Capítulo Vinte e Três - Em ritmo de fuga (e talvez de paixão).

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   CONFORME O VIDRO BAIXOU-SE as duas mulheres não poderiam estar mais pasmas do que já estiveram.

Não era Soo-jin, não era o pai da garota. Era....

Era...

— Jisoo? — Rosé exclamou, incrédula.

— O que ela está fazendo aí? — Lalisa questionou, confusa.

— Não faço ideia, mas parece que ela está sendo forçada a ficar no carro.

As duas se entre olharam, compartilhando uma expressão de preocupação. O carro preto acelerou ainda mais, deixando Rosé e Lalisa para trás.

— Temos que segui-los! — Rosé disse determinada.

Lalisa concordou e acelerou o carro, seguindo-os de perto (mesmo que este que inicialmente estivesse fazendo isso). Elas não podiam simplesmente deixar Jisoo em perigo, mesmo que não soubessem exatamente o que estava acontecendo.

O carro preto fez uma curva repentina, entrando em uma rua estreita e sem saída. Rosé e Lalisa pararam o carro atrás dele e desceram rapidamente, preparadas para agir.

Quando se aproximaram do carro preto, viram Jisoo presa no banco de trás, com um homem mascarado ao volante. Elas foram rápidas em agir, abrindo a porta e puxando Jisoo para fora do carro.

Entretanto, como nada que é bom dura para sempre, o homem mascarado, o qual não sabiam sequer indentidade ainda, pôs-se a apontar uma arma em direção à elas.

— Por favor, não faça nada precipitado — disse Rosé com voz firme. — Nós não queremos nenhum problema, apenas nos deixe em paz — continuou ela.

— Estou sendo pago para fazer isso. Não deixarei de cumprir o que me foi falado — respondeu ele, em tom inabalável.

— Quem está te pagando para fazer isso? Saiba que posso pagá-lo ainda mais para não fazer — Lalisa disse para o tal homem com sua postura impenetrável.

— Não irei revelar, dona. Contudo, farei o que me foi mandado, por motivos muito pessoais.

— Que motivos pessoais? Diga-me, envolve soo-jin? Por que se envolve, matarei aquela desgraçada com minhas próprias mãos — A Manobal proferiu entre dentes.

O homem riu fraco.

— Já disse que não falarei, e se continuar insistindo, farei algo que acabará não gostando, Senhorita Manobal.

— Deixe-nos em paz! Chamaremos a polícia! — Jisoo proferiu agora.

— Chamar a polícia? — riu o homem — Até a hora em que a polícia chegasse, vocês já poderiam estar mortas.

Rosé ficou horrorizada.

— Não faça isso! Não, não faça!

— Apenas sou pago para o que me designam fazer — mirou em direção a cada uma.

Rosé recuou dois passos.

E sem pensar duas vezes, o homem apertou o gatilho, mas antes que o tiro fosse disparado, Lalisa se lançou na frente de Rosé, protegendo-a com seu próprio corpo. O som ensurdecedor do tiro ecoou pela rua, mas para a surpresa de poucos escondidos que presenciavam a cena, não atingira seu alvo.

Lalisa sentiu uma dor aguda em seu ombro, mas não se deixou abater. Enquanto Rosé estava em choque, Jisoo parecia não simular a situação completamente.

Quando possíveis sinais de polícia em volta da área, por meio de denúncias anônimas se espalharam, o homem mascarado entrou dentro de seu carro e velozmente saiu da cena que provocara.

Jisoo ligou rapidamente para a ambulância, e também para sua mãe e Jennie. Rosé não o fez, já que em sua mente só perambulava um questionamento: 'Por quê? Por que Lalisa arriscou-se por mim? Por quê?'

A ambulância chegou rapidamente, pois, para alguém privilegiado, os sistemas de saúde não são lentos ou demorados.

Lalisa deu-lhe um pequeno sorriso, como forma de tranquilizar-a, por algum motivo que até então desconhecia.

“Seu primeiro sorriso em minha presença”, pensou Roseanne assim que viu-a sendo assistenciada pela ambulância e deu uma corridinha para lá juntamente com Jisoo.

Enquanto observava Lalisa sendo cuidada pelos paramédicos, Roseanne sentiu um aperto no peito, uma mistura de preocupação e gratidão por tê-la ali consigo.

— Lalisa, você está bem? — perguntou Roseanne, tentando esconder a emoção em sua voz.

Lalisa suspirou, mas logo soltou uma pequena risadinha, desta vez sem deboche ou sarcasmo como faria normalmente. 

— Consideravelmente, estou viva.

— Sim, notifico isso. Mas...por quê? Por que fez aquilo? — As perguntas saíram automaticamente da boca de Roseanne Park.

— Por que eu... — Ela pensou, hesitou, mas logo respondeu. — Por que...eu...não iria te pagar uma rescisão.

Rosé não conseguiu se conter, acabou dando um pequeno sorriso.

Fui eu quem sofreu uma tentativa de sequestro há minutos atrás, e sou eu quem tem que ficar de vela? — Jisoo murmurou para si mesma, de forma retórica.

Após lembrar-se novamente da presença de Jisoo (a qual havia esquecido durante breve minutos), Rosé virou-se para a garota parada ao seu lado e deu-lhe um abraço, perguntando incessantemente se ela estava bem.

Lalisa fingiu tosse, logo em seguida fazendo drama.

— E quanto a mim? Aqui, com meu ombro debilitado, quase morrendo. Não há nada que preoucupe vocês?

— Claro! Claro! — apressou-se Roseanne. — Iremos agora ver como está o seu ombro!

Antes de saírem, Jisoo proferiu baixo, apenas para Rosé ouvir.

Me convide para ser a madrinha.

Este tópico em questão deixou Roseanne momentaneamente confusa. No entanto, assim que percebeu o que a outra quis dizer, Rosé apenas conseguiu sentir o breve fervor em suas bochechas.

Jisoo! — repreendeu, por um momento o coração dela bateu rápido, tão rápido que poderia sair pela boca, mas apenas sentiu seus lábios se contrairem em um meio sorriso, mas rapidamente tratou de disfarçar cachoalhando a cabeça.

A outra fingiu que nada ouviu.

E assim, elas foram para o hospital tratar do ombro de Lalisa. Enquanto a polícia continuava a perseguir o mascarado homem que encontrava-se sem paradeiro definido.

Senhorita Manobal | ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora