Eu nunca tinha pisado em um morro até o dia que a minha avó faleceu meus pais e eu moravamos com ela, mamãe dedicava o seu tempo a cuidar dela que tinha alzheimer e papai trabalhava enquanto meu tio irmão da minha mãe e filho da minha avó fingia que não tinha nada a ver com isso e no velorio mesmo ele começou a falar sobre a venda da casa porque precisava da parte dele.
Meus pais escolheram não discutir afinal nem tinha o que discutir ele era filho legitimo da minha avó e mesmo não fazendo nada por ela por anos até mesmo ignorando a sua existência ele tinha direito e o desgraçado fez valer os seus direitos até os móveis da casa foram vendidos para a partilha dos bens, com a parte da minha mãe e mais o que papai tinha no banco não dava para fazer muita coisa cuidar da vovó não era barato e tio Lucas nunca ajudou em nada então o que eles conseguiram juntar em todos esses anos foi pouco e o único lugar que deu para comprar uma casa foi no morro.
O amigo do meu pai que morava no morro nos apresentou ao Alemão dono do morro que liberou a gente morar lá encontramos uma casa que cabia no nosso bolso era pequena mais aconchegante, dois quartos sala e cozinha era mais que o suficiente nos mudamos porque estavamos pagando aluguel no asfalto e é aquilo né não pode se brincar com dinheiro porque se não acaba e nem uma casa no morro e nem nada logo nos mudamos e no dia da mudança eu o vi, vi o amor da minha vida sem camisa próximo a barreira sentado em uma moto gigante com uma arma enorme nas costas olhando o movimento sério.
Arrumamos tudo e uma semana depois eu já estava indo para a escola do morro, descobri que o vulgo do deus de pele negra é HG e o nome é Hugo as meninas da escola sempre falavam dele e eu percebi que o tipo dele era as bem padrão mesmo corpudas as gostosas como eles chamam e de pele mais clara, nada parecidas comigo.
Com o tempo fui me inturmando com algumas meninas da minha sala não as que conheciam o HG que essas andavam como se fossem verdadeiras deusas e nem olhavam para a ralé e eu claro fazia parte da ralé, as minhas novas colegas me chamaram para o baile eu sempre tive uma relação muito legal com os meus pais que sempre me permitiam tudo e me davam autonomia para distinguir o que era bom ou não para mim.
Fui para o baile estava muito lotado eu nunca tinha ido para um baile de favela afinal era a minha primeira vez na comunidade então eu estava me situando com toda aquela loucura, estava me divertindo muito não posso negar mas o olhar sempre procurando ele.
- Amiga esquece além dele não chegar a essa hora no baile ele nem se quer olha para meninas como a gente. Vivi disse e a desgraçada não fechou a boca HG subiu para o camarote com a Leandra irmã de uma colega de sala nossa, loira do corpão não posso mentir linda para um caralho parecia uma barbie meu coração até doeu virei para frente e continuei a curtir com as meninas e nunca mais olhei na direção do camarote eu não queria mesmo ver aquilo.
Esse foi um dos muitos bailes que eu fui e em todos eles sempre HG estava com uma loira diferente, ele não repetia mulher mas o padrão sempre se repetia quando ele passava por mim na rua nem se quer me olhava eu era tão invisivel no mundo dele que ele nem notava a minha existência, então eu me conformei que era somente uma paixão platônica e que mesmo que eu tivesse coragem jamais chegaria nele já que está mais do que claro que não sou o tipo dele essa vergonha eu não passo.
E segui a vida quase cuspindo o coração pela boca todas as vezes que eu via o desgraçado ele nem sabendo da minha existência e pegando todas as mandadas do morro, então em um dia de baile normal eu resolvi que iria esquecer o Hugo de qualquer jeito não dava mais para sofrer por alguém que nem sabia que eu existia eu precisava acabar com isso e foi assim que eu me meti na maior roubada da minha vida.
Conheci o Henrique gatinho e terminei ficando com ele no baile eu sabia que o Hugo tinha irmão mas não sabia quem era o irmão dele e também não me interessava, eu só fiquei com o Henrique não foi nada além de uns beijos ele me deixou em casa e pronto no outro dia quando acordei Henrique estava na sala da minha casa falando com os meus pais pedindo permissão para namorar comigo eu simplesmente travei não sabia o que dizer.
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Proibido
RomancePriscila é uma menina de 16 anos prestes a completar 17 e assim tão nova descobriu uma das maiores dores que o ser humano pode ter que é perder a mãe, sua melhor amiga, seu porto seguro, sua vida e de uma hora para outra tudo o que lhe resta é morar...