Aproveitei-me da desculpa da vigília para meu sumiço noturno. O sumiço diurno? Aí já era outra conversa. Conversa esta que eu não me preocuparia enquanto o braço de Otto continuasse a repousar sobre mim.
Seu despertar foi o pior momento na minha concepção. Ter seu toque, seu calor, furtado de mim me deixou subitamente irritadiça. Contive-me de pronto, afinal, uma hora teríamos de nos levantar. Não podíamos brincar de casinha o dia todo. Não desta vez.
Depois de muito enrolar, por querer sentir seu cheiro no lençol por um pouco mais de tempo e, nessa criação de memória olfatória, buscar sedimentar cada uma das lembranças daquela noite incrível, enfim me levantei.
Sem sentir necessidade de me cobrir, perambulei pelo apartamento, admirei seu estilo minimalista de ser. Findando meu tour, caminhei para onde os cheiros e ruídos me indicavam que ele estava: a cozinha.
Ele fazia o café da manhã. E, pelo que a bandeja sobre o balcão denunciava, pretendia levá-lo para mim na cama — como faria um bom mocinho após sua amada donzela perder a virgindade. Será que ele pensava que era esse o meu caso e o café na cama se aplicava?
Se bem que a carapuça de virgem imaculada me serve...
De qualquer forma, apreciei o gesto. Pigarreei para fazer minha presença ser notada (e consequentemente não o assustar), mas nem mesmo minhas boas intenções impediram o acidente que se sucedeu.
— Bom — principiou Otto, parando o que fazia ao reparar em mim e, nisso, derrubando uma frigideira, felizmente fria, em seu pé ao se espantar com a minha nudez — dia. — Deu um meio sorriso, na tentativa de disfarçar a careta de dor.
— Bom dia. — Aninhei-me em seu torso, num abraço terno.
Ele largou o que estava fazendo — provavelmente para não ocasionar mais um acidente de percurso —, afastando-se um pouco, reposicionou-se para poder me ver de frente, encarando-me pelo que pareceu uma eternidade, e me beijou com uma vontade sem igual. A luz do dia, de fato, operou milagres e amplificou a ferocidade dele.
No mesmo ritmo, virou-me e pôs seu corpo contra o meu. Abraçou-me por trás e distribuiu beijos ao longo do meu pescoço. Sem interromper o movimento de seus lábios, deslizou uma das mãos, que apertava minha cintura, até alcançar minha boceta e, com os dedos, começou a acariciar meu clitóris com movimentos circulares.
Sua outra mão ascendeu para meus seios e os massageou. Sua mão assim ficou, me estimulando, até sua boca entrar em ação. Concentrado, abocanhava meus peitos alternadamente sem retirar a mão de minha boceta. Ao me tocar com tanta destreza e fervor, deu-me um pico de prazer com o primeiro orgasmo do dia.
Empolgado pelo objetivo alcançado, me carregou no colo até sua cama e deitou-me nela. Tendo me deitado, arreganhou minhas pernas ágil e cuidadosamente. Afastou o próprio cabelo solto, que caía em seu rosto, e inclinou a cabeça em minha direção, passeando com a língua aqui e acolá até ir ao encontro do meu clitóris.
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A Irmã
Romance+18 | Completo | Otto Hoffmann Junior é um encalhado de carteirinha. Vive dando de cara no muro quando o assunto é amor. Seus dotes não falham, mas é só ele abrir a boca que logo chega à conclusão de que seria melhor ter ficado calado. No entanto, s...