Michael Gutierrez:
O som suave da chuva batendo contra a janela foi a primeira coisa que notei ao acordar naquela manhã. O quarto estava envolto em uma penumbra tranquila, com a luz cinzenta do lado de fora filtrando-se pelas cortinas. Por um momento, permaneci imóvel, saboreando a calma do instante, o calor do cobertor e o peso familiar do braço de Allan ao meu redor.
Respirei fundo, deixando que o cheiro fresco da chuva invadisse meus sentidos, misturado ao perfume suave de Allan, que ainda dormia ao meu lado. Havia algo especial nas manhãs como essa — momentos em que o mundo parecia desacelerar e nos permitia esquecer por um breve instante os desafios e responsabilidades que nos esperavam. Tudo parecia perfeitamente alinhado, como se o universo estivesse nos dando uma pausa merecida.
O toque suave dos dedos de Allan deslizou lentamente pela minha pele, despertando uma sensação de conforto que me fez sorrir antes mesmo de abrir os olhos.
— Bom dia — murmurou ele, com a voz rouca de sono, seu rosto se aproximando do meu, o calor de sua respiração acariciando meu pescoço.
Virei-me ligeiramente para encará-lo, encontrando seu olhar ainda meio sonolento, mas repleto de ternura.
— Bom dia — respondi, a voz mais suave do que eu pretendia, ainda envolto pela paz do momento.
Ele sorriu, aquele sorriso preguiçoso e caloroso que sempre fazia meu coração acelerar um pouco mais. Por um instante, apenas ficamos ali, trocando olhares, sem pressa, como se aquele pequeno pedaço de manhã pertencesse apenas a nós.
— Está pronto para encarar o que o dia tem reservado? — Allan perguntou, seu tom calmo, mas com um toque de expectativa, como se soubesse que algo importante estava por vir.
Suspirei, sabendo que o planejamento do casamento, o trabalho e outras responsabilidades logo invadiriam nossa tranquilidade, mas naquele momento, tudo parecia tão distante.
— Acho que estou — respondi, com um sorriso leve. — Mas, por enquanto, podemos ficar assim mais um pouco?
Allan riu baixinho, aproximando-se mais e dando um beijo rápido, porém cheio de carinho, na minha testa.
— Por mim, ficaria aqui para sempre — ele disse, com a voz carregada de amor e uma ternura que fez meu peito se encher de gratidão.
Aquela manhã, envoltos na serenidade da chuva, na quietude e na intimidade de nossos corpos entrelaçados, senti que, não importava o que o futuro trouxesse, nós dois estaríamos prontos para enfrentar qualquer coisa juntos.
Allan permaneceu com o rosto próximo ao meu, seus olhos ainda meio adormecidos, mas brilhando com uma suavidade que derretia qualquer resquício de tensão que eu pudesse sentir. O silêncio entre nós não precisava de palavras, era preenchido por uma conexão que ia além do que qualquer frase poderia transmitir. Ali, naquele momento íntimo, tudo parecia se alinhar de uma forma que apenas nós dois entendíamos.
Ele deslizou a mão pela minha cintura, me puxando um pouco mais para perto, e a proximidade entre nós fez o calor do seu corpo envolver o meu. Senti seu toque firme e, ao mesmo tempo, delicado, a maneira como ele sabia exatamente como me acalmar e aquecer minha alma com um simples gesto.
— Você é incrível — murmurou Allan, com um sorriso suave nos lábios. Ele me olhou de um jeito que me fez sentir como se o mundo inteiro fosse um detalhe insignificante diante daquilo que tínhamos.
Aquele olhar, tão cheio de amor e compreensão, fez meu coração acelerar. Não pude evitar sorrir de volta, sentindo o peso das emoções tomar conta de mim.
— E você me faz sentir incrível — respondi, minha voz baixa, mas cheia de sentimento.
Sem dizer mais nada, Allan se inclinou, aproximando os lábios dos meus, o toque suave no início, como se estivesse saboreando o momento, a calmaria daquela manhã chuvosa que parecia pertencer apenas a nós. O beijo começou delicado, quase como uma promessa silenciosa. Mas, aos poucos, foi se aprofundando, carregado de uma emoção que transcendia o simples ato. Era um beijo que comunicava tudo: amor, desejo, compreensão e o conforto de estarmos juntos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Renascimento do Amor (Mpreg) | livro Um - recordando o Amor
RomanceAlan Jones se fechou para o amor após a trágica morte de sua esposa, apesar de ter prometido a si mesmo nunca se afastar desse sentimento. A dor da perda o fez construir muros em torno de seu coração, isolando-se emocionalmente do mundo à sua volta...