Capítulo 7: O Encontro com o Grão Mestre
Caim e Dimitri foram conduzidos através do vasto acampamento paladino. O coração de Dimitri batia forte, a tensão era quase palpável. Caim, no entanto, mantinha uma expressão firme e dura, ciente de que cada movimento poderia decidir o destino de seu povo.
Finalmente, chegaram a uma tenda imponente, decorada com tapetes luxuosos e guardada por soldados de elite revestidos com armaduras feitas de escama de dragão branco. O comandante paladino anunciou sua chegada e, com uma reverência discreta, convidou Caim a entrar. Dimitri ficou do lado de fora, apreensivo, enquanto Caim adentrava a tenda.
No interior, o Grão Mestre Abel II, um homem de porte majestoso e olhar calculista, estava sentado à cabeceira de uma mesa ricamente decorada. Ao ver Caim, seu rosto se iluminou com um sorriso.
— Caim! Meu velho amigo — disse Abel, levantando-se para cumprimentar Caim como se fossem velhos conhecidos.
— Abel, é bom vê-lo novamente — respondeu Caim, aceitando o cumprimento.
Eles se sentaram à mesa, e por um momento, a atmosfera parecia descontraída, quase amigável. Relembraram os tempos de infância, quando Caim foi um refém no palácio do pai de Abel. Eram memórias de dias mais simples, antes das responsabilidades e das guerras.
— Lembra-se das tardes no jardim do palácio? — perguntou Abel, rindo. — Eram tempos mais tranquilos, sem as preocupações de agora.
— Sim, lembro-me bem. — Caim sorriu, mas sua mente estava focada na missão que o trouxera ali. — Mas sei que não viemos aqui para falar do passado.
Abel assentiu, seu sorriso desvanecendo-se enquanto a seriedade tomava conta de seu rosto.
— Você está certo, Caim. Não vim aqui para destruir seu reino. Há um mal maior vindo das entranhas do inferno que precisamos conquistar e destruir em outro reino. Para isso, meu exército precisa passar por suas terras e, infelizmente, precisamos de suprimentos para sustentar nossos homens. Por isso, pedimos metade de suas reservas de comida.
Caim respirou fundo, sabendo que essa era a parte crucial da conversa.
— Abel, se eu ceder metade das nossas reservas de comida, meu povo morrerá de fome no inverno. Não posso permitir isso — argumentou Caim, com a voz firme.
Abel inclinou-se para frente, os olhos fixos nos de Caim.
— Você não tem escolha, Caim. Você nos dará a comida ou desaparecerá. E há mais uma coisa que eu quero agora. Assim que tiver arrumado as coisas em seu reino, quero você no meu exército meu irmão. Preciso de homens como você para marchar comigo, não é um convite, vamos marcar o mundo com a mancha do Deus da luz Artha único filho legítimo do nosso criador Pazuz.
Caim sentiu um frio percorrer sua espinha. A exigência era intolerável, não apenas pelos suprimentos, mas agora também pela sua própria lealdade.
— Não posso abandonar minha família para lutar em guerras que não são nossas, Abel. Minha lealdade é com a River of Souls, com meu próprio sangue — disse Caim, tentando controlar a raiva crescente.
Abel levantou-se, impondo-se com toda a sua autoridade.
— Então você deve escolher, Caim. A comida e sua lealdade, ou a destruição de tudo o que você ama. Pense bem, velho amigo. A oferta está na mesa, mas minha paciência tem limites.
O silêncio que se seguiu era ensurdecedor. Caim sabia que qualquer decisão teria consequências devastadoras. Levantou-se lentamente, seus olhos encontrando os de Abel com uma determinação fria.
— Preciso de tempo para pensar. Deixe-me voltar ao meu povo e considerar suas exigências — disse Caim, sabendo que a batalha interna que enfrentaria seria tão difícil quanto qualquer guerra.
Abel acenou com a cabeça, permitindo a Caim partir.
— Pense rápido, Caim. O tempo não está do seu lado.
Caim saiu da tenda, sentindo o peso do mundo em seus ombros. Dimitri se aproximou, ansioso para saber o que acontecera.
— O que ele disse? — perguntou Dimitri, preocupado.
— Ele quer mais do que comida. Quer minha lealdade e minha participação em suas guerras. Temos pouco tempo para decidir nosso próximo movimento — respondeu Caim, montando em seu cavalo.
Enquanto cavalgavam de volta ao castelo, Caim sabia que estava prestes a enfrentar a decisão mais difícil de sua vida. Cada passo os aproximava de um destino incerto, e a sombra das escolhas que precisavam ser feitas pairava sobre eles como uma nuvem escura.
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Caim: Coração Das Trevas
VampirCaim III, o Sanguinário, príncipe de Sumerir, enfrenta uma terrível ameaça dos fanáticos religiosos Paladinos. Para proteger seu reino e sua família tanto da luz quanto das trevas, Caim faz um pacto sombrio que o transforma em uma criatura das treva...