Renascimento do Amor (Mpreg) | livro Um - recordando o Amor

Capitulo Vinte e Três

Michael Gutierrez:

Ouvi uma buzina e me virei para a frente do prédio, onde avistei minha tia Lisa acenando para mim com um sorriso caloroso. Ela se aproximou com passos rápidos e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, me envolveu em um abraço afetuoso, seguido de um beijo carinhoso na bochecha.

— Michael, meu lindo sobrinho fofinho — ela disse com aquele tom caloroso que só ela sabia usar.

Eu sorri, mas a ansiedade em meu peito não cedeu completamente. Era difícil para mim, confiar plenamente, especialmente com toda a recente descoberta sobre minha família paterna. As dúvidas ainda rondavam minha mente, especialmente em relação ao tio Milton, o irmão mais novo de Lisa.

— Seu tio Milton disse que vai vir te ver — Lisa continuou, e eu não pude evitar sentir um leve aperto no estômago.

— Ele levou numa boa? — perguntei, tentando manter a voz neutra, mas o nervosismo escapou na forma de um leve tremor. — Eu sei que agora somos parentes oficialmente depois de fazer o exame, mas ele não disse nada a contragosto?

Lisa me olhou com compreensão, como se pudesse ler todas as minhas inseguranças. Desde sempre, desconfiei das intenções das pessoas, e descobrir recentemente essa parte da minha família paterna não era diferente. Lisa e seu marido, Dionísio, tinham sido incríveis comigo, mas eu não sabia o que esperar de Milton. Ele era uma incógnita, e isso me deixava inquieto.

— Ele adorou a ideia de ter um sobrinho mais novo — Lisa disse, seus olhos brilhando de diversão. — E sabe o que mais? O filho mais novo dele está encantado com a ideia de ter um primo.

A forma como Lisa falou, com tanto entusiasmo e sinceridade, fez com que parte da minha ansiedade se dissipasse. Eu queria acreditar nela, queria acreditar que tudo isso era genuíno, que minha nova família realmente me acolhia sem reservas.

— É bom ouvir isso — admiti, finalmente deixando um sorriso verdadeiro aparecer. — Acho que ainda estou me acostumando com tudo isso.

Lisa colocou uma mão em meu ombro, seu toque firme e reconfortante.

— Eu sei que é muita coisa para processar, Michael. Mas saiba que estamos todos aqui para você, sem reservas. Você faz parte da família, e isso nunca vai mudar. Milton, Dionísio, eu... estamos todos muito felizes por ter você em nossas vidas.

Seus olhos transmitiam tanta sinceridade que, por um momento, todo o ceticismo que eu carregava se dissolveu. Talvez, só talvez, fosse possível confiar e permitir que essa nova família se tornasse parte da minha vida de verdade. Eu ainda tinha minhas dúvidas, claro, mas o calor que sentia ao ouvir as palavras de Lisa me deu esperança.

— Obrigado, tia Lisa — respondi, com a voz carregada de emoção.

Ela me puxou para mais um abraço apertado, e dessa vez, eu me permiti relaxar completamente em seus braços, sentindo que, de alguma forma, tudo ficaria bem.

— Agora, também tenho algo fantástico para te contar — minha tia Lisa disse, sua voz cheia de entusiasmo enquanto eu me afastava ligeiramente do abraço. — Lembra que você me pediu para investigar o caso da família do Fernando? Consegui resolver tudo.

Eu a olhei com surpresa e admiração. Sabia que Lisa era uma advogada excepcional, mas fiquei impressionado com a rapidez com que ela havia agido. Apenas três dias haviam se passado desde que mencionei o caso, e ela já tinha conseguido resultados.

— O tio dele é péssimo em ocultar as coisas — ela continuou, um sorriso de satisfação surgindo em seu rosto. — Consegui expor tudo para a polícia em questão de segundos e, além disso, fiz com que ele se entregasse sem hesitar.