Capítulo Treze

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Alan Jones:

Entramos na cozinha e encontramos Anastácia cantarolando uma música qualquer enquanto mexia nas panelas, mas havia algo no tom dela que me fez suspeitar que estivesse tirando sarro da minha cara.

— O que aconteceu com ela? — Celina perguntou, arqueando uma sobrancelha quando nos viu entrar. — O que vocês aprontaram?

Antes que eu pudesse responder, Anastácia, com aquele sorriso travesso, se adiantou:

— Eles estavam quase fazendo sexo com a porta aberta! — Ela soltou, rindo da minha expressão incrédula. — Mas o que posso dizer? Sou a única pessoa nessa casa que sabe fazer tudo direito e, claro, com as portas bem fechadas.

Celina quase engasgou com a risada, tentando disfarçar o choque.

— Anastácia, se controla um pouco! — Ela repreendeu com bom humor, enquanto me entregava um prato. — Alan, você mal voltou para o jogo e já está se metendo nessas... atividades?

Eu revirei os olhos, ainda sem acreditar na ousadia de Anastácia.

— Mesmo assim, você não precisa ficar anunciando o que estou fazendo, né? — Retruquei, mas logo vi um sorriso malicioso no rosto dela.

— E falando nisso, você já contou para o Alan que está saindo com o fisioterapeuta dele? — Anastácia soltou com aquele brilho de provocação nos olhos, e Celina a fuzilou com o olhar.

— Qual é, acha que ele já não sabe? — Anastácia continuou, satisfeita com a pequena bomba que acabara de jogar.

Eu sorri de canto, me divertindo com a situação.

— Ela tem razão, Celina. Joaquim me falou que vocês estão saindo e até me contou sobre o encontro que tiveram. — Revelei, e o choque no rosto dela foi quase cômico. — Além disso, ele disse que vocês já estão conversando há um bom tempo.

Celina soltou um suspiro dramático, cruzando os braços.

— E de que adianta a gente tentar manter as coisas em segredo se ele sai contando tudo para o paciente ou até para o irmão? — Ela resmungou, mas logo o tom ficou mais curioso. — O que ele te disse, exatamente?

— Ele disse que, como sou a segunda pessoa que você mais respeita depois da sua prima Lúcia, queria saber se eu dou minha "bênção" para o namoro de vocês. — Respondi, observando o rubor colorir as bochechas dela. — Como não sou bom em ameaçar, só avisei que, se ele te magoasse, a Anastácia e o Isaac iam dar um jeito nele.

Anastácia riu alto, satisfeita. — Finalmente alguém que me dá o devido crédito! Porque, convenhamos, o Calvin e o Alan são uns bundões quando se trata de intimidação. — Ela me lançou um olhar divertido, claramente se divertindo com o caos que criava.

Resignado a não prolongar mais a conversa, peguei meu prato e me dirigi à sala de jantar. Michael se aproximou e deu um leve toque no meu ombro antes de subir para tomar um banho, mas não sem antes me lançar um sorriso carinhoso.

Enquanto me acomodava na mesa, escutava o riso abafado de Anastácia e Celina vindo da cozinha. Por mais maluca que essa dinâmica fosse, eu sabia que não trocaria essa loucura por nada. Era reconfortante, no meio de tantas incertezas, ter pessoas assim por perto — pessoas que, mesmo com as brincadeiras e provocações, estavam ali por mim, de verdade.

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Notei que Alberto parecia ansioso, inquieto, como se estivesse acumulando coragem para dizer algo. Antes que eu pudesse perguntar, Bobby, sempre mais direto, cutucou o irmão com força na costela e apontou para mim.

Renascimento do Amor (Mpreg) | livro Um - recordando o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora