NÃO ERA AMOR

O Apartamento

      Jão, um jovem criado no interior acaba de se mudar para a cidade grande para poder iniciar os seus estudos em publicidade e propaganda na Universidade De São Paulo. Como ele não tinha  muito dinheiro para alugar um apartamento sozinho, ele aluga um em um bairro periférico juntamente com outro aluno que foi indicação de seu primo Leo. Ao chegar no apartamento, ele já fica meio assustado, pois era bem mais simples do que ele imaginava, o local possuía pouca mobília e bem defasada. Apenas uma televisão, duas cadeiras de praia, um fogão, uma geladeira bem antiga, uma cama beliche e um guarda-roupas. Ele dá uma volta pelo apartamento, percebe que não esta vazio, vai para o quarto, coloca sua mala no chão, tira sua camisa e deita na cama de baixo para poder descansar da longa viagem para a capital, ele acaba pegando no sono e dormindo por um longo período de tempo.

Durante esse cochilo, seu colega de quarto, Pedro, chegou ao apartamento. Pedro era um jovem alto e olhos castanhos, com um sorriso cativante e uma presença que enchia o ambiente. Ele estava na cozinha, preparando um café, quando ouviu os leves roncos vindos do quarto.    

Curioso para conhecer seu novo companheiro de moradia, Pedro caminhou até o quarto. Ao abrir a porta, se deparou com Jão dormindo na cama de baixo da beliche, sem camisa, revelando seu corpo ligeiramente definido e pele bronzeada pelo sol do interior. Pedro não pôde evitar um sorriso ao ver o novo morador tão à vontade.

      Jão acordou com o som da porta se abrindo. Ele esfregou os olhos e se levantou, sentindo-se um pouco confuso ao ver Pedro pela primeira vez.

      — Oi! Você deve ser o Jão, certo? — disse Pedro, estendendo a mão.

      — Sim, sou eu. E você deve ser o Pedro, né? — respondeu Jão, apertando a mão dele.

      — Isso mesmo! Prazer em conhecê-lo. Preparei um café, você quer um pouco?

      — Ah, quero sim. Valeu! — Jão respondeu, levantando-se e pegando a camiseta para vestir.

Os dois caminharam até a cozinha e se sentaram nas cadeiras de praia, enquanto Pedro servia o café.

      — Então, de onde você é? — perguntou Pedro, tentando puxar conversa.

      — Sou de uma cidadezinha no interior, bem pequena. E você? — respondeu Jão, ainda se acostumando com o novo ambiente.

      — Eu sou daqui mesmo, nascido e criado em São Paulo. — disse Pedro, sorrindo. — Porém já conhecia o Leo, ele é um cara bacana.

      Os dois conversaram por um bom tempo, rindo e trocando histórias sobre suas vidas. A química entre eles era evidente e, à medida que a noite avançava, a conversa começou a tomar um tom mais pessoal.      

      — Sabe, nunca pensei que dividir apartamento seria tão interessante — comentou Pedro, olhando fixamente para Jão.

      Jão sentiu um arrepio percorrer sua espinha com aquele olhar intenso. — Eu também não, mas acho que vai ser uma experiência inesquecível — disse, tentando manter a compostura.

      Pedro se aproximou lentamente, deixando o clima no ar ainda mais carregado de tensão.

— Acredito que sim, Jão. Aliás, bem-vindo à cidade grande — disse, com um sorriso provocante.

Jão sentiu seu coração acelerar, mas não se afastou. Ele sabia que aquele momento marcaria o início de algo novo e excitante em sua vida na cidade grande.