente do que qualquer invasão templários. Caim sentia o peso de sua responsabilidade como governante, um protetor que precisava tomar decisões impossíveis para garantir a segurança de todos. O bibliotecário, em sua ânsia por conhecimento, era uma ameaça involuntária à estabilidade que Caim precisava manter.

- Mestre Caim, há ainda muito a entender, mas acredito que possamos encontrar uma forma de lidar com essa criatura - disse o bibliotecário, com a voz entrecortada pelo entusiasmo e pelo cansaço.

Caim olhou para o homem idoso, sentindo uma onda de tristeza pelo que sabia que precisava fazer. Aproximou-se lentamente de uma prateleira próxima, onde descansava um grande tomo encadernado em couro. As mãos de Caim tremeram ligeiramente ao pegá-lo. Era um livro grosso e pesado, repleto de segredos antigos que agora representavam um risco que ele não podia permitir.

- Mestre, você fez mais por mim do que posso expressar em palavras, cuidou como se fosse meu pai - disse Caim, com uma voz calma e controlada, escondendo a turbulência interna. - Mas há segredos que não podem ser compartilhados, mesmo entre pai e filho.

O bibliotecário, surpreso pelo tom de Caim, levantou os olhos do manuscrito que estava lendo, apenas para encontrar o olhar determinado do guerreiro. Antes que pudesse reagir, Caim levantou o livro pesado e, com um movimento decisivo e brutal, golpeou o crânio do homem idoso. O bibliotecário caiu, o sangue começando a escorrer pelo chão de pedra, seus olhos perdendo rapidamente o brilho da vida.

Caim permaneceu imóvel por um momento, o coração pesado pela ação que acabara de cometer. Ele havia sacrificado um homem sábio e leal para proteger um segredo sombrio. Limpou a o livro de forma improvisada e colocou o livro de volta na prateleira, agora tingido pelo ato de violência.

Sem perder tempo, Caim começou a organizar a biblioteca para parecer que o bibliotecário havia sofrido um acidente trágico. Era uma tarefa dolorosa, mas necessária para manter a ilusão. Ele sabia que os batedores Paladinos estavam se aproximando, e a última coisa que precisava era que seu povo fosse consumido pelo medo de Mortus e sua lenda, seja pelo desejo por poder ou morrerem tentando se tornar o herói da lenda, e ao invés disso soltar o mal no mundo.

Ao sair da biblioteca, Caim deu uma última olhada para o corpo do bibliotecário. A culpa pesava em sua alma, mas ele sabia que sua decisão era necessária para proteger aqueles que dependiam dele. Ao caminhar pelos corredores do castelo, a resolução endurecia seu coração. Ele precisava ser forte, implacável, para enfrentar as ameaças que vinham de todas as direções.

Enquanto as sombras da noite envolviam o castelo, Caim sentia-se cada vez mais consumido pelo papel que tinha de desempenhar. O segredo sobre a criatura das montanhas estava seguro, mas ele sabia que o verdadeiro desafio estava apenas começando. Em seu coração, Caim jurou que faria qualquer coisa para proteger sua Família e seu reino, mesmo que isso significasse confrontar as forças das trevas e sacrificar sua própria humanidade.

Caim: Coração Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora