Victoria
𝒫ulo da cama antes mesmo do despertador tocar. Visto uma calça social e jogo um blazer roubado de Clara por cima. Penteio meu cabelo e faço um rabo de cavalo que eu sei que até a tarde vai estar horrível. Coloco a sapatilha de bico fino menos estravagante que tenho e saio do quarto.
Entro na cozinha e, como sempre, Clara está fazendo algo para comer. Virada de costas pra mim, me dá um "oi" e eu me jogo em uma das cadeiras. Puxo o celular e vejo as mensagens de não lidas do meu irmão e de bom dia da minha mãe, mas só isso, nenhuma outra notificação vinda de ninguém.
A porta da frente se abre e pra minha surpresa Ana passa por ela, carregando um buquê de rosas vermelhas e brancas nas mãos.
— Que lindas! Só recebendo flores pra você acordar cedo, né?
Ana ri com sarcasmo, fechando a porta e fazendo Clara comentar alguma coisa também.
— Não são minhas — diz, se aproximando e entregando o buquê nas minhas mãos, com um sorriso no rosto.
Levo a mão até a boca, percebendo que eu provavelmente estou rubecendo e Ana me dá um chute.
— Tem um bilhetinho aí.
Pego o buquê e puxo o bilhete cor de rosa, gravado com o nome "Pétalas de Amor". O abro e começo a ler as palavras digitalizadas.
"Bom dia, Victoria!
Espero que seu primeiro dia seja tão incrível quanto você é.
Boa sorte.
Com carinho,
Nadine"Minhas pernas começam a se mover em uma ansiedade inconsciente, meu coração acelera e eu sinto vontade de enfiar o rosto nas flores, com um sorriso se espalhando pelo meu rosto. Releio e sinto minhas bochechas esquentarem ainda mais.
Clara se vira totalmente agora, trazendo a frigideira em uma mão e a espátula em outra. Com um sorriso ainda maior que o meu.
— São dela?
— São dela... — sinto o aroma que chega até a me lembrar do cheiro de Nadine.
Ana revira os olhos, se sentando ao meu lado e mordendo os lábios pra conter um sorriso.
— Eu tô começando a me apaixonar por ela ainda mais do que você. — diz Clara, voltando a se concentrar na omelete.
— Não acho que seja possível — murmuro, não desviando os olhos das rosas e pensando no que fazer com elas com um sorriso bobo no rosto.
𖦹
— Vai arrasar, Vi. — Luiz diz com um sorriso encorajador no rosto, enquanto nos aproximamos de um prédio com o nome "Frangbergen's" gravado em letras prateadas na fachada.
— Obrigada. — respondo, tentando parecer mais confiante do que me sinto. — Eu espero.
Ele para o carro em frente à entrada e eu saio, pegando minha bolsa. Antes de fechar a porta, ele me chama de volta.
— Ei, Vi! — diz ele. — Lembra que, qualquer coisa, eu tô só a uma ligação de distância.
— Sei disso. — digo, sorrindo. — Tchau.
Entro no prédio, minha ansiedade (eu, uma pessoa que sempre acreditou não ser ansiosa) crescendo a cada passo. A recepção é ampla e moderna, com paredes de vidro e um balcão elegante. Atrás dele, uma mulher mais velha, com o cabelo curto e bem penteado, sorri para mim.
— Bom dia! — ela diz, com uma simpatia em sua voz. — Em que posso ajudá-la?
— Bom dia. — respondo, tentando não parecer nervosa e tirando meus documentos da bolsa. — Meu nome é Victoria Costa, é meu primeiro dia aqui.
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Tic-Tac do Destino | ⚢
RomanceVictoria conhece uma mulher em uma boate e, diga-se de passagem, fica caidinha por ela. Elas conversam, mas Vic acaba indo embora, achando que nunca mais a veria. Dias depois, o irmão de Victoria a convida para conhecer a família da namorada dele. A...