Capítulo 8

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**Capítulo 8: O Sacrifício de Caim**

O sol da manhã iluminava o castelo de Caim, lançando longas sombras enquanto ele se preparava para um dia que poderia mudar o destino de seu reino. Centenas de camponeses e alguns nobres haviam se reunido no pátio, esperando ansiosos e apreensivos. Entre eles estava Dimitri, fiel ao lado de Caim, seus olhos cheios de preocupação. Os cavaleiros Paladinos, liderados por Élio, o filho mais velho do Grão Mestre, estavam prontos para escoltar Caim até o acampamento paladino.

Caim se aproximou de sua família, sentindo o peso das despedidas iminentes. Ingeras, seu filho, o olhava com admiração e medo.

— Papai, você tem que ir? — perguntou Ingeras, sua voz trêmula.

Caim ajoelhou-se para ficar na altura do filho, abraçando-o com força.

— Preciso ir, meu filho. Mas lembre-se, sempre estarei com você, não importa onde eu esteja — disse Caim, tentando esconder a dor em sua voz.

Quando Caim se voltou para Mirena, sua esposa, viu as lágrimas nos olhos dela. Ela segurou suas mãos com força, sua voz desesperada.

— Caim, por favor, não vá. Você prometeu que sempre estaria conosco. Não nos abandone — implorou Mirena, seu coração quebrando a cada palavra.

Caim sentiu um nó na garganta, mas sabia que não podia voltar atrás. Ele se afastou dela com um olhar triste e determinado, caminhando em direção aos cavaleiros Paladinos. Élio, o filho do Grão Mestre, o recebeu com um sorriso frio.

— Bem-vindo de volta, tio — disse Élio, com uma falsa cordialidade.

Caim sentiu a raiva crescendo dentro de si. Ele sabia que a promessa de Abel era vazia, e não podia confiar nos Paladinos. Sem hesitação, Caim atacou os soldados com uma fúria avassaladora. Com movimentos rápidos e precisos, ele derrubou os seis cavaleiros Paladinos, usando apenas sua força e habilidade. O som de ossos quebrando e gritos de agonia ecoou pelo pátio.

Finalmente, Caim agarrou Élio, arrancando sua cabeça com uma força brutal, lembrando a violência dos antigos deuses em sua ira. O silêncio caiu sobre a multidão, todos os olhos fixos em Caim, chocados e horrorizados.

Dimitri correu até ele, a expressão de incredulidade no rosto.

— Caim, o que aconteceu? — perguntou Dimitri, tentando entender a carnificina que acabara de testemunhar.

Caim, respirando pesadamente, voltou-se para a multidão e falou com uma voz firme e autoritária.

— Era tudo uma armadilha do Grão Mestre. Eles vieram aqui para nos destruir. Mas não permitirei que isso aconteça. Este é o preço que pagam por tentar nos enganar — disse Caim, suas palavras inflamando a indignação e a raiva do povo.

Os camponeses e nobres, movidos pelo discurso de Caim, começaram a gritar em apoio, suas vozes unidas em uma revolta crescente contra os Paladinos. Caim olhou para Mirena, que agora estava aliviada e orgulhosa. Ela não sabia a verdade, mas isso não importava para Caim. Ele faria qualquer coisa para proteger sua família e seu reino, mesmo que significasse mentir e sacrificar vidas.

Dimitri, apesar de saber que Caim não estava dizendo a verdade, manteve-se em silêncio. Ele sabia que questionar Caim agora só causaria mais caos.

— Pegue as cabeças dos emissários Paladinos e coloque-as em um cavalo — ordenou Caim, apontando para os corpos sem vida.

Os soldados de Caim rapidamente obedeceram, e em pouco tempo, o cavalo estava carregado com as macabras troféus. Caim deu um tapa no cavalo, que começou a galopar de volta em direção ao acampamento paladino, carregando a mensagem de sua determinação.

Enquanto o cavalo desaparecia no horizonte, Caim sabia que tinha desencadeado uma guerra.

Caim: Coração Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora