Michael Gutierrez:
Após o almoço, trocamos mais algumas palavras descontraídas, mas o tempo parecia escorregar pelos nossos dedos. Sabíamos que cada um tinha seus compromissos, e aquele breve momento juntos era como uma pausa doce na correria do dia. Levantei-me, ainda sentindo o calor da presença de Alan ao meu lado, e nos despedimos com um último beijo suave e um olhar que dizia tudo o que as palavras não precisavam.
— Tenho que voltar — disse, com um sorriso meio relutante, já sentindo a falta dele antes mesmo de nos separarmos.
— E eu também. Nos vemos mais tarde? — Ele respondeu com um brilho no olhar, como se já estivesse contando as horas para estarmos juntos de novo.
Assenti, com o coração um pouco mais leve, e enquanto ele seguia para o seu carro, não pude evitar de olhar para trás uma última vez. O sorriso brincalhão de Alan ainda estava lá, me dando forças para enfrentar o restante do dia.
Voltei para o trabalho no orfanato, sentindo a rotina me acolher de novo, mas com uma nova energia, uma sensação reconfortante de que, apesar de tudo, há algo bonito esperando por mim. Alan, por sua vez, seguiu para a empresa, imerso em sua rotina agitada, mas eu sabia que, assim como eu, ele levaria consigo o calor daquele momento compartilhado. Às vezes, são esses pequenos instantes que nos mantêm firmes, que nos lembram de que o amor está nos detalhes e nas pausas inesperadas no meio do caos do cotidiano.
De volta ao meu trabalho no orfanato, me sentei à mesa, cercado pelas fichas de adoção. Cada uma delas contava a história de uma criança que carregava traumas e cicatrizes, mas também sonhos e esperanças. Eu sabia que cada decisão que tomava, cada análise que fazia, podia ser a diferença entre uma vida cheia de amor ou mais um capítulo de dificuldades. Enquanto revisava cuidadosamente cada caso, procurando as melhores opções para o futuro delas, o silêncio da sala foi interrompido pela entrada repentina da diretora.
Ela tinha um brilho nos olhos que raramente via. Sua energia era tão contagiante que era impossível não sentir a excitação que emanava. Com um sorriso tão largo que quase não cabia em seu rosto, ela praticamente saltou para dentro da sala.
— Michael! — exclamou, com uma alegria genuína. — Tenho uma notícia maravilhosa!
Sua empolgação era tão vibrante que me peguei sorrindo junto, mesmo sem saber o que a havia deixado tão eufórica. Era raro vê-la nesse estado, então, só podia significar algo realmente importante. Larguei as fichas e voltei minha atenção totalmente para ela.
— O que aconteceu? — perguntei, a curiosidade e a expectativa crescendo dentro de mim.
Ela se aproximou, segurando um documento que parecia ser uma confirmação oficial. Seus olhos brilhavam de entusiasmo, e ela mal conseguia conter a felicidade ao falar.
— Nós conseguimos uma família disposta a investir no orfanato! — disse ela, com a voz transbordando de emoção. — Eles estão interessados em apoiar financeiramente e ajudar a melhorar o ambiente para as crianças. E sabe o melhor? Tive uma ligação com eles, e foram absolutamente maravilhosos! O advogado deles me trouxe essa confirmação agora há pouco, e adivinha? Os chefes dessa família já estão a caminho para conhecer o local!
Ela me mostrou o papel com orgulho, como se fosse um troféu. Enquanto lia rapidamente, absorvendo a informação, pude ver que esse apoio podia ser um divisor de águas para o orfanato. Não se tratava apenas de uma doação, mas de um investimento contínuo, algo que poderia transformar o futuro das crianças que tanto precisavam de novas oportunidades.
— Isso é incrível! — respondi, ainda processando a notícia. — Esse tipo de apoio pode fazer uma diferença enorme! Quando eles chegam?
— Dentro de algumas horas! — disse ela, com uma empolgação que parecia impossível de conter. — Quero que tudo esteja perfeito para recebê-los. Essa pode ser a nossa chance de proporcionar um futuro ainda melhor para essas crianças.
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Renascimento do Amor (Mpreg) | livro Um - recordando o Amor
RomanceAlan Jones se fechou para o amor após a trágica morte de sua esposa, apesar de ter prometido a si mesmo nunca se afastar desse sentimento. A dor da perda o fez construir muros em torno de seu coração, isolando-se emocionalmente do mundo à sua volta...