HG 29

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A invasão foi um sucesso com efeitos colaterais que toda guerra nos morros tem isso não tem como evitar viciado é uma praga que não para estão nas biqueiras dia e noite e esse é o risco que eles escolhem correr, até hoje não ouvi dizer que nenhum traficante obrigou alguém a se viciar a pessoa entra na onda errada por escolha e o vendedor que é o culpado, olho para o guri que chora sentado no chão da van ele está esqueletico sujo e fedendo. 

- Quantos anos você tem? Pergunto e ele me olha com medo, porém levanta a pequena mão e mostra os cinco dedos, porra tão novo. 

- E a minha mãe?

- Ela foi encontrar com Deus. Eu não sei como falar sobre a morte com uma criança. 

- Por causa das drogas? Concordo. - Meu pai também foi encontrar com Deus. Ele fala triste e eu realmente não sei o que dizer para ele. 

- Tem avós? Ele nega. - Onde você mora?

- Na rua, o que eu vou fazer algora que a minha mãe foi para o céu?

- Você não conhece ninguém que possa ficar com você?

- Tem o fedor. Olho para ele. 

- Onde ele mora. 

- Na barraca debaixo da ponte, ele queria dar uma grana para a minha mãe me deixar com ele disse que ia cuidar bem de mim. Olho para ele e entendo o qual inoscente ele é não entendeu o que o tal Fedor realmente queria. 

- Sua mãe disse o que para ele?

- Para ele ir se fuder. Pelos menos isso a viciada fez pelo filho. - Você tem comida? Ele pergunta e eu nego pego um mentos que tenho no bolso e entrego para ele que sorri.

- E então? Jeff pergunta encostando na van. 

- Já acabou? Ele concorda. - O garoto é sozinho no mundo, pai e mãe viciados e ambos mortos o pai a mais tempo que a mãe. Jeff concorda. - Ele não conhece ninguém da família. 

- Provavelmente deve ter nascido na rua. Jeff diz e eu tenho que concordar com ele. 

- Vou levar ele para a minha coroa, ela vai precisar se apegar em alguém. Jeff me olha. 

- O que o Henrique fez dessa vez?

- Muita merda cara, do tipo que a morte é tudo o que ele não merece. 

- Como assim irmão? Tiro o celular do bolso e entrego para ele que lê as mensagens e me olha. - Porra cara eu sinto muito. 

- Não sinta, ele não merece que ninguém sinta nada por ele eu já não sinto a muito tempo e depois dessa. 

- E como descobriu isso irmão?

- Ele bateu na minha coroa quando leu as mensagens que a Andressa mandou então já sabe né. 

- Onde colocou ele?

- Lá no parquinho, eu não vou e nem quero participar não me interessa o que vão fazer com ele só quero o que sobrar para enterrar porque a minha coroa diz que não liga mas sei que ela precisa de um túmulo para chorar. 

- Fica em paz, a gente resolve isso. Ele diz então olhamos para o moleque que está dormindo no chão da van tiro a minha blusa e cubro ele. 

Depois de algumas horas voltamos para os nossos morros a única equipe que fica no Jacarezinho é a do Veneno, conto para o Alemão sobre o meu irmão e ele me diz que vai resolver isso e que quando estiver acabado ele devolve o corpo para eu enterrar e eu só vou fazer um enterro pela a minha coroa por mim poderia dar para os cachorros que não faria diferença estuprador nojento do caralho, chego em casa com o moleque no colo ele é tão magro que consigo sentir os seus ossos e tenho medo de quebra-los. 

ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora