Parte II : Capítulo ¹⁰

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Pov Anne

Após sairmos do local com as instruções da nossa chefe, assumi o volante e a música remix “Wandinha Bloody Mary” começou a tocar no carro.

  Por que as músicas que você escolhe são sempre tão sinistras? - ela debochou.   Vamos variar e escutar “Can't Stop the Feeling”?

Revirei os olhos.   Ugh, deixa de reclamar. - parei o carro.   Olha aquela loja de instrumentos musicais, vamos ver se a mulher sabe onde a moça que tem a grana está.

Descemos do carro e nos dirigimos até a loja. Ao abrir a porta, avistamos uma garota com cabelo moreno atrás do balcão.

Nos aproximamos dela.

  Boa tarde, senhorita. Me chamo Viney. Qual instrumento estão procurando? - perguntou a atendente.

  Nós não queremos instrumentos, mas você pode nos dar respostas. - disse Sasha.

  Como assim?

Não tenho paciência pra isso.

  Ei, você sabe onde a Lúcia Noceda está?

  Não faço ideia, mas ele apareceu no noticiário ao lado da melhor amiga. Acredito que ainda esteja vivendo aqui.

  Será que dá pra conseguir o endereço? - afasto minha jaqueta revelando minha arma no couro da calça.   Caso contrário...

Ela pega uma caneta e escreve em um pedaço de papel. Enquanto isso, observo a expressão de medo em seu rosto, não íamos descansar até encontrar o que procuramos.

Pego o papel de suas mãos e voltamos para o carro.   Eu tinha tudo sob controle. - ela reclama.

  Conseguimos o endereço, não é? Por isso não reclame, na verdade, fui eu quem fez todo o trabalho. - ligo o carro. A viagem segue e vamos em direção à casa que ela escreveu. O sol se põe lentamente no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados enquanto avançamos pela estrada. Após quarenta minutos, chegamos. Abro a janela olhando para a casa, sentindo uma mistura de expectativa e determinação.   Vamos esperar pela madrugada e entrar.

Pov Luz

19:06

Após mais uma noite quente com Amity uma hora depois ela já havia ido pra casa e meus pais estavam de volta, caminhamos até a sala de jantar tudo já estava pronto. Tinha tido várias conversas com Amity sobre meus sentimentos e o que eu dou foco porém até hoje nenhuma havia sido realizada com a minha mãe. Essa puta realidade me deixava profundamente deprimida, não queria me distanciar dela. Mesmo assim, eu forçava um sorriso nos lábios e fingia que tudo estava bem enquanto assumia a responsabilidade de manter o clima leve.

Eu me sentei na cadeira já conversando com ambos que contavam como tudo foi, os momentos com eles eram incríveis, mas eu ansiava por tentar me organizar e perceber o que eu quero. Eu mal conseguia prestar atenção no assunto, pois estava totalmente envolvido pelas memórias que tivemos juntas durante minha infância.

Me perdia em pensamentos sobre como tudo seria diferente se eu tivesse facilidade em me expressar, apesar de tudo, eu queria acreditar que estava errado, eu queria muito; me distanciar seria horrível.   Luz, você está me escutando? - meu pai olha incrédulo para mim, mordendo levemente os lábios e percebendo que estava distante da conversa.   Se passa algo?

  Não se passa nada, está tudo bem. - fico em silêncio por alguns instantes, refletindo sobre o que acabei de dizer. Era como se eu tivesse tirado um peso das costas, mas na verdade as palavras não foram dirigidas à porcaria da pessoa que causava essa angústia em mim. Apesar de conseguir disfarçar e tratá-la com toda atenção, as coisas já não eram as mesmas.

You deserve love too (LUMITY BETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora