24 / Tentação

134 23 10
                                    

Qualquer lugar era lugar, qualquer hora era hora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Qualquer lugar era lugar, qualquer hora era hora. Nós fazíamos nosso próprio roteiro. Escrevíamos nossa história com beijos quentes, abraços ternos e sexo voraz. Uma história cheia de altos e baixos, cujos pontos altos e baixos dependiam de nossas posições no momento.

O primeiro ponto baixo, por exemplo, fora um acidente de percurso meu. Em meu quarto, afogando-me dentro dela, apenas com o colchão para amortecer as batidas, aconteceu minha primeira queda. Literalmente.

Inventei de rolar na cama ao inverter as posições, esquecendo-me que já estava quase na beirada do colchão. Caí feito jaca madura, com um ruído seco ao ir de encontro ao chão, e ali fiquei até ela rolar da cama e vir para cima de mim no intuito de continuar o que começamos.

Valeu a pena não conseguir nem me abaixar direito do tanto de dor de coluna que senti no dia seguinte. Aliás, nenhum contratempo, doloroso ou não, provocava em mim sentimentos ruins. Valia a pena cada segundo ao lado dela. Essa era a verdade.

Tão verdade era que eu topava qualquer parada. Inclusive encontros às escondidas. Senti-me um adolescente quando ela me propôs um desses encontros, me disse que seus pais viajariam e seu irmão passaria a noite fora. Segundo ela, ficaríamos a sós e teríamos a casa inteira só para nós.

Embora eu morasse sozinho e meu apartamento fosse um ambiente mais seguro para nós em todos os sentidos, Sophie tinha uma pronunciada tendência a fazer aquilo que era proibido. Gostava de desafiar as normas e o que era esperado dela. Isso eu percebi.

Ela também gostava de desafiar os limites de funcionamento do meu pau. Mal cheguei em sua casa e ela, completamente pelada, já foi arrancando minha roupa sem se dar o trabalho de passar por preliminares. Tendo-me nu em suas mãos, puxou-me para o lado de fora.

Na varanda, atirou-me em um sofá de vime, ajoelhou-se, desbravou as minhas pernas com suas mãos bobas até chegar em meu pau e chupou-o com maestria. Experimentei a mais pura das satisfações ao ver sua cabeça subir e descer até ele enrijecer o suficiente para penetrá-la.

Como uma cozinheira experiente que sabe quando a comida está no ponto intuitivamente, ela se levantou, ajeitou a posição de seu quadril, sentou em mim com gosto, sem miséria, e começou a cavalgar.

Sob a luz das estrelas e da lua, Sophie fascinava-me com seu corpo sobre o meu. As curvas de sua cintura, seu peito vindo de encontro à minha boca, cada movimento de seu quadril ao rebolar gostoso, sua bunda sob o aperto das minhas mãos. Era arte.

A pintura daquela noite estrelada apenas se completou quando eu a coloquei de quatro, sobre o sofá, e, enquanto eu me empenhava nas estocadas, ela olhou para trás daquele jeito que me enlouquecia. Não tive outra alternativa que não fosse gozar.

Não tive outra alternativa que não fosse retribuir aquele presente que fora sua olhadela fatal. Afundei minha cabeça no meio de suas pernas e explorei cada canto daquela boceta que tanto me dava prazer. Só me dei por satisfeitos quando seus gemidos se intensificaram e pude ver que ela atingira seu clímax.

Como esperado, ela não se contentou com apenas um orgasmo quando podia ter vários. Entrando em campo novamente, fui para cima dela, reposicionei meu pau e meti com jeitinho, com estocadas lentas, mas profundas, acariciando seus peitos no meio do processo.

No ponto mais delicioso, quando eu estava gozando outra vez, indo fundo na emoção com o pau atracado à sua boceta, uma tragédia aconteceu.

Uma figura surgiu subitamente — quando eu e ela estávamos tão compenetrados em nossa transa que não perceberíamos nem um ataque de um animal selvagem — e se fez notada pelo grau de sua irritação.

— Que porra é essa? — Dubois vociferou, mesmo a situação sendo autoexplicativa.

— Eu posso explicar — falei por impulso, sem pensar nas implicações de uma fala tão estúpida quanto a minha.

— Dispenso explicações — rosnou. — Sophie, se vista — ordenou, como só um irmão mais velho faria. — E fique no seu quarto, por favor — acrescentou.

Sophie fitou-me furtivamente, para observar minha reação ou talvez pedir que eu tomasse providências em face do ataque de nervos de seu irmão, entretanto, eu estava tão chocado que sequer tive outra reação além de ficar travado na mesma posição.

Então, cabisbaixa, ela saiu de cena como a mais exemplar irmã obediente, sumindo casa adentro sem dizer palavra.

Ainda com o semblante severo, Dubois olhou para mim e depois olhou para a porta atrás de si, numa mensagem nada subliminar. A porta da rua é a serventia da casa, eu sei.

— Vá embora, na moral — pediu num tom que não admitia choro nem vela. — E não se esqueça de também pedir uma reunião extraordinária. Na assembleia a gente se resolve.

Assembleia? Sério? Então era assim que ele queria resolver as coisas? Com testemunhas? Com mediação? Ele queria mesmo me meter numa saia justa? Que seja.

Atirei-me no sofá na força da raiva. Raiva de mim, principalmente. Eu era o adulto sênior daquela porra toda. Esperava-se que eu fosse o mais responsável, o mais maduro, a pessoa que evitaria um flagra daqueles.

A realidade destoava bastante do esperado. Lá estava eu, emburrado, jogado sobre o sofá, na penumbra — nem coragem de acender a luz eu tivera —, curtindo a escuridão, que combinava com meu estado de espírito.

O pior de tudo não fora nem a situação constrangedora em si. O meu problema mesmo era ter desapontado Sophie e, ainda por cima, nem dispor de meios para tentar solucionar esse problema sem gerar outro problema. Meu caso não era falta de vontade. Era falta de meios.

Como Sophie não tinha celular e nós nos comunicávamos apenas pessoalmente (ou por telefone fixo, quando ainda estávamos fora do radar e eu podia procurá-la), não tive nem maneira de entrar em contato para saber como ela estava, como estava lidando com toda aquela situação. Também não pude pedir desculpas.

E queria muito ser perdoado. Principalmente por não ter agido quando seus olhos me pediram para agir, por não ter impedido sua caminhada da vergonha, por não ter sentado e conversado com Jean — como os dois homens adultos bem resolvidos que éramos em teoria.

Eu havia falhado em tantos aspectos que nem sabia por onde começar a tentar remediar.

Eu havia falhado em tantos aspectos que nem sabia por onde começar a tentar remediar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A casa caiu, Juninho ⊙﹏⊙∥

Se tiver gostado do capítulo, vote e comente pra autora ficar sabendo ⭐

Beijos mil 🩷

A IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora