Victoria
𝒜cordo ao lado de Nadine encarando uma parede pouco iluminada. Fecho os olhos de novo e passo as mãos pelo cabelo, olho pro lado e vejo ela apoiada no cotovelo, me observando com um sorrisinho sereno no rosto, vestindo uma blusa de Star Trek.
— Oi — digo, piscando pra me situar.
— Bom dia.
Olho para o relógio digital em cima da mesinha de cabeceira e suspiro cobrindo o meu rosto e logo o descobrindo de novo.
— Acordou faz tempo? — pergunto, me virando de lado e apoiando o corpo no cotovelo.
— Tem um tempinho — ela sorri e leva uma mão até o pingente do meu colar, que cai pelo meu pescoço — Dormiu bem?
— Aham. E você?
— Quem sabe se você não roncasse — ela brinca, arrumando o tecido que cobre o meu corpo nu.
— Eu não ronco!
— Tem razão. Tô exagerando.
— Você com certeza tá exagerando.
— Será? — dizemos em uníssono e isso me faz sentir dentro de um filme de romance.
Ela desliza a mão pelo meu braço descoberto com os olhos fitando os meus. Solto o meu peso do meu cotovelo e deito no travesseiro, sorrindo.
— Acho que vou fazer um café pra gente — Nadine diz e faz menção de se levantar, mas seguro seu pulso de leve antes disso.
— Sobre isso... — começo, tentando ficar um pouco mais apresentável na cama — Se eu for continuar a dormir com você. Na sua casa... Eu preciso te contar uma coisa.
Ela arregala os olhos e volta o corpo totalmente para mim.
— Por favor, não me diga que você é masoquista ou alguma coisa do tipo. Eu não sei se conseguiria te machucar ou...
— Não! — exclamo quase rindo, encostando a cabeça na cabeceira — Eu só ia dizer que não sou uma grande fã da cultura da cafeína.
Ela sorri aliviada e volta para o lugar onde estava deitada. Eu também deslizo para baixo e de repente começo a rir baixinho.
— Tá tudo bem? — Nadine pergunta, também segurando um riso.
— Você falou tão assustada — digo, com um sorrisinho malicioso no rosto e uma sobrancelha erguida — Tem alguma experiência com isso, é?
Ela solta uma risada e passa a mão pelos cabelos.
— Uma vez eu sai com uma mulher que...
— Isso parece início de tweet — comento e ela me olha confusa — Esquece. Vai, me conta a história da masoquista.
Dessa vez Nadine gargalha e leva as duas mãos ao próprio rosto, enquanto eu apenas observo, encantada tal qual uma adolescente com uma queda por alguém.
— Te conto um outro dia — Ela murmura, voltando a si — Que horas você tem aula?
— Eu tenho que estar na faculdade antes das oito — faço uma careta.
— Ah, então a gente ainda tem tempo — ela se ajeita melhor na cama — Quer ficar aqui mais um pouquinho? — Assinto com a cabeça e Nadine abre um pouco os braços, como se estivesse me convidando pra me aproximar.
Eu deslizo pelo colchão até perto dela, cudando pra que o edredom não saia de cima de mim e me aconchego ao seu lado, mas pra minha surpresa seus braços me envolvem.
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Tic-Tac do Destino | ⚢
RomanceVictoria conhece uma mulher em uma boate e, diga-se de passagem, fica caidinha por ela. Elas conversam, mas Vic acaba indo embora, achando que nunca mais a veria. Dias depois, o irmão de Victoria a convida para conhecer a família da namorada dele. A...