Ainda Te Amo

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      Pedro não aguentava a dor de ficar no mesmo ambiente que Jão e Ariela, ele sai do apartamento e vai para o terraço, se apoia no parapeito do prédio e começa a chorar olhando para aquela bela noite estrelada.

      O vento fresco do terraço do apartamento fazia Pedro tremer, mas ele não sabia se era pelo frio ou pela dor que sentia. Lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto enquanto ele olhava para a vastidão da cidade iluminada abaixo. O céu estrelado acima parecia indiferente ao turbilhão de emoções que se desenrolava dentro dele.

      Logo, Jão apareceu na porta do terraço, segurando uma garrafa de vinho e dois copos. Seus passos eram hesitantes, como se ele não tivesse certeza de como se aproximar de Pedro. Ele parou ao lado de Pedro, colocando a garrafa e os copos no parapeito.

      -Pedro, por favor, vamos conversar. Eu trouxe vinho. Podemos tentar entender tudo isso juntos - disse Jão, a voz embargada de emoção.

      Pedro enxugou as lágrimas com as costas das mãos, mas não olhou para Jão -Conversar? Como você espera que eu consiga entender isso, Jão? Você vai ser pai de uma criança com outra pessoa. Eu pensei que éramos uma família.

      -Eu sei, Pedro. Eu sei que errei. Mas estou aqui, tentando fazer as coisas darem certo. Eu te amo, e amo o João Pedro. Podemos superar isso juntos -Jão implorava, desesperado para reconquistar a confiança de Pedro.

      Pedro finalmente se virou para olhar Jão. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar -Eu não sei se consigo, Jão. A dor é insuportável. Cada vez que olho para você, só vejo a traição.

      Jão deu um passo à frente, tentando alcançar a mão de Pedro -Por favor, Pedro. Vamos tentar, pelo menos.

      Pedro afastou-se, sacudindo a cabeça -Eu não posso, Jão. Eu não posso seguir em frente com isso. É melhor terminarmos aqui, antes que nos machuquemos ainda mais.

      As palavras de Pedro foram como um golpe no coração de Jão. Ele sentiu o peso da realidade desmoronar sobre ele. Mas antes que pudessem se despedir, um silêncio pesado pairou entre os dois, quebrado apenas pelo som do vento.

      -Pedro... se esta for nossa última noite juntos, então quero que seja especial. Vamos aproveitar este momento, só nós dois -disse Jão, a voz baixa e rouca.

      Pedro olhou para Jão, e por um momento, viu o homem que ele amava e com quem havia compartilhado tantos momentos felizes. Ele assentiu lentamente, aceitando a proposta de Jão.

      Sob o céu estrelado, Jão e Pedro se aproximaram um do outro. Eles se beijaram com uma intensidade que misturava amor, dor e despedida. Os corpos se entrelaçaram, e logo eles estavam deitados no chão do terraço, entregues à paixão uma última vez.

      Jão foi o ativo, suas mãos explorando cada centímetro do corpo de Pedro com uma ternura e uma intensidade que pareciam querer eternizar aquele momento. As estrelas acima eram testemunhas silenciosas do amor que compartilhavam, e naquele instante, o mundo parecia desaparecer, deixando apenas os dois em um universo de sentimentos.

      Jão olhou fundo nos olhos de Pedro, suas respirações se misturando no ar fresco da noite -Eu nunca quis te machucar, Pedro. Eu só queria te proteger, mas acabei falhando.

      Pedro acariciou o rosto de Jão, seus dedos traçando as linhas de preocupação -Eu sei, Jão. E eu também nunca quis que isso acontecesse. Mas agora estamos aqui, e eu só quero aproveitar cada segundo que temos.

      Jão beijou Pedro profundamente, suas línguas dançando em uma sinfonia de paixão. Ele se movia com cuidado, querendo que cada toque fosse uma promessa de amor eterno. Pedro gemeu suavemente, seus corpos se ajustando ao ritmo lento e sensual que Jão ditava.

      -Eu te amo tanto, Pedro -murmurou Jão entre beijos, sua voz carregada de emoção -E sempre vou te amar, não importa o que aconteça.

      Pedro fechou os olhos, deixando-se levar pelo momento -Eu também te amo, Jão. Mais do que qualquer coisa no mundo.

      As mãos de Jão deslizaram pelo corpo de Pedro, explorando cada curva, cada linha, com uma delicadeza que fez Pedro arfar -Você é tudo para mim, Pedro. E mesmo que este seja nosso último momento juntos, quero que saiba o quanto você significa para mim.

      Pedro puxou Jão para mais perto, seus corpos se movendo em perfeita harmonia -Me faça sentir vivo, Jão. Me faça esquecer de tudo, só por essa noite.

      Jão atendeu ao pedido de Pedro, seus movimentos se tornando mais intensos, mais urgentes. Cada toque, cada beijo, era uma declaração de amor e um pedido de desculpas. Eles se amaram sob as estrelas, suas almas se conectando de uma forma que nunca haviam experimentado antes.

      Quando tudo terminou, Jão e Pedro ficaram deitados lado a lado, respirando pesadamente. O silêncio entre eles era confortável, uma pausa antes do inevitável.

      -Eu te amo, Pedro! -disse Jão suavemente, a voz quase um sussurro.

      -Eu também te amo, Jão... -respondeu Pedro, apertando a mão de Jão - Sempre vou amar...

      E assim, sob as estrelas, eles tiveram a melhor e última noite juntos, um momento que permaneceria gravado em suas memórias para sempre.

NÃO ERA AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora